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Eisenhower encontrou-se com embaixadores alienígenas?

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Há cinqüenta anos — em 20 de fevereiro de 1954 — o presidente Dwight Eisenhower interrompeu suas férias em Palm Springs, Califórnia, para fazer uma viagem noturna secreta a uma base da Força Aérea próxima para se encontrar com dois seres extraterrestres.
Ou talvez não. Talvez Ike [Nota do Editor: Ike é um pelido pelo qual Eisenhower ficou conhecido] apenas tenha ido ao dentista. Há controvérsia sobre o assunto.
A teoria “Ike-encontra-com-ETs” é sustentada por Michael Salla, um professor aposentado da American University que agora desenvolve o programa do Centro Para a Paz Global daquela instituição.
A teoria “Ike-vai-ao-dentista” é defendida pelo pessoal da Biblioteca Dwight D. Eisenhower, em Abilene, Kansas, e por James M. Mixson, professor de odontologia e historiador do trabalho odontológico presidencial.
Apenas para fazer as coisas mais intrigantes: na noite em questão, a Associated Press divulgou esta notícia: “Pres. Eisenhower morreu hoje à noite de um ataque de coração em Palm Springs”. Dois minutos mais tarde, a AP se retratou desse boletim e relatou que Ike ainda estava vivo.

Oferta nuclear

Certamente, Ike estava vivo. E continuou vivendo até 1969. Mas décadas depois de sua morte, suas atividades na noite de 20 de fevereiro de 1954 se tornaram a fonte para estranhas teorias sobre seres alienígenas.
Alguns fatos são indiscutíveis: Eisenhower se encontrava em férias, para jogar golfe, em Palm Springs, em 20 de fevereiro de 1954. Após o jantar daquela noite, fez uma saída não programada do rancho Smoking Tree, onde estava hospedado. Na manhã seguinte, assistiu um culto religioso numa igreja em Los Angeles. Também essa manhã, seu porta-voz anunciou à imprensa que Ike tinha visitado um dentista na noite precedente porque lascou um dente ao comer uma asa de galinha no jantar.
Salla, que tem um PhD em assuntos governamentais pela Universidade de Queensland, na sua nativa Austrália, não acredita nisso. Ele configura a viagem ao dentista como um acobertamento da verdade. Acredita que Ike foi à Base de Edwards, da Força Aérea, onde se encontrou com com dois ETs com cabelos brancos, olhos azuis pálidos e bocas descoloridas.
Estes alienígenas — apelidados de “Nórdicos” nos círculos ufológicos porque se assemelham a seres humanos escandinavos — viajaram até Edwards vindos de outro sistema solar em um disco voador e, segundo Salla, falaram com Eisenhower.
“Houve comunicação telepática”, diz Salla, 45 anos, sentado em sua sala na suburbana Falls Church, ” que é como se você escutasse uma pessoa mas ela não está falando”. Os “Nórdicos” ofereceram compartilhar sua tecnologia superior e sua sabedoria espiritual com Ike se ele concordasse em eliminar as armas nucleares americanas.
“Eles estavam receosos do que nós puderíamos detonar a partir da nossa tecnologia nuclear”, Salla diz, “e aparentemente isso faria algo com o tempo e o espaço e teria impacto nas raças extraterrestres em outros planetas”. Ike declinou a oferta do ETs, Salla diz, porque não quis abandonar as armas.
Tratado de abdução

Algum tempo mais tarde, em 1954, Ike firmou um tratado com uma outra raça extraterrestre, conhecida como “Greys” (cinzas) — permitindo que capturassem gado terrestre e seres humanos para experiências médicas, contanto que os seres humanos retornonassem em segurança para casa. Desde então, Salla diz, os “Greys” têm sequestrado “milhões” de seres humanos.
Salla, autor “A viagem do herói através do segundo século americano”, publicou suas teorias ET em seu novo livro, “Exopolítica: Implicações políticas da presença extraterrestre” e num artigo em seu web site “Exopolitics” (http://www.exopolitics.org ).
Por muito tempo na década de 90, Salla estudou resolução de conflitos e tentou em vão aplicar esse conhecimento para impedir a guerra no Timor Leste e nos Balcãs, ele conta. Frustrado, começou a procurar por uma conexão extraterrestre à miséria humana e encontrou a evidência de visitação ET — incluindo o encontro com Ike — na Internet.
“Há uma porção de material na Internet”, diz, “e eu apenas os juntei e remendei”. Enquanto isso, ensinava na School of International Service da American University. Em 2003 fundou o Programa Embaixador da Paz da universidade, descrito no site da AU como “um programa de verão que combina o estudo, práticas meditativas e preces cerimoniais em lugares selecionados de Washington visando promover a auto-energização individual e o governo divino em Washington”.
Salla reforça que sua pesquisa ET não está ligada com seu trabalho no Centro para a Paz Global da AU. O pessoal do centro também se mostra ansioso em reforçar este fato. “A pesquisa que Michael Salla está fazendo não é conduzinda em nome do centro ou em colaboração com o centro”, diz Betty Sitka, diretora associada do Centro para a Paz Global. “Esta é sua pesquisa pessoal”, explica.
Especialista em Aliens

Entrementes, a pergunta permanece: Ike encontrou-se realmente com ETs há 50 anos? “Não a nosso conhecimento”, diz Jim Leyerzapf, um arquivista na Biblioteca de Eisenhower. “Não há nada nos arquivos que indica isso”. Então Leyerzapf solta uma gargalhada.
Ele já ouviu esta teoria antes. “Nós tivemos tantos pedidos sobre esse assunto que nós temos uma pessoa que se especializou nele”. Essa pessoa é o arquivista Herb Pankratz. “Ele tinha especialização em transportes”, Leyerzapf diz, “e nós decidimos adicionar UFOs ao tema. Ele comporta trens, aviões, automóveis — e discos voadores”.
A biblioteca recebeu dúzias de perguntas sobre a alegada reunião Ike-ET no final dos anos 80 e começo dos anos 90, quando diversos livros ufológicos falaram nessa teoria, Pankratz diz. “É interessante como estas histórias têm mudado”, Pankratz aponta em um e-mail. “Inicialmente, os clientes reivindicavam que o presidente tinha feito uma viagem secreta à Base de Edwards para ver os restos dos aliens que tinham caído em Roswell, N.M., em 1947. As histórias anteriores então diziam que ele tinha realmente visto os aliens ainda vivos.
Prova “coroada”

Pankratz não compra nem uma nem outra teoria. Acredita na história do dentista, e cita James Mixson, historiador dental e professor de dentística na Universidade de Missouri. O artigo de Mixson “A historia da saúde oral de Dwight D. Eisenhower” — publicado na edição de novembro de 1995 do Bulletin of the History of Dentistry– é o trabalho definitivo sobre os dentes de Ike.
Citando os registros do cirurgião geral no histórico médico e odontológico de Ike, aberto aos investigadores em 1991, Mixson relatou que na crucial noite de 20 de fevereiro de 1954, Ike lascou a capa de porcelana de seu “incisivo central esquerdo superior” e esta foi reparada pelo Dr. Francis A. Purcell.
Purcell não está disponível para comentários. Morreu em 1974, de acordo com Pankratz. “A falta de um registro dentário no escritório de Purcell”, Mixson escreveu, “ajudou a dar combustível à crença neste encontro UFO”. Mas Mixson rapidamente adicionou que “o presidente teve dificuldades bem-documentadas com esta coroa”.
Certamente, a coroa, que foi instalada em julho de 1952, foi lascada e reparada em dezembro de 1952, em fevereiro em questão, e outra vez em julho de 1954, quando o dentista do presidente, Cel James M. Fairchild, o substituiu por “uma coroa de engastes delgados de ouro/platina”.
Isso pode ser mais até do que você desejaria saber sobre o serviço odontológico de Ike. Se não, Mixson se estende sobre o assunto por mais algum tempo, citando uma longa e lírica passagem escrita por Fairchild sobre este incômodo incisivo presidencial .
Contudo, há uma outra questão em aberto: Por que a AP relatou que Ike morreu essa noite? “Alguém se enganou a respeito e deixou a coisa escapar”, Pankratz diz. “Não deveria, mas escapou”.
Ike nunca fez qualquer indicação pública sobre encontros com ETs, Pankratz diz. Mas talvez tenha ventilado algo à sua família? O filho de Ike, John S.D. Eisenhower, é um general brigadeiro do exército aposentado e autor de diversos livros sobre história, incluindo o “General Ike: Uma Reminiscência Pessoal”.
Perguntado através de e-mail se seu pai tinha alguma vez mencionado se encontrar com aliens, Eisenhower respondeu com uma resposta curta, mas enfática: “Não”. E declinou de comentários posteriores.

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*Texto de Peter Carlson, publicado pelo jornal Washington Post, EUA, em 18 de fevereiro de 2004, traduzido por Andréia Tschiedel.

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