Vídeo de extraterrestre conversando não é real: montagem de artista
Em 2020, um intrigante vídeo começou a circular nas redes sociais. Nele, um homem aparece em uma conversa aparentemente casual com um extraterrestre de aparência reptiliana. O vídeo viralizou rapidamente, gerando especulações sobre sua veracidade. Na época, o Portal Vigília chegou a publicar uma matéria sobre o caso, relatando que uma análise preliminar não encontrou indícios de montagem. Porém, a própria matéria ressaltava que a análise de pouco valia sem acesso aos arquivos originais da filmagem.
De lá para cá, a verdade sobre esse vídeo não ganhou o mesmo destaque que o viral decorrente da divulgação inicial. Por isso resolvemos revisitar o caso e dar o veredicto final, com base em fatos: sim, o vídeo é uma montagem. O extraterrestre não passava de uma animação criada pelo artista digital Shaban Havuzsalim, especializado em efeitos visuais.
Havuzsalim utilizou softwares como Cinema 4D e After Effects para dar vida ao ET na tela. Ele então combinou a animação com a filmagem de um ator humano, resultando no vídeo que enganou muitos. Sua intenção era apenas criar uma peça de ficção para seu portfólio, porém acabou vendo seu trabalho se espalhar como algo real na internet.
Em postagens em suas redes sociais, principalmente em seu perfil no Facebook, o artista deixa claro que se trata apenas de um trabalho criativo seu. Ele já publicou outros “renders” (ou trechos) mostrando o alienígena sozinho e detalhes técnicos da sua obra. Há até uma “versão 2”, onde o alienígena “conversa” com outro ator, sentado no mesmo cenário.
No entanto, muitos perfis “ufológicos” nas redes sociais continuam insistindo em espalhar o vídeo fora de contexto, omitindo os créditos do criador.
Este caso ilustra bem os perigos de se aceitar qualquer vídeo ou imagem como prova definitiva no campo da ufologia. Como alertado pelo Portal Vigília já em 2020, é essencial ter acesso aos arquivos originais e submetê-los a uma análise forense completa antes de tirar conclusões. Caso contrário, corre-se o risco de cair em armadilhas, às vezes criadas apenas para entretenimento ou demonstrações técnicas, como neste caso, ou, pior, levadas a cabo por falsários e golpistas com objetivos menos nobres.
De novo: a importância do ceticismo na pesquisa ufológica
Episódios como o do falso vídeo do ET conversando destacam a necessidade de se manter uma postura cética ao analisar supostas evidências ufológicas. Conforme destacado em outro artigo do Portal Vigília (“Nem todo UFO é extraterrestre…”), é importante evitar o “querer acreditar” e fazer verificações minuciosas antes de cravar algo como real.
Alguns cuidados simples podem ajudar o pesquisador sério a separar casos promissores de fraudes ou equívocos. É essencial checar a procedência das fontes, desconfiando de informações vagas e não verificáveis. Também é preciso considerar possíveis vieses e falta de conhecimento técnico por parte de observadores e relatores.
Buscar opiniões de especialistas em áreas como astronomia, aeronáutica e até psicologia, quando relevante, pode ajudar a elucidar casos aparentemente misteriosos. Muitas vezes, o que parece inexplicável para um leigo tem explicação trivial sob outra perspectiva.
Claro que nem tudo deve ser descartado automaticamente. Há de fato um pequeno percentual de casos ufológicos bem documentados que resistem ao maior escrutínio. Porém, é justamente mantendo uma postura cética e metódica que o pesquisador poderá separar esses possíveis genuínos OVNIs da grande quantidade de equívocos e fraudes que circulam.
