Alienígenas de mais de mil sóis podem estar observando a Terra
Um estudo publicado por pesquisadores da Universidade Cornell, de Nova York, e da Lehigh University, na Pensilvânia, indica que alienígenas de pelo menos mil estrelas similares ao Sol podem estar observando a Terra neste exato momento. Segundo os cientistas, esse é o número de estrelas na nossa vizinhança que, pela similaridade com nosso Sistema Solar, podem potencialmente abrigar planetas rochosos na zona habitável.
Publicada na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society: Letters, a pesquisa destaca que a partir destes sistemas, eventuais civilizações teriam uma visão privilegiada do nosso sistema solar. Por isso poderiam facilmente detectar o trânsito planetário da Terra em frente ao astro mais brilhante do sistema solar.
Esse é o método mais utilizado pelos cientistas aqui, da Terra, para localizar exoplanetas. A detecção acontece porque a passagem de um planeta em frente da estrela diminui uma fração de sua luz.
“Se os observadores estivessem procurando, eles seriam capazes de ver sinais de uma biosfera na atmosfera de nosso planeta”, afirmou a cientista Lisa Kaltenegger.
Autora do estudo, Kaltenegger é diretora do Instituto Carls Sagan, da Universidade Cornell. Ela e seu colega Joshua Pepper, professor associado de física na Lehigh University, na Pensilvânia, imaginaram como seria se uma civilização extraterrestre utilizasse a mesma técnica usada aqui atualmente para tentar identificar a existência de planetas em outras estrelas e, eventualmente, vida nestes planetas.
“E podemos até ver algumas das estrelas brilhando em nosso céu noturno sem binóculos ou telescópios”, destacou Kaltenegger.
Onde observar à procura de alienígenas?
Os pesquisadores usaram dados do Transiting Exoplanet Survey Satellite (Tess, ou Satélite de Busca por Planetas Transitando), além da sonda Gaia, usada para o mapeamento do universo. Eles então se concentraram em estrelas a uma distância de até 326 anos-luz (100 parsecs), numa configuração especial em que o alinhamento garantisse aos alienígenas um bom ângulo de observação da Terra transitando em frente da nossa estrela.
Dessa forma, os cientistas identificaram um total exato de 1.004 estrelas, das quais 508 garantiriam no mínimo uma observação de 10 horas de duração para registrar de forma inequívoca nosso planeta passando em frente ao Sol.
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Segundo a publicação, os pesquisadores tiveram a intensão de criar um mapa de referência de locais interessantes para ajudar a Terra a contatar outros planetas e descobrir se existe vida neles. “Se estamos procurando por vida inteligente no universo que pode nos achar e entrar em contato, criamos um mapa estelar para saber onde olhar primeiro”, afirmou Lisa Kaltenegger.
Saber se as estrelas verificadas têm de fato exoplanetas não foi o objeto de estudos dos cientistas. Mas é interessante destacar que, à distância, por esse método, como bem identificaram os pesquisadores do estudo, alienígenas que estivessem nos observando poderiam conseguir o registro de uma biosfera e bioassinaturas a partir dos elementos da nossa atmosfera, dependendo da qualidade das observações.
Já um método de detecção de vida inteligente aplicado à Terra possivelmente limitaria a busca a um raio de apenas 100 anos luz. Isso porque as primeira transmissões eletromagnéticas regulares emitidas a partir daqui – a partir da invenção do rádio (1906) – só começaram mesmo depois de 1920, portanto 100 anos atrás.
