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Múmias de Nazca voltam ao centro das atenções com envolvimento de cientista americano e fiscalização no Peru

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As famosas Múmias de Nazca, envoltas em controvérsia desde que foram apresentadas ao mundo em 2016, voltaram a ser o centro das atenções em uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, 4 de abril de 2024, no Peru. A novidade desta vez foi a apresentação da opinião de cientistas norte-americanos que atestaram a legitimidade dos corpos e insistiram na necessidade de novas investigações.

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O evento foi organizado pelo jornalista mexicano e divulgador da Ufologia Jaime Maussan, que tem liderado a apresentação ao mundo das Múmias de Nazca, defendendo ser uma das descobertas mais importantes da história humana. Embora agora ele evitado denominar os corpos como figuras extraterrestres, Maussan sempre defendeu que os artigos têm uma procedência biológica legítima e “não humana”.

Relatório de pesquisadores peruanos garante que múmias são "autênticas de um ponto de vista biológico" (Reprodução/TV Maussan/Youtube)
Relatório de pesquisadores peruanos garante que múmias são “autênticas de um ponto de vista biológico” (Reprodução/TV Maussan/Youtube)

Numa primeira exibição, em audiência no parlamento do México, no ano passado, a exposição das múmias dividiu opiniões. Desta vez, no Peru, virou um evento inusitado, com direito a interrupção por parte do Ministério Público e do Ministério da Cultura do país. Os órgãos governamentais aproveitaram a oportunidade para realizar uma diligência na tentativa de apreender os corpos.

Ao longo dos últimos meses, vários documentaristas tentaram investigar esses corpos, viajando para o Peru e para a Cidade do México, onde duas das espécies estavam localizadas. Apesar de muitos concluírem que os corpos não são reais, a barreira do idioma impediu uma investigação mais aprofundada por cientistas forenses americanos, um objetivo frequentemente colocado em evidência pelo próprio Maussan.

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Enquanto isso, o Ministério da Cultura do Peru tem sido consistentemente crítico em relação à investigação de Maussan e seus colaboradores. Os órgãos públicos alegam que além de os corpos serem bonecos criados por ladrões de túmulos para venda no mercado negro, são peças que pertencem ao patrimônio cultural do país. Assim, conforme a legislação vigente, as peças não poderiam estar em poder de entidades privadas ou indivíduos.

Ministério Público tentou apreender múmias

Durante a apresentação de quinta-feira, uma representante do Ministério Público chegou a interromper o evento, acreditando erroneamente que os corpos estariam presentes. Estranha e coincidentemente, desta vez nenhuma múmia tridáctila fazia parte do acervo a ser apresentado aos jornalistas presentes, diferente de todas as demais apresentações similares fora do Peru.

Momento em que representantes do Ministério Público e do Ministério da Cultura do Peru interrompem o evento para fiscalização(Reprodução/TV Maussan/Youtube)
Momento em que representantes do Ministério Público e do Ministério da Cultura do Peru interrompem o evento para fiscalização(Reprodução/TV Maussan/Youtube)

Enquanto a fiscalização do poder público continuou a fiscalização conversando e solicitando informações dos organizadores do evento, a apresentação continuou centrou esforços na apresentação dos cientistas norte-americanos. Eles foram representados pelo Dr. John McDowell, ganhador do Prêmio de Ciência RBH Gradwohl 2024 e ex-presidente da Academia dos Estados Unidos de Ciências Forenses (AAFS). Se se comprometer com a origem dos corpos, ele apenas deu seu aval para a continuação da investigação das Múmias Tridáctilas de Nazca.

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Além de McDowell, participaram da banca de cientistas da coletiva o Dr. James Caruso, coronel e médico legista chefe de Denver, Colorado, e o Dr. William Rodriguez, antropólogo forense e examinador médico. Segundo alguns orgãos de imprensa, eles arriscaram suas reputações ao pedir mais investigações sobre essas misteriosas figuras durante a coletiva. A forma de participação dos cientistas, no entanto, ainda causa estranheza: novamente, nenhum relatório ou artigo novo foi apresentado dentro dos padrões convencionais de revisão por pares.

Quanto à exibição dos dados dos estudos, foram apresentadas exames complementares que teriam sido realizados pelos colaboradores de Maussan. Os primeiros estudos já haviam sido algo de críticas por não serem feitos de forma mais ampla, sem o fornecimento de amostras para pesquisadores ativos em universidades renomadas.

Mesmo assim, houve novidades. Durante o evento, foi revelado um primeiro olhar sobre “Rafael”, que se acredita ser um feto encontrado dentro de uma das múmias tridáctilas que teria morrido durante uma gestação. O exemplar adulto foi obtido, segundo Maussan, “a poucos dias”. O pesquisador revelou que é um espécime tridáctilo muito similar a outro que foi denominado de “Montserrat”.

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“Este seria um ser de uma jovem mulher adulta, possivelmente entre 16 e 20 anos de idade, com uma surpresa extraordinária e essa é a prova definitiva: esta fêmea estava grávida. Como se pode falsificar isso?”, questionou Maussan.

Mais observações sobre Rafael foram apresentadas por José de Jesus Zalce Benitez, diretor do Instituto Científico de Saúde da Marinha Mexicana, o mesmo pesquisador que, na apresentação realizada no México, em 2023, com base em imagens de raios X, reconstrução 3D e análise de DNA, garantiu que “esses corpos não têm nenhuma relação com seres humanos”. Uma das peculiaridades do exemplar adulto que carrega “Rafael” é o fato de aparentemente conter um implante de ouro na cabeça.

Maussan mostra radiografia de Mumia de Nazca onde investigador aponta a presença de um possível feto (Reprodução/TV Maussan/Youtube)
Maussan mostra radiografia de Mumia de Nazca onde investigador aponta a presença de um possível feto (Reprodução/TV Maussan/Youtube)

Controvérsia em torno das Múmias de Nazca deve ir à justiça

A polêmica sobre as chamadas “Múmias de Nazca” não é recente e continua sendo um tema controverso. Em 2017, o Portal Vigília publicou uma reportagem abrangente questionando a veracidade das alegações de que esses corpos mumificados seriam de origem “não humana” ou extraterrestre.

A história por trás dessas múmias é complexa e envolve acusações de montagens com pedaços de corpos humanos e animais, adulterados de forma a parecerem anômalos, bem como um obscuro tráfico de peças arqueológicas e culturais que preocupa as autoridades peruanas.

Recentemente, em uma audiência pública sem precedentes no Congresso do México em setembro de 2023, o jornalista e ufólogo Jaime Maussan apresentou dois desses artefatos, afirmando serem cadáveres de extraterrestres com três dedos e cabeças alongadas, recuperados próximo às Linhas de Nazca no Peru.

Porém, em janeiro de 2024, especialistas forenses do Instituto de Medicina Legal do Peru analisaram algumas dessas supostas múmias apreendidas e concluíram que são falsificações criadas com ossos de animais unidos por adesivos sintéticos modernos, não tendo relação com culturas pré-hispânicas ou seres não humanos.

Bonecas com ossos de animais: análises de especialistas forenses do Peru revelam que Múmias de Nazca são fraudes (Foto Ministério da Cultura do Peru)
Bonecas com ossos de animais: análises de especialistas forenses do Peru revelam que Múmias de Nazca são fraudes (Foto Ministério da Cultura do Peru)

Na coletiva desta quinta-feira Maussan acusou o Ministério Publico do Peru de usar artefatos realmente falsificados, diferentes daqueles a que seu grupo tem acesso, para tentarem desacreditar sua investigação. Durante a coletiva ele revelou que a abriu uma ação milionária na justiça contra o governo do Peru pela difamação do trabalho do grupo, mas estaria disposto a um acordo.

“… Esperamos conciliar esta demanda milionária que temos sobre o estado do Peru. Esperamos conciliar e uma de nossas solicitações será permitir levar esses corpos ao exterior para realizar uma investigação”, disse.

Apesar da controvérsia, Maussan continua veementemente atribuindo uma origem “não humana” a esses artefatos. Contudo, as opiniões até o momento estão sempre ligadas a profissionais aparentemente convidados de Maussan, com notável ausência de artigos (ou “papers“) e estudos científicos especializados, sujeitos a revisão por pares, para comprovar as extraordinárias alegações.

Enquanto isso a polêmica persiste, com a necessidade de mais investigações envolvendo acadêmicos renomados e institutos adequadamente aparelhados para desvendar o verdadeiro mistério por trás dessas intrigantes figuras.

Confira a coletiva completa abaixo:

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