Depois de 50 anos, Câmara dos EUA fará 1ª audiência pública sobre óvnis
Segundo antecipou ontem o jornal New York Times, primeira vez depois de 50 anos, a Câmara dos Representantes dos EUA [equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil], realizará uma audiência pública para discutir os fenômenos aéreos não identificados (da sigla em inglês UAP), ou objetos voadores não identificados (óvnis).
A audiência foi convocada pelo subcomitê de Contraterrorismo, Contrainteligência e Contraproliferação do Comitê de Inteligência, que ouvirá testemunhos de altos funcionários de segurança do Pentágono.
O painel aberto ao público, será transmitido ao vivo no dia 17 de maio, a partir das 7h. O destaca que o encontro é resultado da insatisfação dos parlamentares com o andamento das ações do Departamento de Defesa desde a apresentação de um relatório de investigação de casos de óvnis envolvendo militares da Marinha dos EUA. Apresentado em junho do ano passado, o documento elencou 144 casos, dos quais apenas um foi positivamente identificado.
O relatório foi publicado pelo Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional (ODNI) e foi totalmente evasivo quanto à definição da provável origem dos fenômenos aéreos não identificados. Mesmo assim, assinalou a possibilidade de haver potenciais riscos para a segurança nacional. Considerou, no entanto, remota a possibilidade de tratar-se de tecnologia de nações rivais.
“Atualmente, não temos dados para indicar que qualquer UAP faça de um programa de monitoramento estrangeiro ou indique um grande avanço tecnológico por um adversário em potencial”, afirmou o documento.
O painel será liderado pelo deputado André Carson, que é o presidente do subcomitê. Dois convidados esperados para prestar depoimento durante a audiência são o subsecretário de Defesa para Inteligência e Segurança, Ronald S. Moultrie, e o vice-diretor de Inteligência Naval Scott W. Bray.
Moultrie supervisiona o novo escritório do Pentágono, chamado Grupo de Sincronização de Gerenciamento e Identificação de Objetos Aerotransportados, uma unidade criada para substituir a Força-Tarefa UFO em novembro passado, outro desdobramento provocado pelo relatório desclassificado de junho.
Após o anúncio do encontro, Carson – que é um democrata de Indiana – enfatizou em comunicado que o povo norte-americano “merece que seus líderes no governo” avaliem essas potenciais ameaças à segurança, “a sério”.
O deputado Adam Schiff, democrata da Califórnia e presidente do Comitê de Inteligência da Câmara, mostrou-se igualmente confiante na oportunidade de discutir o tema.
“O objetivo desta audiência é dar ao público a oportunidade de ouvir diretamente especialistas no assunto e líderes da Comunidade de Inteligência sobre um dos maiores mistérios do nosso tempo, e quebrar o ciclo de sigilo excessivo e especulação com verdade e transparência”, afirmou em nota.
A audiência pública ocorre em meio a uma pressão inédita dos parlamentares norte-americanos para tirar do sigilo as investigações e pesquisas desenvolvidas pelo Pentágono acerca dos UFOs. Desde o encerramento do Projeto Blue Book, nos anos de 1969 e 1970, o Congresso dos EUA não realizava painéis desse tipo. Um dos últimos foi realizado em 1966, organizado pelo então líder da minoria republicana na Câmara, do Michigan, em resposta a relatos de óvnis de mais de 40 pessoas, incluindo 12 policiais. Na época, a Força Aérea explicou o episódio como “gás do pântano”.
No Brasil, Senado realizará sessão “comemorativa” dos 75 anos da Ufologia
Não será apenas no Congresso dos EUA que os óvnis estarão em pauta. Em 24 de junho desse ano — data em que parte dos entusiastas do assunto comemora o Dia Internacional da Ufologia — deverá ocorrer no Senado brasileiro uma sessão especial também dedicada aos objetos voadores não identificados.
Aqui, no entanto, não é esperada uma abordagem que confronte o sigilo oficial historicamente adotado em relação ao tema. Anunciada durante um congresso de Ufologia realizado em março desse ano em Curitiba, a ação aparentemente terá um caráter meramente informativo e de comemoração. O requerimento foi apresentado pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE).
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