Caso Varginha: lançamento de documentário e reaparição de Pacaccini agitam Ufologia
Depois de 26 anos, Varginha voltou ao centro das atenções da Ufologia mundial com o lançamento do documentário “Moment of Contact” (Momento do Contato, ainda sem previsão de estreia no Brasil). Mas essa atenção foi potencializada por uma reviravolta inesperada: um dos principais pesquisadores do famoso episódio que envolveu a suposta captura de criaturas estranhas no Sul de Minas, Vitório Pacaccini, ressurgiu na cena ufológica depois de quase 18 anos de silêncio sobre o Caso Varginha.
E não foi uma simples reaparição. Pacaccini voltou a dar entrevistas a veículos de imprensa, participar de lives na Internet e a aparecer em eventos públicos afirmando que assistiu a pelo menos um vídeo mostrando de perto uma das criaturas do Caso Varginha capturadas pelo Exército na cidade mineira em janeiro de 1996.
A informação bombástica foi revelada pelo pesquisador durante sua participação numa espécie de “première” do documentário Momento de Contato realizada em Sorocaba, em São Paulo, nos dias 22 e 23 de outubro. O documentário foi dirigido e produzido pelo cineasta e entusiasta da Ufologia James Fox, com a coprodução e intensa participação do pesquisador brasileiro Marco Aurélio Leal. Leal transformou-se nos últimos anos numa das novas figuras centrais da pesquisa do Caso Varginha, em parceria com os pesquisadores João Marcelo e Giordano Mazutti.
“Lá estava. 35 segundos. A criatura é a descrição que as meninas já deram”
A nova informação de Pacaccini já ecoou em diversas lives, em vários canais, mas estreou na Internet no canal do Youtube do pesquisador João Marcelo, numa entrevista de 30 minutos que foi ao ar no dia 24 de outubro. No dia seguinte, foi a vez da live no canal da Radio Cidade Legal, de Sorocaba. Desta vez com a participação do pesquisador ao lado de Marco Leal, João Marcelo além do produtor e cineasta Fred Morsch. Este último ficou mais conhecido graças ao seriado documental “De Carona com os Óvnis” (série original do HISTORY, 2018).
Pacaccini contou que, em 2012 (período em que já estava distanciado dos holofotes da Ufologia) foi chamado para um encontro, em Belo Horizonte (MG), por um amigo militar de alta patente. Esse amigo adiantou que, como resultado “de um acordo muito secreto”, depois de “conversar com outros colegas das forças armadas, eu teria a permissão de assistir a um vídeo muito curto que foi elaborado às pressas fora de qualquer planejamento; uma oportunidade que aconteceu em 1996”.
Foram combinados os termos: ele poderia ver o material, mas não poderia guardar para si uma cópia ou registro. As pessoas que autorizaram a exibição — ao que parece o vídeo não pertencia ao tal amigo — assim condicionaram a exibição.
“Então aconteceu essa possibilidade. Foi marcado o local secreto eu compareci e esse meu grande amigo trouxe um notebook e lá um vídeo de 35 segundos me foi apresentado. Para mim foi a consagração da nossa pesquisa porque a criatura que estava lá é a descrição do que as meninas Liliane, Valquíria, Katia (viram). Do que outros militares já haviam nos reportado e a dona Terezinha Clepf também”, disse Pacaccini a Marcelo.
Pacaccini faz uma série de outras afirmações contundentes sobre as circunstâncias do vídeo. A cena teria sido gravada aparentemente numa instalação militar, mas parecia, segundo ele, um escritório e não havia equipamento médico por perto. Ele percebeu um telefone, papéis e canetas sobre a mesa. Identificou os protagonistas como militares pelos uniformes camuflados, inclusive as luvas seriam assim.
“Se eu puder comparar a compleição física dela era de uma criança de 7 anos. Braço muito fininho, tórax pequenininho porém a cabeça muito grande, desproporcional, com aquelas três protuberâncias e aquele olho vermelho que salta para fora das órbitas oculares”, relatou.
Além disso, em apenas 35 segundos de vídeo, ele teria presenciado toda uma gama de “experiências”.
“Eles tentaram colocar ela de pé. Ela conseguia ficar em pé. Cambaleava, tendia a cair e eles apoiavam ela de novo. Levaram pequenos pedaços de fruta à boca. Eu pude reconhecer pedaço de maçã pela casca e pedaço de banana. Ela não comeu. Tentaram levar à boca dela um pedaço de alface e o outro vegetal, pela cor verde oliva muito intensa, parecia ser um pedaço de couve. Ela também não aceitou. Tentaram levar um copo de água ela também não aceito. E alguém que estava filmando disse encerra, tá na hora, vamos embora. E cortou imediatamente o vídeo”, disse.
Pacaccini traz mais mistérios que revelações sobre Caso Varginha
Apesar da descrição detalhada do vídeo em si, a “revelação” reproduz uma descrição já bastante conhecida das criaturas do Caso Varginha. Porém, em nenhuma entrevista Pacaccini menciona algo revelador sobre o contexto do encontro. Tampouco esclarece porque apenas agora trouxe a história a tona, 10 anos depois de ter acesso ao material.
O Portal Vigília fez contato com o pesquisador, via aplicativo de mensagens. Pacaccini confirmou que sua ausência na Ufologia foi, em parte, motivada pelas ameaças e atentados que vinha recebendo. Questionado sobre suas suspeitas sobre as origens das ameaças, disse apenas que “as ameaças vinham de fontes anônimas. Só posso imaginar que fossem forças militares ou alguma outra central de inteligência”.
Além dessa razão, a decisão de afastamento foi complementada pela sua avaliação de que havia um esgotamento da pesquisa. “A pesquisa de Varginha já havia caminhado bastante e outros poderiam pelo menos, tentar dar sequência”, disse.
Então perguntamos ao pesquisador o que teria mudado em relação aos riscos daquela época, de 1996 e 1997, quando dos atentados. Ou mesmo em relação a 2012, quando teve acesso ao vídeo. Após 10 anos do encontro secreto, uma alteração de cenário permitiu-lhe vir a público com a nova informação? Sua resposta, no entanto, foi evasiva.
“Eu irei continuar ajudando dentro da pesquisa de Varginha de forma mais discreta. Quando for possível divulgar mais algumas informações, eu o farei. Perigo sempre existe… melhor não baixar a guarda”, disse.
Em matérias anteriores com os pesquisadores João Marcelo e Marco Leal, o Portal Vigília já tinha a informação de que o pesquisador não pretendia mais falar sobre o tema. João Marcelo trocou emails com Pacaccini em 2018, mas o conhecimento sobre o vídeo nunca foi mencionado explicitamente na troca de mensagens.
_____________
LEIA TAMBÉM:
Equipe de documentário sobre ET de Varginha é recebida com ameaça de tiros
Exclusivo: nova testemunha contradiz conclusão do Exército sobre Caso Varginha
Caso Varginha: 25 anos de investigações, mistérios e controvérsias
Pesquisador faz novas revelações sobre o Caso Varginha
_____________
Moment of Contact é sucesso internacional
O Portal Vigília também entrevistou o pesquisador Marco Leal acerca do lançamento do documentário. Perguntamos também sobre o reflexo das novas e bombásticas afirmações de Pacaccini sobre o Caso Varginha. Leal foi responsável pelo convite aceito pelo colega pesquisador para a participação na première do documentário.
Ele mostrou-se bastante feliz com o resultado. Revelou ter recebido a informação do presidente da Apple TV no Brasil que, mesmo ainda não disponível oficialmente na plataforma no país, o documentário já é o 24º título mais visto pelos usuários do Brasil. Na Apple TV dos EUA, a produção já havia atingido a primeira colocação.
“Quanto às revelações do Pacaccini, só veio a fortalecer tudo isso. Tem dado muita repercussão”, concluiu.
Na última semana, Moment of Contact foi tema de uma extensa reportagem no jornal New York Post, que visitou o toda a história do Caso Varginha e a relevância do episódio, que começa a ser considerado mais importante que o próprio incidente em Roswell.
Confira, a seguir, algumas das entrevistas de Vitório Pacaccini:
