O mistério do UAP “água-viva” ou “monstro espaguete”, do Iraque
Na primeira semana de janeiro, o jornalista e entusiasta ufológico Jeremy Corbell lançou um vídeo intrigante de um objeto voador não identificado (UAP) que ele apelidou de “Água-viva”. O vídeo, que supostamente teria sido filmado em uma base de operações conjuntas dos EUA no Iraque em 2018, mostra um objeto que se assemelha a uma água-viva voando no céu, com seus “tentáculos” balançando no ar.
Segundo descreveu Corbell, o vídeo foi capturado com um radar infravermelho/termográfico de visão frontal. O objeto, que realmente se assemelha a uma água-viva, passou por uma instalação militar sensível antes de se mover sobre a água, onde começou o que Corbell descreve como um “descida controlada” antes de submergir. Depois de 17 minutos, o UAP teria emergido da água para desaparecer em alta velocidade. Essa ação, no entanto, não está registrada no trecho vazado por Corbell.
Na imagem liberada, o objeto apenas segue lentamente seu curso, às vezes aparentando mudar de intensidade. Rapidamente, vários especialistas analisaram o vídeo. As análises variam, com os mais céticos sugerindo que o objeto poderia ser um artefato da câmera, como uma mancha na lente, ou um balão. Mick West, reconhecido investigador de linha cética, publicou um post no fórum Metabunk, do qual é fundador, defendendo que trata-se apenas de um grupo de balões.
“Então, alguma hipótese? Eu colocaria balão(ões) no topo por enquanto, pois parece estar apenas à deriva no vento”, disse.
Ouvido pelo jornalístico NewsNationNow, no entanto, o Dr. Matthew Szydagis, professor de física na Universidade de Albany, argumentou que as hipóteses triviais são improváveis por várias razões. Ele observou que o objeto “muda de tamanho com o zoom, o que não seria o caso se fosse uma mancha na lente”. Além disso, a cor do objeto muda rapidamente ao longo do vídeo, indicando uma mudança de temperatura.
“Isso é notável porque não é possível para quaisquer objetos conhecidos mudar de temperatura tão rapidamente”, disse.
Szydagis aparentemente ignorou o fato, apontado por vários espectadores do vídeo, que a temperatura — ou a cor — da paisagem também muda nestes momentos, indicando que pode ser apenas um ajuste de sensor da câmera.
A versão televisiva do NewsNation conseguiu ouvir uma testemunha, o veterano da Marinha dos EUA Michael Cincoski, que garante que teve acesso ao vídeo original. Segundo ele, o episódio virou uma espécie de história de fantasma da base. Ele disse que muitas pessoas na base viram o vídeo. Ninguém conseguia descobrir exatamente o que era o objeto. Eles não o viam realmente como uma ameaça, mas achavam que era um grande mistério.
Michael Cincoski foi controlador tático de inteligência, vigilância e reconhecimento na base no Iraque, e corrigiu algumas informações sobre a filmagem. Disse que foi feita em 2017, não 2018, e foi mostrado a ele por colegas quando ele chegou à base.
Os fuzileiros navais apelidaram o objeto de “Monstro Espaguete” quando começaram a vê-lo na câmera. Eles estavam observando para ter certeza de que não era uma ameaça. Cincoski diz que o vídeo foi capturado por um aeróstato, ou seja, um grande balão com formato de um dirigível sobre a base, cuja finalidade era procurar ameaças. Os colegas rastrearam o objeto enquanto ele viajava pela base e saía sobre o Lago Hahave, na província de Anbar, no Iraque.
Cincoski garante que viu os 17 minutos completos do vídeo e que não é verídica a afirmação de que ele desceu para o lago e depois saiu em disparada. Ele disse que, no final, o objeto parecia apenas continuar se afastando. Eles não podiam mais ver se caía na água ou apenas continuava sobre o lago. Em nenhum momento, nos momentos finais do vídeo, eles viram o objeto cair do céu. E como não parecia representar uma ameaça, não era como se eles precisassem tomar uma ação imediata contra aquilo.
