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Abril e maio de 1982: a primeira invasão de óvnis nos radares do Brasil

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Exatamente quatro anos antes do acontecimento que ficaria conhecido como a “Noite Oficial dos Óvnis” (em maio de 1986), ocorria a primeira invasão dos céus do Brasil bem documentada pelo controle de tráfego aéreo. O episódio ocorreu entre 28 de abril e 16 de maio de 1982, tendo como foco central (mas não somente) os radares da Base Aérea de Anápolis (no Estado de Goiás).

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Tanto quanto maio de 1986, tratou-se de um evento épico. E é realmente incrível que apenas o acontecimento posterior seja lembrando quando se fala em vetorização radar de objetos voadores não identificados, perseguição de objetos e contato visual por pilotos de caças.

De fato, há duas grandes diferenças entre as duas ocasiões. A primeira é que não houve nomes importantes da política brasileira envolvidos em 1982, como o coronel Ozires Silva, fundador da Embraer e que exatamente em 19 de maio de 1986 assumia a presidência da Petrobrás. A segunda é que no episódio mais antigo não tratou-se de apenas um dia, mas vários dias em sequência com múltiplos “plotes” nos radares.

Não houve à época entrevista coletiva de imprensa, promessa de relatório ou qualquer alarde sobre os acontecimentos registrados pelo controle de tráfego aéreo brasileiro. E todos os acontecimentos daquela data só puderam ser realmente revisitados nos rastros de documentos antes secretos e agora disponíveis ao público no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN). (Clique aqui para baixar o relatório da FAB).

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Mesmo hoje, passados tantos anos, evidências como os vídeos dos “escopes” de radar (telas de monitoramento) mencionados no relatório liberado Força Aérea Brasileira, ou as gravações das conversas entre controladores e pilotos, diferentemente da gravações de maio de 1986, nunca foram tornadas públicas.

28 de abril de 1982: início da invasão de óvnis

Era 28 de abril de 1982, às 22h25 do horário de Brasília (o relatório não usa a notação “Zulu”, para as horas) quando os operadores de radar da base aérea de Anápolis começaram a identificar sinais não identificados. Eram vários “alvos móveis” no radar que se concentravam entre as “radiais 080/110”, conforme descreve o relatório. Isso significava que estavam a leste da base aérea.

Pela velocidade e deslocamento em formação, os controladores acreditaram inicialmente que poderia se tratar de uma “esquadrilha de helicópteros”. Como eles pareciam se deslocar em direção à base, os operadores informaram ao Oficial de Prontidão Operacional (OPO) tenente Alves, que então acionou Chefe Controlador do Centro de Operações Militares, tenente Daltro.

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Com isso o Centro de Operações Militares da Força Aérea Brasileira (FAB) determinou que dois caças em missão de treinamento na região (JG NG e JG NG2), pilotados pelos capitães Dantas e Paes de Barros, fossem verificar o que estava ocorrendo. Eram caças Mirage F-103.

Mirage F-103. Foto: Flickr da Força Aérea Brasileira
Caça Mirage F-103. Foto: Flickr da Força Aérea Brasileira

Inicialmente os caças nada constataram. O rastreamento dos objetos e dos aviões foi transferido para TABA (radar de Anápolis), que continuou orientando a perseguição. Em dado momento, o piloto do JG NG2, capitão Paes de Barros, conseguiu visualizar um dos objetos e iniciar a aproximação. Mas logo que sua aeronave chegou mais perto, segundo ele, a luz simplesmente se apagou.

O segundo avistamento: o dia seguinte

No dia seguinte, 29 de abril, às 22h15, portanto aproximadamente no mesmo horário, novamente os radares começaram a indicar objetos anômalos. Inicialmente estavam a cerca de 18 milhas náuticas a sudoeste da base de Anápolis (aproximadamente 33,5 km).

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Desta vez o contato por radar oscilava. E permaneceu assim por horas, acabando apenas às 0h30. Mas outros objetos também foram registrados neste período, dois deles por TABA.

Diante disso, o Centro de Operações Militares (COpM) novamente acionou uma aeronave Mirage F-103 que fazia treinamento próximo para verificar a área. O piloto, no entanto, nada encontrou.

Tanto no primeiro dia quanto no segundo, o COpM solicitou as gravações de vetorização radar. Segundo o relatório da FAB, a gravação do primeiro dia foi conseguida com o controle de São Paulo, mas não houve gravação do segundo dia de avistamentos.

Um quase acidente em 30 de abril

No terceiro dia de invasão de objetos voadores não identificados, 30 de abril de 1982, o radar TABA identificou, no “horário habitual”, às 22h47, um objeto entre as radiais 125/135 da base de Anápolis. A posição indicava rota de colisão com o voo FAB 2305, que estava na “aproximação final para a pista 06”, a 10 milhas náuticas (cerca de 18,5 km).

O relatório diz apenas o prefixo, não descreve o tipo de aeronave ou sua finalidade. Também não fica claro o objetivo final do voo, que é descrito como “decolando para Brasília”. Mas fica explícito que TABA decidiu direcionar o avião para o objeto e, inicialmente, seu piloto não teve contato visual com qualquer objeto.

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Ato contínuo, o FAB 2305 foi instruído a “retornar a Brasília”, coincidindo em seu trajeto com a passagem pela lateral de outro grupo de ecos de radar que TABA passou a monitorar. Desta vez, no entanto, a tripulação do FAB 2305 conseguiu observar uma luz branca intermitente a aproximadamente 4 milhas náuticas (cerca de 7,5km).

Na contabilidade final dos controladores de tráfego aéreo, foram detectados neste dia e horário específico um total de 9 objetos não identificados.

Mais “vetorização radar” de óvnis em maio de 1982

A invasão de óvnis na forma de ecos nos radares brasileiros, curiosamente sempre pouco depois das 22h00, continuou no dia 5 de maio daquele ano de 1982, e nos dias seguintes.

Mas é do dia 5 de maio o último registro mais detalhado do relatório.  Este descreveu o monitoramento de mais objetos e até um novo voo de um caça F-103 em áreas próximas a Anápolis onde houve detecção.

Desta vez, no entanto, as instruções do piloto não eram perseguir óvnis. A intenção era somente identificar a ocorrência de rodovias, ferrovias e morros nas localidades. Nesta varredura, o piloto relatou ter encontrado apenas morros e fios de alta tensão.

A partir daí, o documento da FAB passa a apresentar a situação dos próximos dias, até 16 de maio de 1982, apenas com representações das telas de radar. Os desenhos ilustram uma infinidade de “plotes” estranhos que foram rastreados (ou “vetorizados”, no jargão da área). A partir daí, contudo, saem de cena os relatos de procedimentos.

Invasão de óvnis segue sem explicação

O sistema brasileiro de defesa aérea parecia ter se dado por vencido. E a informação do piloto do caça F-103, da ocorrência apenas de fios de alta tensão na região investigada, era a chave para a resignação: os pontos no radar não podiam ser explicados simplesmente como reflexos de objetos em solo.

O próprio relatório revela que técnicos do departamento de proteção ao voo tiveram a oportunidade de investigar os equipamentos durante as ocorrências de detecção de óvnis. E esses técnicos constataram que não se tratava de pane no radar.

No documento da FAB cujo destino final é o subchefe do Estado Maior da Aeronáutica, consta que uma constelação de oficiais reunidos no CINDACTA, no dia 12 de maio de 1982, concluiu não haver explicação convencional conhecida para a invasão de óvnis daqueles dias tensos.

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