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Pesquisadores alertam para manipulação do Pentágono na liberação UAP

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Que o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, através do Pentágono, pisa em ovos para tratar da liberação de informação relativa ao tema UAP (Unidetified Aerial Phenomena, equivalente a óvni), não é novidade. Mas um recente artigo do pesquisador Anthony Bragalia em seu blog, “UFO Explorations”, escancara como os próprios trâmites internos de pedidos via Lei de Liberdade de Informação (FOIA) são tratados de forma diferenciada, com evidente manipulação.

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Bragalia resgata um e-mail obtido e publicado no início de março deste ano pelo pesquisador Marc Cecotti em seu blog “The Parallax”. A publicação de Cecotti é importantíssima, mas curiosamente teve pouca repercussão, ainda mais num momento em que o mundo cria expectativas quanto à divulgação obrigatória de um relatório sobre UFOs pelo Pentágono em junho de 2021.

Cecotti fez diversas solicitações FOIA ao Centro de Segurança Naval (NAVSAFECEN) sobre eventos envolvendo incursões no espaço aéreo e relatórios de aeronaves não autorizadas ou não identificadas. Em janeiro de 2021, apresentou um novo pedido para liberação de e-mails entre a NAVSAFECEN e o Gabinete do Secretário de Defesa, acerca dos Fenômenos Aéreos Não Identificados (FANI, sigla em português para UAP). E o que descobriu foi, segundo ele, “inesperado”.

O pesquisador obteve a revelação de que está em andamento no Pentágono um esforço coordenado para monitorar todas as solicitações FOIA pertinentes especificamente ao tema UAP, e dessa forma controlar a liberação de informações.

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Datado de 10 de julho de 2020, o e-mail começa com uma consulta de Jeff Jones, Diretor Adjunto de Promoções de Segurança da NAVSAFECEN, ao Escritório de Informações da Marinha, solicitando um ponto de contato (POC) para entrevistas sobre a UAP.

Em sua resposta, o Diretor do Escritório de Informações da Marinha indica que Joseph Gradisher é o oficial da Marinha para todas as consultas sobre UAPs. O Gradisher, capitão aposentado da Marinha, é vice chefe de Operações Navais para Guerra de Informação. O e-mail confirma o que a comunidade de pesquisadores UAP/óvni já sabe, que a porta voz Sue Gough centraliza o esforço de relações públicas do Pentágono para o tema, mas aponta mais diretrizes reveladoras:

“Não faça comentários. As nuances de tudo isso são tais que quaisquer desvios da declaração feita pelo DOD resultam em várias notícias e solicitações FOIA adicionais em vários níveis. Se necessário, coordenaremos com você respostas específicas, dependendo das perguntas feitas”, diz o documento.

Fica clara a preocupação do Pentágono em controlar não apenas a liberação das informações sobre UAP em si, mas a própria narrativa a partir delas, busca tornada ainda evidente no trecho seguinte do e-mail:

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“(…) de modo geral, deixamos o processo normal FOIA correr como deveria, mas temos solicitado que os escritórios FOIA coordenem conosco as respostas FOIA focadas no UAP antes de clicarem em “responder” para que não sejam introduzidos novos termos/linguagem/etc., o que complica os esforços gerais de envio de mensagens. Além disso, existe agora um documento de Orientação de Classificação de Segurança (no nível SECRETO) que aborda a questão UAP e o que pode/não pode ser discutido publicamente. Ficarei feliz em entregar isso a você, se você achar necessário”

Email obtido por Marc Cecotti revela manipulação de informações liberadas sob a FOIA a respeito de uap_óvni
Email obtido por Marc Cecotti revela manipulação de informações liberadas sob a FOIA a respeito de uap/óvni. (Fonte: Mac Cecotti/The Parallax

 

Controle de narrativa e uma conexão com óvnis?

Bragalia destaca que tudo isso é muito perturbador. Entre outros tópicos, ele pontua que as consultas FOIA relacionadas aos UAPs são portanto tratadas com um processo diferente do processo FOIA normal e os escritórios da FOIA devem se coordenar com seus escritórios superiores nessas solicitações de FOIA.

Apesar dessas informações serem por si só preocupantes, em seu artigo, o autor as trata como contexto de um outro tema central: a identificação do Dr. James Lacatski como gerente do programa Sistema Aplicado de Armas Aeroespaciais Avançadas (Advanced Aerospace Weapon System Applications Program, AAWSA ou AAWSAP) e a potencial relação dessa iniciativa com tecnologia dos óvnis.

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AAWASP é o programa que precedeu o AATIP (Advanced Aerospace Threat Identification Program, ou Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais), que o mundo conheceu através de seu ex-coordenador, Luis Elizondo. Saíram do AAWASP os documentos que, semanas antes, Bragalia recebeu através da FOIA, após pedir informações do Pentágono sobre metamateriais obtidos no contexto da ação dos programas sobre UAPs/óvnis do governo.

O nome do Dr. James Lacatski fora suprimido nos relatórios que Bragalia recebeu, mas já era conhecido do trabalho de outro pesquisador, o australiano Keith Basterfield (o Portal Vigília publicou suas descobertas ainda em 2018). Em uma entrevista ao The New York Times em 2017, o senador norte-americano Harry Reid declarou que falou com um cientista do AAWASP que teria dito “Eu sei tudo sobre foguetes, mas Eu não sei o que são essas coisas”. Naquela oportunidade, ele já se referia ao Dr. Lacatski.

Após a publicação dos relatórios, que geraram polêmica na Ufologia, Anthony Bragalia sugere que as tentativas de desmentido da relação entre os documentos e a atividade UAP, empreendidas pela porta-voz do Pentágono, Sue Gough, são parte desse esforço de retomada do controle da narrativa.

“(…)nos ajuda a saber por que, depois de responder sobre testes de destroços de OVNIs a um pedido da FOIA usando o contexto OVNI, o Pentágono agora contradiz sua própria agência de inteligência, sustentando que os documentos enviados se referem a armas”, finaliza.

 

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