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Alienígenas ou garimpeiros? Mistério na Amazônia no Peru

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O Ministério Público do Peru revelou esta semana os resultados de uma investigação realizada em uma comunidade do povo indígena Ikitu, em Loreto, próxima ao rio Nanay, na região amazônica. Os cidadãos denunciaram estar sendo atacados por alienígenas ou “seres estranhos” durante a noite.

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O episódio vinha ganhando a atenção da comunidade ufológica e já havia quem sugerisse comparações com o fenômeno “chupa-chupa”, no final da década de 1970, que levou militares brasileiros a criarem a Operação Prato, na região do Pará.

Mas as informações da promotoria trouxeram uma reviravolta no caso. Segundo o Ministério Público, os ataques foram feitos por mineiros ilegais que pretendiam simular aparições alienígenas e sobrenaturais para causar medo no povo indígena Ikitu e afugentá-los para poderem continuar com atividades ilícitas sem impedimentos.

Depois que os cidadãos denunciaram a aparição de supostos extraterrestres, as autoridades foram à área verificar os fatos descritos. Algumas “aparições” chegaram a ser gravadas pelos membros da comunidade. Nos vídeos, eram mostradas cenas assustadoras em que a população da área (incluindo crianças) tinha que se defender da aparição de seres estranhos, que se elevavam do solo e em geral estavam mascarados. Os episódios ocorriam durante a noite e não permitiam descanso.

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A investigação concluiu que as encenações eram realizadas com ajuda de aparatos tecnológicos modernos, incluindo jetpacks – mochilas propulsoras – e luzes para confundir os moradores. Um professor local presenciou uma tentativa de sequestro de uma criança e descreveu um equipamento que, segundo a promotoria, confirma a versão oficial.

O promotor que investiga o caso, Carlos Castro Quintanilla, declarou que aqueles por trás desses eventos seriam mineiros ilegais tanto do Brasil quanto da Colômbia. Ele também afirmou que existem máfias de estrangeiros envolvidas na extração ilegal de ouro e operando em diferentes vilas da região de Loreto.

Paralelos com a Operação Prato

O caso tem de fato algumas semelhanças com a Operação Prato, uma operação militar realizada pela Força Aérea Brasileira (FAB) para investigar alegações de Objetos Voadores Não Identificados (óvnis) na região do município de Colares, no Pará, entre outubro e dezembro de 1977. A operação foi encerrada após quatro meses, mas outras missões relacionadas foram realizadas durante o ano de 1978.

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Naquele momento, no Brasil, no entanto, a Operação Prato surgiu dentro de um contexto mais amplo, onde uma grande onda de observações de óvnis estava sendo relatada desde a Baixada Maranhense até a divisa com o estado do Pará, na região do Rio Gurupi e a cidade paraense de Viseu. A onda percorreu o litoral do Pará, chegando em outubro à Baía do Marajó e à capital Belém. Durante o deslocamento do fenômeno OVNI, houve ampla cobertura da imprensa, do rádio e da televisão, que divulgaram histórias de encontros traumáticos desses objetos com habitantes de vilas e povoados, que causaram enorme terror entre as populações locais. O fenômeno ficou conhecido pelo nome de chupa-chupa.

Os objetos observados nos registros militares estavam associados a fenômenos relatados por moradores e autoridades. A operação teria sido encerrada oficialmente no final de dezembro de 1977, mas documentos oficiais indicam que outras missões com objetivo específico relacionadas à investigação de óvnis foram realizadas durante o ano de 1978.

A Operação Prato foi comandada pelo capitão Uyrangê Hollanda, que relatou ter avistado um objeto voador não identificado de cerca de 100 metros de comprimento, sobrevoando o rio Guajará-Mirim. O objeto teria sido fotografado e filmado pelos militares, mas as imagens nunca foram divulgadas ao público. O capitão Hollanda também afirmou que existiam máfias de estrangeiros envolvidas na extração ilegal de ouro e operando em diferentes vilas da região de Loreto. Ele disse que esses estrangeiros usavam equipamentos de alta tecnologia, como mochilas propulsoras que lhes permitiam elevar-se e descer no ar.

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Em 1997, o coronel reformado concedeu uma entrevista onde contou detalhes da operação e admitiu que teve medo de ser abduzido pelos extraterrestres. Dois meses depois, ele tirou a própria vida, enforcando-se no quarto de casa com a corda do roupão. Houve quem especulasse que ele teria sido assassinado por revelar informações sigilosas e colocar a segurança nacional em risco.

A Operação Prato é considerada uma das mais importantes investigações ufológicas realizadas pelas Forças Armadas brasileiras. Ela gerou um acervo de milhares de documentos, fotos e vídeos (estes últimos até hoje não liberados para o acesso público). Alguns ufólogos acreditam que a operação foi encerrada prematuramente por pressão dos militares ou dos próprios extraterrestres. Outros sugerem que a operação foi apenas uma cortina de fumaça para encobrir atividades ilícitas na Amazônia.

Episódios com alienígenas na bacia amazônica

O caso de Loreto e a Operação Prato têm poucas semelhanças: basicamente a localização geográfica remota e propícia (ambos ocorreram na região amazônica) e o relato de ataque por seres estranhos que se aproximavam das pessoas com luzes e eventualmente tentavam sequestrá-las. Da mesma forma, ambos envolveram investigação oficial, embora essa tenha sido sigilosa e basicamente apenas militar, no caso brasileiro.

Mas as semelhanças param por aí. O caso de Loreto e a Operação Prato têm diferenças importantes, a começar com o modus operandi: foram raros os avistamentos de seres no caso brasileiro e a maior parte dos relatos envolveu de fato objetos voadores não identificados. Além disso, na época, a resposta brasileira envolveu uma operação militar de grande escala, sigilosa, que durou meses e abrangeu vários municípios do Pará. No caso de Loreto, a principal autoridade a investigar foi o Ministério Público, em uma comunidade específica, com grande cobertura da imprensa. E, ao contrário do caso brasileiro, os episódios relatados estavam muito mais relacionados à ação de supostos seres do que propriamente de objetos voadores.

Outro caso recente na bacia amazônica também aguarda uma investigação mais aprofundada: os ataques ocorridos em 2014 aos indígenas da comunidade Kampa do Rio Amônea, também chamados Ashaninka, no estado brasileiro do Acre. Quase toda a informação disponível sobre o episódio que aterrorizou os moradores ribeirinhos daquela região foi obtida graças ao esforço do pesquisador Rony Vernet, através da Lei de Acesso à Informação.

Os documentos obtidos por Vernet mostram que a Funai recebeu denúncias de indígenas que relataram ter sido atacados por objetos voadores não identificados próximos da fronteira do Acre com o Peru. Alguns indígenas afirmaram ter sido perseguidos pelos objetos. A Funai solicitou apoio à Polícia Federal que enviou dois agentes à aldeia. Entretanto, as investigações dos ataques dos óvnis aos indígenas no Acre duraram apenas dois dias e as investigações não chegaram a uma conclusão alguma.

Dúvidas ainda pairam sobre casos de alienígenas na Amazônia

O recente acontecimento em Loreto levanta questões importantes sobre a presença de mineiros ilegais na Amazônia e os impactos sociais e ambientais de suas atividades. Mas também chama atenção para o fenômeno ufológico na região amazônica, que tem sido relatado por décadas e ainda é objeto de muita especulação e mistério.

Enquanto a explicação de que o garimpo ilegal pode ser a causa dos eventos na região peruana, os episódios brasileiros, com fotos, vídeos e documentos oficiais fartos, reforçam que a existência de fenômenos inexplicáveis é uma constante em toda a bacia do Amazonas.

De fato, o folclore da região pode ter servido de inspiração para uma ação arquitetada pelo garimpo ilegal. Mas apesar dos esclarecimentos oficiais para o episódio mais recente, a experiência dos casos brasileiros mostra que é preciso ter mente aberta e estarmos preparados para voltarmos a nos deparar com explicações menos prosaicas.

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