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UFO Crônica: Sorrisos no tribunal!

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Todos se levantam. A juíza, muito bem humorada, sob sua toga, saúda os presentes e faz um gracejo ameno: — gostei de ver, Alcides, de uniforme novo.

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Alcides, o meirinho, sorri em resposta, aquele sorriso que se dá ao chefe, mais pela hierarquia do que pelo talento com piadas. Alguns espectadores também esticam seus lábios para mostrar os dentes num aceno desesperado na tentativa de afirmar a graça da circunstância. Provavelmente, um reflexo adquirido durante os tantos sorrisos dados aos patrões pedantes de anedotas sem sal.

Todos sentados novamente. Sem cerimônias, a juíza declara: — não há vídeos a serem expostos, segue-se o sigilo.

O burburinho de surpresa corre entre os presentes. As vozes tensas lutam para não elevar o volume, mas é inevitável.

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Madeira contra madeira, o choque do martelo faz o som estridente e firme ecoar pelo ambiente que instantaneamente se silencia, sem sorrisos.

O advogado protesta: — os vídeos são citados nos arquivos!

Os militares contestam: — os vídeos não existem!

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A juíza é irredutível: — centenas de páginas da Operação Prato já foram divulgadas, não há mais o que se expor sobre o assunto.

Insiste o advogado: — nessas centenas de páginas, os vídeos são citados centenas de vezes, incluindo o depoimento do coronel. Além disso, inúmeras testemunhas dos fenômenos também afirmam que a equipe do coronel filmou a passagem de OVNIs, e por vezes, até mesmo seus ataques aos ribeirinhos. Por que manter em segredo uma coisa que todos conhecem? É como a esposa que sabe ser traída, mas fica com raiva quando descobre.
Os presentes rompem em gargalhadas.

Os militares se entreolham e sorriem constrangidos. Alguns se perguntam: — onde estariam tais filmagens? Outros sabem de seu paradeiro e evitam transparecer os sorrisos internos de vitória.

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— Não há graça, sr. advogado, mantenha o decoro— interpela a juíza e segue complementando a defesa dos militares: — se os vídeos não existem, eles não existem ou, quem sabe, foram abduzidos pelos seus UFOs. Encerra sorrindo do próprio deboche— E não há mais o que se discutir sobre o caso — acrescenta, tentando pôr um tijolo sobre o assunto.

— Recorro às provas — segue o advogado, já exausto para sorrir.

— Provas ignoradas — resolve a juíza, também cansada para piadas.

Sentença dada. Novamente vence o sigilo, esse muro intransponível no meio do caminho da ufologia.

Para a justiça, mais um caso julgado, transitado, arquivado, silenciado.

Para os militares, mais sorrisos, desta vez, de alívio.

Para o advogado o triste sorriso de “tentamos, mas não deu”.

E para a pobre e emparedada ufologia resta apenas “sorrir para não chorar”.

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Chico de Paula

Chico de Paula, escritor e editor, acredita que a expressão cultural é uma das ferramentas de transformação das mentalidades e combate aos preconceitos, incluindo aqueles relacionados ao fenômeno óvni.

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