Projeto Blue Book 2.0 vem aí: aprovada a emenda Gillibrand
Uma proposta enterrada nas entranhas da Lei de Autorização de Defesa Anual dos EUA deve provocar o ressurgimento de uma espécie de Projeto BlueBook 2.0 na Ufologia norte-americana. Na última quarta-feira (15/12/2021) o Senado Federal dos Estados Unidos aprovou a destinação de 770 bilhões de dólares para o aparato de defesa do país, e de quebra aprovou a propositura que ficou conhecida como Emenda Gillibrand, em referência à sua autora, a senadora democrata por Nova Iorque Kirsten Gillibrand. A Lei agora depende apenas da sanção do Presidente Joe Biden para entrar em vigor.
A emenda determina — no que agora se tornará a Seção 1683 da Lei de Autorização de Defesa Nacional para o ano fiscal de 2022 — que o Secretário de Defesa Lloyd Austin e a Diretora de Inteligência Nacional, Avril Haines, devem estabelecer um “escritório, estrutura organizacional e autoridades para tratar de fenômenos aéreos não identificados” dentro de 180 dias a partir de quando o presidente Biden assinar o documento.
Entre as atribuições da nova agência estarão: “avaliar as ligações entre fenômenos aéreos não identificados e governos estrangeiros adversários, outros governos estrangeiros ou atores não estatais” e “a ameaça que tais incidentes representam para os Estados Unidos”.
Uma das grandes diferenças em relação a outros anúncios recentes de iniciativa do próprio Pentágono em lidar com o tema está o fato de que o novo escritório obrigatoriamente terá de apresentar relatórios desclassificados anuais aos “comitês parlamentares apropriados” e entregar a uma parte dos congressistas norte-americanos resumos confidenciais de suas atividades, pelo menos duas vezes por ano.
Há uma expectativa de parte da comunidade ufológica dos Estados Unidos de que a criação dessa estrutura amplie de forma importante a investigação ufológica governamental oficial e garanta um pouco mais de transparência ao processo. Alguns circuitos já falam numa espécie de reedição do Projeto Blue Book. O Blue book é considerado a primeira iniciativa oficial dos EUA destinada à pesquisa dos óvnis (objetos voadores não identificados, ou UAPs, de Unidentified Aerial Phenomena, como os militares dos EUA preferem chamar agora).
Desta vez, no entanto, haveria espaço um bocado mais de espaço para a transparência das investigações da unidade, em relação à iniciativa similar desenvolvida a partir do final da década de 1940, até 1969. Parte desse otimismo resulta da obrigatoriedade de fornecimento de informações de forma pública, da orientação de cooperação interagências e da efetivação de análises técnico científicas dos dados coletados, ampliando o escopo das iniciativas anteriores.
Em junho, um relatório do governo sobre avistamentos de UAPs disse que não havia “uma explicação única” para pelo 140 incidentes relatados por militares desde 2004 e os considerou uma ameaça à segurança de voo e uma ameaça potencial à segurança nacional.
No mês passado, o Pentágono anunciou discretamente que havia formado o Grupo de Identificação e Sincronização de Gerenciamento de Objetos Aerotransportados para supervisionar as investigações de OVNIs, que os críticos atacaram como uma tentativa de limitar a transparência sobre o assunto.
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