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UFOs passam a fazer parte do dia-a-dia dos moradores de Guarabira, na Paraíba

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Os moradores de Guarabira, a 96 km de João Pessoa, na Paraíba, vivem hoje um misto de perplexidade, preocupação e deslumbramento com o fenômeno UFO. As noites já chegaram a reunir dezenas de pessoas à caça de objetos luminosos com formatos e evoluções inexplicáveis.

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Mas nem sempre foi assim. Quando os avistamentos começaram, muita gente achou que o mundo estava acabando. Numa expressão que pode designar desde estrelas cadentes até UFOs, “as estrelas que querem mudança”, como chamam os moradores mais antigos ou da zona rural, cederam lugar a objetos maiores, com cores variáveis, que interromperam a tranqüilidade noturna.

“Olha lá outro!”; é o som de fundo da fita de vídeo que mostra um distante ponto de luz em deslocamento irregular. Um objeto pisca; apenas um intenso flash em movimento. Outro tem luz constante; outro, ainda, apresenta uma luminosidade fraca, como uma silhueta, com várias luzes piscando ao redor. Nas gravações durante o dia, quase todos os objetos movimentam-se como que aos trancos: um avanço rápido, uma parada. Mais um avanço, outra parada e o objeto “engata a ré”. Logo a seguir muda de rumo e perde-se no horizonte. Tudo sem o menor ruído ou barulho de motores.

“E o camarada ainda veio me dizer que aquilo é avião”, desabafa Marcos Antônio Silva, membro da Equipe de Pesquisas Ufológicas de Guarabira, EPUG, que já reuniu, entre filmagens de UFOs e relatos de testemunhas, mais de 20 horas de gravação em vídeo.

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Com uma população de 60 mil habitantes, número que a coloca na posição de grande centro urbano para os parâmetros locais, Guarabira nunca foi rota regular de aviões. E continua não sendo, segundo a central de operação de rádio do aeroporto de João Pessoa. Mesmo assim, os objetos teimam em aparecer.

Excetuando-se a grande concentração de inscrições rupestres –que até hoje são objeto de pesquisa em várias cidades da região– e uma pedreira para extração de brita localizada à entrada de Guarabira, aparentemente nada há de diferente com a cidade que, coincidentemente, tem Nossa Senhora da Luz como padroeira. De fato, o que mais chama a atenção é apenas a hospitalidade de seu povo, típica das regiões nordestinas.

No começo da onda OVNI em Guarabira, como um boato

As notícias sobre os fenômenos que estariam ocorrendo em Guarabira começaram a ser ventiladas no início de 1996, embora os objetos já estivessem sendo vistos desde o final de 1995. Como a repercussão não extrapolou os limites da imprensa local, ninguém deu muita atenção ao fato, que figurou durante um bom tempo apenas como boato.

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Foi neste período que formou-se a EPUG, presidida pelo técnico em telecomunicações Wellington Francisco de Lima e composta pelo cinegrafista Marcos, os radialistas André Santos e Abraão Alves Ferreira, e Geysa. Inicialmente, o objetivo era pesquisar em municípios menores, na zona rural, onde sempre havia relatos de avistamentos. “Mas de repente percebemos que começou a aparecer um número grande de relatos aqui mesmo, em Guarabira”, conta Wellington.

A partir daí, os dias de visitas às testemunhas para registro de seus depoimentos começaram a intercalar-se às noites de vigília até altas horas da madrugada. Os dados e imagens coletados permitiram à EPUG classificar e catalogar dezenas de formatos, tamanhos, cores e distâncias dos objetos observados.

Foi então que, com ajuda de Oriel Farias, biólogo e funcionário da Universidade Federal da Paraíba, os relatos guarabirenses ganharam o mundo através da Internet. Eufórico, numa referência à suposta captura de seres extraterrestres em Minas Gerais, Oriel chegou a comentar que “Varginha é uma gota perto do oceano em que é Guarabira”.

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Contudo, à época, o caso mineiro dominava o cenário ufológico nacional e não sobrou muito espaço para a cidade paraibana. Além disso, a divulgação na rede mundial de computadores acabou sendo prejudicada pela falta de imagens e dados mais completos. Na realidade, a EPUG tomava cautela para que não viessem a ser realizadas reportagens de repercussão catastrófica como ocorreu quando da visita do jornal “O Estado de São Paulo” e do programa “Fantástico”. Como resultado, o biólogo Oriel foi duramente criticado nas várias listas de discussão por e-mail para as quais mandava informes.

Muitas testemunhas da aparições

Quando a reportagem da Revista Vigília chegou a Guarabira, um grupo ufológico de São Paulo, a Sociedade de Pesquisa Ovnológica de Campo (SPOC), iniciava o contato com as testemunhas. Cybele Regina Fiorotti, Francisco Maddaloni, Sueli Cester e Mary Fujimory cruzaram os 2900 km que separam a Capital paulista da cidade paraibana em busca de informações e relatos do fenômeno que vinha ocorrendo.

E nem foi preciso procurar muito. É difícil encontrar na cidade alguém que não tenha tido contato com o insólito. No saguão do hotel, a professora Benedita Alvarenga França, 49, diz que “na véspera do ano novo, só vi dois”. Ela fala com ar de desapontamento, porque estavam a grande distância. E a quantidade não a impressionou. Muitas pessoas na cidade garantem terem visto, por diversas vezes, “revoadas” de 8, 10 e até 26 luzes estranhas numa só noite, como teria ocorrido em 16 de março.

Em 20 de novembro, às 16 horas da tarde, França estava conversando com duas alunas na saída da escola onde leciona quando diz ter visto “um tubo de metal preto; um avião sem asas mas com umas janelinhas pretas”. O objeto não emitia qualquer ruído. Não acreditando no que seus olhos viam, perguntou às duas alunas se estavam vendo alguma coisa, no que foi prontamente atendida com uma resposta afirmativa.

Uma das aparições que mais marcou a população ocorreu em 14 de outubro do ano passado. Às 23h40, sentada em frente de sua casa com várias amigas, a estudante Maria Silvana Gomes Alves conta que viu um gigantesco objeto. “Vinha clareando tudo, a coisa mais linda. Pensei que fossem as estrelas que estivessem caindo e falei para mim mesma: será que o mundo está acabando?”. Com uma luz vermelha intensa na frente e luzes amarelas dispostas em forma de triângulo, o objeto, que passou a baixa altura, teria o tamanho equivalente a um quarteirão inteiro. Além de Maria Silvana e suas amigas, de outros pontos da cidade, varias centenas de pessoas assistiram ao espetáculo.

O formato triangular é um dos mais freqüentes nos relatos de Guarabira. Mas não é o único. No seu primeiro avistamento, em 26 de fevereiro de 96, o até então cético André Santos, 24, radialista, foi surpreendido pelo alvoroço dos moradores. Por volta das 18h15, no exato momento em que dizia a um amigo acreditar que as luzes vistas na cidade não eram OVNIs, André conta que “o pessoal começou a gritar ‘lá vem, lá vem’, quando então vi uma enorme luz amarela em forma de meia laranja, com um cilindro em baixo”. Categórico, ele afirma: “se era disco eu não sei, mas avião eu tenho certeza que não era”.

Segundo o radialista, objeto cruzou a cidade a uma altura de aproximadamente 100 metros do solo. André correu para chamar o cinegrafista Marcos, mas, quando este apareceu, o UFO já tinha disparado na direção oposta ao movimento inicial, tornando-se apenas um pequeno ponto no céu.

Apesar da quantidade de relatos de avistamentos, inexistem registros de contatos mais próximos. Mesmo assim, o povo da cidade divulga a história de uma senhora que teria visto “homenzinhos pequenos e feios” correndo atras de suas galinhas. Tanto ela quanto uma adolescente que diz manter contatos telepáticos com supostos seres extraterrestres, procurados por Vigília, não foram localizadas.

Quatro noites de vigília em Guarabira

Nossa reportagem aproveitou o período que esteve em Guarabira para realizar observações noturnas do céu em busca dos tão falados UFOs do local. Foram quatro noites de vigília em conjunto com a SPOC e, por vezes, membros da EPUG e moradores guarabirenses. A tentativa, no entanto, não teve resultado positivo.

“Agora a onda de aparições diminuiu muito. Mas como aconteceu antes, deve voltar”, explica Wellington, presidente da EPUG. O céu nublado só possibilitou observar luzes em movimento em duas das noites de vigília, mas a regularidade da trajetória não permitia distingui-las de aeronaves terrestres. No total foram quatro focos luminosos em regiões distintas do céu e, mesmo utilizando uma lente zoom de grande aproximação, apenas um deles tinha luminosidade suficiente para o registro fotográfico.

Objeto fotografado pela Revista Vigília na noite do dia 18 de janeiro de 97, às 23h15, em Guarabira. A olho nú, apresentava-se apenas como um foco de luz. Na chapa fotográfica mostraram-se dois pontos luminosos.
Objeto fotografado pela Revista Vigília na noite do dia 18 de janeiro de 97, às 23h15, em Guarabira. A olho nú, apresentava-se apenas como um foco de luz. Na chapa fotográfica mostraram-se dois pontos luminosos.

No aeroporto de João Pessoa, o chefe da Estação de Rádio, João Vieira de Castro, explicou que Guarabira não faz parte de nenhuma rota regular. Mas ele não descartou a possibilidade de alguns dos objetos vistos na região serem aeronaves de treinamento da Força Aérea. Mostrando o mapa das aerovias, revelou que cerca de 30 quilômetros ao norte da cidade fica o limite de uma área de restrição do espaço aereo, onde é proibido o tráfego de aviões comerciais. A área denominada SBR 207, definida por linhas imaginárias no céu, estende-se por centenas de quilômetros até Natal, no Rio Grande do Norte, de onde o espaço aéreo é monitorado através do Comando de Vetoração Radar – Comar 2.

Apesar do ceticismo em relação a Guarabira, o próprio controlador de rádio revelou já ter protagonizado uma experiência ufológica. No mês de outubro de 96, à noite, quando as equipes de apoio do aeroporto preparavam a decolagem de um avião comercial, todos, incluindo Castro, observaram um objeto esférico, com luminosidade avermelhada, passando lentamente sobre o aeroporto, a grande altura. Questionado sobre a possibilidade de ter ocorrido confusão com uma outra aeronave, um balão ou um satélite, Castro foi taxativo: “para a gente que conhece esta aviação, não”.

Análise das imagens dos vídeos de UFO em Guarabira

As imagens cedidas à Revista Vigília pela EPUG foram mostradas a um grupo de especialistas em São Paulo. O major aviador Jurandyr de Souza Fonseca, com experiência em imageadores infravermelhos e conhecimentos em processamento digital de imagens, esclareceu que, nas cenas noturnas, “o principal fator contra a hipótese de tratarem-se de aviões é a presença de uma silhueta luminosa”.

Outro oficial da FAB, Basílio Baranoff, do Instituto de Aeronáutica e Espaço do Centro Técnico da Aeronáutica – CTA, em São José dos Campos (SP), completou a análise: “a variação brusca dos movimentos nas imagens diurnas transmite a impressão de não serem aeronaves convencionais”.

O meteorologista Rubéns Junqueira Vilela, do Instituto Astronômico e Geofísico da Universidade de São Paulo, não vê a possibilidade de tratarem-se de fenômenos atmosféricos. “As imagens impressionam. Têm todas as características do fenômeno UFO”, afirmou Vilela. Segundo ele, se fossem aviões, “pelas condições da observação, deveria haver algum ruído; talvez com retardo, mas seria ouvido.”

As imagens estão agora sendo encaminhadas para análise através de processos especializados de digitalização e ampliação, numa busca por informações ou detalhes que sejam imperceptíveis pela simples observação.

Pelo menos um mistério esclarecido em Guarabira

Pelo menos um dos mistérios de Guarabira foi esclarecido. Um objeto de metal recuperado há dez anos, após ter caído do espaço, permeia as histórias da cidade. Já começavam a correr na Internet versões dizendo tratar-se de um artefato alienígena.

Reservatório de hidrazina, parte de um satélite que há dez anos caiu na cidade. Foto: Jeferson Martinho
Reservatório de hidrazina, parte de um satélite que há dez anos caiu na cidade. Foto: Jeferson Martinho

Falando ao telefone, ao ouvir a descrição detalhada do objeto, o cientista Ricardo Varella, chefe do setor de Balões do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais esclareceu: “trata-se de um tanque de hidrazina, combustível usado na correção de rotas de satélites. É uma das poucas partes que não se destrói completamente na reentrada na atmosfera”.

Próximos passos da pesquisa OVNI

A Equipe de Pesquisas Ufológicas de Guarabira revela que o grupo continuará atento ao fenômeno em Guarabira. Eles acreditam que a incidência de aparições voltará a crescer. “Alguma coisa parece estar para acontecer aqui em Guarabira. O que é a gente não sabe”, alerta Wellington.

Verdade ou não, o fato é que coisas fantásticas realmente aconteceram na cidade paraibana. Diante de visitantes de outros estados, a população mostra-se visivelmente frustrada por não haver aparições espetaculares que transmitam aos ‘turistas ufológicos’ a real dimensão do que presenciaram.

Na opinião da pesquisadora Cybele Fiorotti, da SPOC, “aparentemente a onda diminuiu. Mas o importante agora é não esquecer Guarabira. Continuar acompanhando para ver o que acontecerá”. A SPOC pretende manter intercâmbio constante com os pesquisadores de Guarabira. “E outros grupos ufológicos precisam continuar vindo à cidade para avaliar e continuar a pesquisa que a EPUG já deu início e estruturou bem”, ponderou Fiorotti.

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