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Ufólogos procuram relação entre morte de soldado e captura de ET

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Novas informações sobre o Caso Varginha estão causando polêmica e aumentando ainda mais o ar de mistério que envolve a história. No dia 20 de janeiro desse ano, exatamente um ano depois da data em que teria ocorrido a suposta captura de criaturas do espaço na cidade mineira, durante uma entrevista coletiva, os ufólogos Ubirajara Franco Rodrigues, Victorio Pacaccini e Claudeir Covo apresentaram à imprensa Marta Antonia Tavares, irmã de Marco Eli Chereze, policial militar que, segundo os pesquisadores, teria participado da operação de captura.

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Policial há 4 anos, Chereze fazia parte do serviço reservado da polícia, conhecido como P2. Aos 23 anos de idade, ele morreu no dia 15 de fevereiro de 1996, por infecção generalizada. No atestado de óbito consta morte por insuficiência respiratória, septicemia e pneumonia bacteriana.

Quando os ufólogos descobriram a história, a família já havia entrado com pedido de instauração de inquérito policial na 4ª Delegacia Seccional de Varginha. A suspeita era de erro médico.

Por traz do cunho ufológico do episódio, pode estar uma história que ainda dará muito trabalho para o Conselho Regional de Medicina e o Ministério Público.

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Marta contou que 17 dias após a suposta operação de captura, o irmão descobriu um abcesso (furúnculo) na região da axila. No dia 7 de fevereiro de 1996, o Dr. Robson Ferreira Melo, então médico tenente da polícia, fez uma drenagem do abcesso, um procedimento cirúrgico simples. No dia 11 de fevereiro, Marco começou a sentir dores pelo corpo e teve febre. Com o avanço do problema, acabou sendo internado no Hospital Bom Pastor, em Varginha, e, dois dias depois da internação, foi removido para o Centro de Tratamento Intensivo do Hospital Regional, em 15 de fevereiro, vindo a falecer no mesmo dia. Segundo Marta, a pedido dos médicos, o corpo foi sepultado 3 horas após a morte, sem velório.

Dada a rapidez do processo infeccioso que culminou no falecimento, as suspeitas dos ufólogos recaíram sobre o ET. Eles especulam sobre a possibilidade de ter havido contaminação por substância ou micro-organismo vindo da criatura. Victorio Pacaccini falou à Vigília sobre a existência de um exame de sangue feito por Marco pouco antes da microcirurgia onde constaria “8% de uma substância tóxica não identificada”.(*) No entanto, nem os médicos que trataram do policial nem a polícia de Varginha, que investigou a morte, têm notícia desse exame.

Mas há outros fatores que levaram à associação da morte com o ET. Pacaccini diz que a Polícia Militar afirmou aos pesquisadores e à família de Marco que o policial não estava de serviço no dia da suposta captura. No entanto a família desmente, dizendo que ele trabalhou até as 2 horas da madrugada do dia seguinte.

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Naquele dia 20 de janeiro, uma forte chuva de granizo caiu sobre Varginha, causando grande estrago. Segundo a irmã, Marco teria ido à casa da mãe para trocar de roupa, uma vez que estava molhado, e mandou avisar a esposa — grávida– que estava num trabalho de emergência e não voltaria cedo. Segundo o ufólogo e advogado Ubirajara Franco Rodrigues, o carro que levara Marco em casa era o mesmo usado pelo serviço reservado da PM, e o policial estaria molhado porque o vidro do passageiro estava quebrado.

Marta revelou à Vigília que, após esse dia, seu irmão passou a ter um comportamento estranho. “Quando a gente assistia a um filme sobre extraterrestres ele dizia: isso aí é bobeira, desliga isso aí”, contou ela. “Antes ele até gostava do assunto e assistia com a gente”, disse.

Em outra ocasião, o pai de Marco, Naldo Chereze, ao assistir a uma reportagem sobre os ETs de Varginha, teria dito que achava tudo “uma grande besteira, uma mentira”. Segundo Naldo teria contado aos ufólogos, o filho protestou: “isso é muito sério, ainda vai dar o que falar”.

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Demora na necropsia

Outro fator que alimentou o mistério em torno do caso foi a demora do laudo da necropsia, que só saiu em janeiro de 97, um ano após a morte.

Os pesquisadores acreditavam na hipótese de acobertamento. Contudo, o delegado encarregado do caso, João Pedro da Silva Filho, revelou que o atraso teve um motivo bem terrestre. Aliás, bem brasileiro: “a Medicina Legal de Varginha fez a necropsia e solicitou de um laboratório particular alguns exames. O laboratório particular se recusava a entregar o laudo na Medicina Legal sem o devido pagamento, e a Polícia Militar não tinha o dinheiro, na época, para pagar”.

*Em tempo: em e-mail enviado à Vigília, o ufólogo Vitório Pacaccini reforçou a existência do referido exame, mas retificou que é posterior à cirurgia e consta dos autos do inquérito. Contudo, à época da matéria, Vigília insistiu no assunto com o delegado João Pedro, que negou conhecer o exame.

Morte no zoológico

Também em circunstâncias ainda por esclarecer, a morte de cinco animais no zoológico de Varginha ajudou a associar o suposto ET à possibilidade de contaminação.

No dia 21 de abril de 1996, Terezinha Gallo Clepf, de 67 anos, esposa de um vereador da cidade, teria visto, no zoológico, uma criatura muito parecida com a descrição dada ao suposto ET de Varginha. Nos dias que se seguiram ao avistamento, morreram dois veados, uma jaguatirica, uma anta e uma arara azul.

“É uma coisa muito complicada, porque os animais realmente morreram de uma forma abrupta. A gente já fez a necropsia e não encontrou dados sobre o que levaria à morte desses animais”, revelou o veterinário do zoológico, Marcos Carvalho Mina. Em um dos veados foi constatada a presença de tóxico cáustico. “A gente não sabe como ele poderia ter ingerido esse tóxico cáustico, porque os outros também teriam ingerido”, analisou Mina.

Apesar de ainda procurar um vínculo entre a morte do soldado e a captura, o ufólogo Ubirajara é cauteloso. Ele declarou que “até agora não há evidências suficientes para afirmar que o soldado tenha tido contato com algum vírus ou substância ligada à criatura”. Segundo ele, o maior interesse da Ufologia na história é que ela permitiu descobrir quem eram os soldados do serviço reservado da PM que teriam participado da operação de captura.

Já para a polícia, parece não haver mais dúvidas. O delegado João Pedro disse já ter concluído o inquérito. Conforme declarou à Vigília, “a Polícia Militar nega que o soldado tenha tido qualquer contato com o ET. Durante a fase de investigação, também não conseguimos provar nada”. O delegado evita usar o termo ‘erro médico’. “Mas no mínimo negligência houve. Tanto é que ele, o tenente médico dr. Robson, foi indiciado”, disparou.

Segundo o delegado, o médico teria deixado de tomar alguns cuidados básicos para a microcirurgia do abcesso, como a tricotomia (raspagem dos pelos) na área afetada. “O Ministério Público está analisando e vai fatalmente oferecer denúncia contra o dr. Robson, por que ficou evidenciado que houve alguns descuidos por parte dele na elaboração da cirurgia”, concluiu o delegado.

Os médicos se defendem

O médico que fez a drenagem do abcesso disse estar tranquilo. Já fora da polícia militar, mas ainda trabalhando em Varginha, no hospital Bom Pastor e no centro cirúrgico do Hospital Regional, dr. Robson Ferreira Mello acha natural que as pessoas tendam a associar qualquer problema a uma cirurgia recente.

Ele afirmou que dois dias após tratar do soldado, examinou seu desenvolvimento e não encontrou nenhum problema. “O processo inflamatório tinha regredido”, diz o médico. Depois de alguns dias, já encontrou o rapaz internado. “Ele estava com dores nas costas e os colegas (médicos) estavam investigando”, disse.

A partir daí já não teria mais sido ele a cuidar do caso. “A família se desesperou porque perder uma pessoa jovem desse jeito não é fácil de aceitar”, ponderou o dr. Robson, justificando sua tranquilidade: “tenho a consciência de que não fiz nada de errado”. Sobre a relação da morte com o ET, ele conta que só sabe o que os jornais noticiaram.

Segundo o médico Cezario Lincon Furtado, que cuidou de Marco após a internação, quando o soldado foi internado, o abcesso já estava curado. “Se tem alguma coisa esquisita nisso, aí eu não sei”, disse. Questionado sobre o avanço rápido da infecção, o médico acha que já deveria haver alguma deficiência imunológica. “Não é o primeiro caso de imunodeficiência que eu diagnostiquei. Já teve pelo menos uns três aqui em Varginha”, revelou. Mas nos outros, como a evolução não foi tão rápida, houve diagnóstico, o que não ocorreu no caso de Marco Chereze.

O doutor Furtado disse que, do ponto de vista médico, o caso foi bem conduzido e documentado. Para o médico, “a irmã dele (Marta), que parece ser uma pessoa que deve ter algum desequilíbrio, como viu que por esse lado médico não teve nada de erro, nem de negligência, nem de nada, agora está falando que pode ser –esse machucado que ele teve– alguma relação com o extraterrestre que esteve por aqui. Está aí o caso para a polícia resolver”, concluiu.

Pesquisa deve primeiro esgotar hipóteses terrestres

Para o médico Luciano de Almeida Burdmann, pós-graduando em doenças infecciosas e parasitárias pela Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina, antes de procurar qualquer outra explicação para a morte do soldado Marco Eli Chereze, são necessárias análises especializadas para que possam ser eliminadas uma a uma todas as hipóteses convencionais.

Procurado por Vigília, que levou o caso ao seu conhecimento, ele afirmou que o desenvolvimento do quadro de saúde do soldado “é compatível com micro-organismos já classificados pela microbiologia e pela medicina”. Para descobrir se o abcesso pode ter sido a porta de entrada do micro-organismo causador da infecção, segundo Burdmann, seria preciso saber exatamente onde esteve o paciente e com quais agentes infecciosos ele teve contato.

Descrente, ele foi categórico: “a hipótese de contaminação por uma bactéria não terrestre seria, por assim dizer, ‘pós-última’. Teria que se enumerar e eliminar todas as hipóteses do ambiente possíveis e habituais, até que só restasse algo fora do comum”.

Burdmann explicou que qualquer infecção é influenciada por dois grupos de fatores: primeiro, a agressividade do micro-organismo, medida por suas capacidades de reprodução, produção de lesões e produção de toxinas; e, segundo, as condições do hospedeiro (paciente infectado).

Sem ter acompanhado o paciente, ele revela que é difícil saber de suas condições de saúde, mas esclarece que há diversos causadores de deficiências imunológicas, tais como tratamentos com medicamentos chamados imunossupressores (corticoides e quimioterápicos), contaminação por retrovírus — caso do grupo HTLV (1, 2 e 3) e HIV (causador da AIDS)–, leucemias e linfomas (câncer), anemias falciformes e outros. “Em muitos desses casos, é difícil detectar o problema a tempo e qualquer infecção pode ter curso fulminante”, afirma.

Sobre a microcirurgia no abcesso, o médico evita uma opinião. “Para julgar o procedimento cirúrgico seria necessária uma avaliação por um perito, com experiência comprovada, que possa confrontá-lo com procedimento recomendado e reconhecido como eficiente pela Medicina”, conclui. Conforme esclarece, esse é um dos papéis do Conselho Regional de Medicina.

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