T-180 dias: começou a contagem regressiva para a desclassificação do tema óvni nos EUA?
O dia 27 de dezembro de 2020 passou a representar uma data importante para a Ufologia, com o início da contagem regressiva para a potencial desclassificação de parte do tema UAP/óvni nos EUA.
Nesta data o (ainda) presidente Donald Trump sancionou um projeto de lei geral de gastos para ano fiscal de 2021 que incluiu a Lei de Autorização de Inteligência conforme foi proposta pelo Comitê de Inteligência do Senado, em junho deste ano.
É o chamado FY 2021 Omnibus Appropriations Bill, um pacote que destina 1,4 trilhão de dólares para diversas finalidades: desde medidas de ajuda à população durante a pandemia de Covid-19 até recursos para garantir o funcionamento das agências federais até setembro de 2021.
A sanção coroa a iniciativa pela desclassificação do tema óvni nos EUA liderada pelo senador republicano e presidente do Comitê de Inteligência do Senado, Marco Rubio. O parlamentar atuou pela inclusão de uma emenda na proposta orçamentária dos EUA que ganhou o nome de “Ameaças Aéreas Avançadas” (“Advanced Aerial Threats”).
O Senado aparentemente já sabia da existência de uma força tarefa dedicada à investigação dos óvnis funcionando no âmbito da Defesa dos EUA. Mas, com a inclusão, além de indicar uma espécie de apoio declarado à operação, a Casa Legislativa garantiu a realização de uma espécie de prestação de contas por parte da unidade.
A partir do dispositivo sancionado agora por Trump, a Força-Tarefa para Fenômenos Aéreos Não Identificados (UAPTF, da sigla em inglês) terá 180 dias para produzir e apresentar um relatório não classificado detalhando a análise dos casos de óvnis sob sua investigação – ou UAP, como o Pentágono prefere chamá-los atualmente.
Embora a notícia seja positiva para os entusiastas da Ufologia, a possibilidade de uma desclassificação ampla do assunto UFO pelo governo norte-americano ainda é vista com muita cautela pelos especialistas.
Conforme publicou o site The Debrief, Christopher Mellon, ex-subsecretário adjunto de Defesa para Inteligência e ex-diretor do Comitê de Inteligência do Senado dos Estados Unidos, explicou que “é justo dizer que o pedido de um relatório não classificado sobre o fenômeno UAP conta com o apoio de ambos os partidos em ambas as Casas do Congresso”
“Supondo que o Poder Executivo honre esse pedido importante, a nação finalmente terá uma base objetiva para avaliar a validade da questão e suas implicações para a segurança nacional. Esta é uma oportunidade extraordinária e há muito esperada”, continuou o ex-subsecretário.
Mellon, junto com Luis Elizondo, ex-chefe do Programa de Identificação Avançada de Ameaças Aeroespaciais (AATIP) do Pentágono (AATIP), e a To The Stars Academy of Arts and Science, presidida pelo músico Tom DeLonge, foram alguns dos principais responsáveis pela pressão do Senado sobre a gestão Trump com a intenção de forçar uma maior transparência em relação ao tema.
Graças a informações deles, em dezembro de 2017, o New York Times publicou um artigo revelando um estudo secreto dentro do Pentágono conhecido como AATIP e seguiu-se o vazamento de três vídeos de óvnis registrados por equipamentos da Marinha dos Estados Unidos em 2004 e 2015.
Em abril de 2020, o Departamento de Defesa reconheceu oficialmente os três vídeos, emitindo um comunicado do Gabinete do Secretário de Defesa informando que os fenômenos aéreos observados nos vídeos permanecem caracterizados como “não identificados”. Mais recentemente, em agosto, o Pentágono reconheceu oficialmente ter estabelecido uma força-tarefa para investigar UFOs (a UAPTF – Unidentified Aerial Phenomena Task Force).
“O desafio agora será conseguir uma miríade de DoD e Componentes da Comunidade de Inteligência, com informações pertinentes para cooperar. Tenho esperança de que o novo governo execute rigorosamente suas prerrogativas de supervisão porque as preocupações do público e de numerosos militares dos EUA foram ignoradas por uma burocracia de segurança nacional complacente por muito tempo”, avaliou Christopher Mellon em entrevista ao The Debrief.
Com informações do The Debrief
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