Telescópio James Webb se prepara para primeiras imagens da estrela HD 84406
Na última semana o maior e mais avançado telescópio já lançado ao espaço, o James Webb Space Telescope (JWST), chegou ao seu destino final e começou os preparativos para a obter suas primeiras imagens. A primeira estrela alvo do instrumento já foi escolhida: será a HD 84406.
O ponto final da jornada do grande telescópio espacial é uma região do espaço cuja órbita é conhecida como Ponto de Lagrange 2 (L2). No local o equipamento permanece numa situação de estabilidade gravitacional, ou seja, uma posição onde pode manter uma distância uniforme em relação à Terra, o Sol e à Lua, gastando pouco ou nenhum combustível.
Após a chegada ao Ponto de Lagrange 2, o James Webb deverá esperar cerca de um mês para completar o ciclo de resfriamento e ativação de seus quatro instrumentos científicos. A partir daí, será feita a calibragem dos 18 segmentos de seu espelho principal, justamente utilizando a estrela HD 84406 como referência.
Por que a escolha pela estrela HD 84406?
Localizada na constelação de Ursa Maior, a HD 84406 é uma estrela com uma magnitude visual de cerca de 6,9, muito fraca para ser vista a olho nu da Terra. Sendo uma anã amarela, da classe G5, trata-se de uma estrela bastante similar ao nosso Sol (classe G6). Ainda assim, para a sensibilidade do James Webb, a HD 84406 é um astro extremamente brilhante, que não faz parte do perfil típico dos objetos que serão estudados pelo telescópio cientificamente.
No entanto, ela será fundamental para o processo de calibração dos 18 segmentos do espelho principal. Por se tratar de um astro de estrutura e luminosidade bem conhecidos, em uma região do espaço para a qual o James Webb pode permanecer apontado facilmente por um longo período, ela será perfeita para o processo de foco e ajustes de todo o conjunto de forma que eles passem a trabalhar como um só espelho.
Outra conquista anunciada pela NASA na última semana foi a ativação bem sucedida da antena de alto ganho do JWST. Agora ele pode fazer o envio de observações através da banda de rádio Ka, da chamada Deep Space Network. Essa é uma espécie de banda larga da comunicação espacial, que fornece uma taxa de dados muito maior para baixar imagens e dados científicos para os astrônomos analisarem.
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