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Abduções ou algo diferente

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Ao longo dos anos de investigação de temas associados à fenomenologia OVNI, um dos casos mais impressionantes com que me deparei prendeu- se com uma alegada abducção de uma criança de quatro anos de idade.
Não foi uma tarefa fácil e por várias razões. A principal tinha que vêr com o meu cepticismo na apreciação global das chamadas experiências abductivas como parte integrante do fenómeno OVNI. A outra prendia-se com o facto de se tratar de uma criança, o que acarretava uma série de problemas não só a nível de angariação informativa, uma vêz que a comunicação tinha de sêr pré-estudada, como as implicações no perfil psicológico, uma vez que eu manifestasse interesse em partilhar os segredos escondidos que atribulavam esta criança.
Após vários contactos com a mãe da criança, no sentido de obtêr informação adicional que me permitisse uma aproximação mais frutífera, bem como um esclarecimento mais profundo sobre as implicações de uma análise executada por profissionais em psicologia, iniciei o processo de contacto com um dos melhores terapeutas no seio da comunidade ovnilógica, o Dr. David Gotlib, na altura residente em Toronto.
Sem muito sucesso, já que por razões ontológicas o Dr. Gotlib não examinava crianças , não tive outro recurso senão recorrêr à minha experiência como investigador e também na expectativa de que as minhas próprias faculdades paternais me ajudassem através do processo investigativo.
Uma vez estabelecida a estratégia, e com a ajuda da minha própria filha que na altura tinha nove anos de idade, resolvi agrupar uma série de crianças na minha residência para que assim pudesse estabeler o contacto com a dita criança – Stéfan.
Stéfan, um rapaz vivaço que prefere brincar sózinho, é filho de um casal imigrante Chileno residente nos
suburbios de Toronto. Desde os dois ou três anos de idade que Stéfan têm imensos pesadelos que na sua interpretação envolvem entidades originárias de outro planeta. A maior parte das “ocorrências” com estas entidades eram baseadas no relato visionário do futuro da humanidade num contexto verbal em que Stéfan raramente compreenderia.
Ocasiões houve em que após troca de ideias Stéfan reagiria violentamente, tendo numa das instâncias, ameaçado as entidades de que ia à cozinha buscar uma faca para pôr têrmo ao diálogo!
Uma das curiosidades também relatadas foi o facto de que uma das entidades não só tinha uma fisionomia diferente das outras como era do sexo feminino e comandava a expedição.
Durante a reunião na minha residência, e embora o ambiente proporcionado à discussão de tópicos tão comuns, tais como “ETs, naves espaciais,” etc., fosse favorável e extensivo a todas as crianças presentes, Stéfan denotava uma certa estranheza e reserva na abertura ao diálogo e, cada vez que abordado, reagiria de uma forma totalmente desvinculada da sua personalidade. Como se algo o impedisse de falar no assunto.
Após um pequeno concurso de desenhos alusivos à interpretação infantil dos “ETs”, Stéfan produziu, na sua expressão simples, um relato gráfico de um dos contactos com as entidades.
As experiências que o atormentavam eram relatadas numa base esporádica à mãe, normalmente um ou dois dias após o acontecimento. A mãe, preocupada com estes incidentes nunca o abordou no sentido de saber sobre a ocorrência com receio de agravar uma situação que ele esperava ser superada com o tempo.
Stéfan, que pouca televisão via não foi de forma alguma sujeito a influências externas que pudessem catalizar a sua interpretação dos pesadelos.
Após algum tempo depois da reunião tida, Stéfan ficou com dificuldades auditivas que requereram intervenção médica de pequenas proporções. De acôrdo com a mãe, o médico que o examinou ficou espantado por encontrar algo no ouvido que, embora julgasse tratar-se de depósito de cêra, seria pouco provável numa criança de quatro anos de idade. Afim de não se sentir envergonhada com a situação, a mãe de Stéfan resolveu não pedir explicações ao médico após a extracção da substância. Uma vez mais, Stéfan atribuiu responsabilidades do assunto às entidades parte dos seus pesadelos.
Os anos tem decorrido e uma série de incidentes estranhos têm ocorrido no seio da familia de Stéfan. Nadia, a irmã, nunca têve qualquer situação de similaridade.
Conforme atrás mencionei, o cepticismo na matéria de abducções tem sido uma constante para mim ao longo dos anos, no entanto, a particularidade e inocência do interveniente na descripção detalhada da sua interpretação dos acontecimentos requer de mim um esforço interpretativo que transcende as minhas qualificações.

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Até lá, a vigília continua.

Victor Lourenço
Diretor e Investigador do MUFON (Mutual UFO Network)
na província de Ontário, Canadá

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