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Saída de Kirkpatrick do AARO alimenta polêmicas e controvérsias sobre UAPs

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Depois de 18 meses no cargo, o chefe do Escritório de Resolução de Anomalias em Todos os Domínios (AARO) do Pentágono, Dr. Sean Kirkpatrick, anunciou que deixará o posto em dezembro.

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Kirkpatrick foi o primeiro diretor do órgão criado em 2022 para investigar o que o governo dos EUA agora denomina de “fenômenos aéreos anômalos não identificados” (sigla em inglês: UAP), que pilotos militares vêm relatando avistar com frequência crescente nos céus. Uma espécie de definição “gourmet” para OVNIs, que teria a vantagem de se livrar do estigma do termo original e sua resistência junto à comunidade militar e científica.

Em recente entrevista ao site Político, Kirkpatrick afirmou que sua anunciada saída completa um ciclo pouco maior do que um ano, prazo que ele havia se comprometido a de fato a ficar no AARO. E, na avaliação dele, durante esse período cumpriu as metas que havia estabelecido ao assumir o cargo, como estruturar o sistema de coleta de dados, analisar centenas de casos e rebater alegações de acobertamento de programa para engenharia reversa de naves alienígenas.

O diretor também destacou avanços como a padronização da análise dos relatos, a institucionalização da resposta a esses incidentes e melhorias na retenção dos dados coletados. Além disso, enfatizou os esforços para calibrar sensores e entender padrões de fenômenos comuns que possam gerar falsos alarmes.

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Contudo, sua passagem pelo AARO não foi isenta de controvérsias. Em depoimento no Congresso americano em junho, Kirkpatrick refutou as acusações do denunciante David Grusch, ex-oficial de inteligência que alega existir provas de recuperação de aeronaves extraterrestres pelo governo há décadas.

Kirkpatrick classificou tais alegações como “extremamente antiéticas e imorais” e criticou a recusa de Grusch em se reunir com o AARO para prestar maiores informações.

É melhor serem alienígenas, mas…

O diretor do escritório continua mantendo uma postura cautelosa sobre a possibilidade dos fenômenos aéreos não identificados terem origem alienígena.

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Ao Político, voltou a afirmar que “o melhor que poderia resultar deste trabalho é provar que existem extraterrestres. Porque se não provarmos que são alienígenas, então o que estamos encontrando é evidência de outras nações fazendo coisas no nosso espaço aéreo. E isso não é bom.”

Por outro lado, pelo ponto de vista científico, ele garante que “é estatisticamente inválido acreditar que não existe vida no universo, considerando o quão vasto ele é”. Porém, pondera que as chances de essa vida inteligente estar visitando especificamente a Terra e os Estados Unidos de forma recorrente são muito pequenas.

Kirkpatrick ressaltou que parte de seu trabalho é “elevar o nível da conversa”. Explicou que quando se discute a busca por vida no universo com agências espaciais, é uma conversa objetiva e cientificamente sólida. “Mas quando chega perto da Terra, vira teoria da conspiração.”

Enquanto defende que sua intenção é ser trazer mais fatos, provas e método científico para o debate, combatendo especulações infundadas, Kirkpatrick reclama a necessidade de elevar o nível da discussão pública sobre OVNIs com uma abordagem séria.

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Repercussão e avaliações controversas

A saída de Kirkpatrick do comando do AARO gerou reações diversas. O ufólogo John Greenewald questionou no Twitter as reiteradas afirmações de Kirkpatrick de que Grusch se negou a depor, algo que o denunciante já havia anteriormente classificado como “mentira”.

 

Já Christopher Mellon, ex-funcionário da Defesa, apesar de elogiar o “progresso sério” de Kirkpatrick, também apontou no Twitter declarações contraditórias de Kirkpatrick sobre Grusch.

 

Em 10 de novembro, Mellon reproduziu em sua rede social que o chefe do AARO havia dito recentemente: “Há algumas informações [de Grusch] que estão se revelando como coisas e eventos que realmente aconteceram.”

Isso parece entrar em conflito com as repetidas afirmações públicas de Kirkpatrick de que Grusch se recusou a cooperar.

Em entrevista ao site Político, Kirkpatrick opinou que o melhor cenário seria provar que os OVNIs são alienígenas, pois caso contrário significaria que alguma potência estrangeira estaria operando aeronaves desconhecidas no espaço aéreo americano.

Porém, ele ponderou que a probabilidade de os inúmeros avistamentos corresponderem a naves extraterrestres visitando especificamente os EUA de forma recorrente é bastante improvável, sob uma perspectiva científica.

Em suma, a passagem de Kirkpatrick deixa alguns avanços, mas também grandes questionamentos sobre sua postura, coerência e transparência à frente de um órgão sensível que lida com um fenômeno bastante controverso. Resta saber se seu substituto conseguirá progredir na elucidação do enigma dos óvnis de forma mais aberta e crível.

Dois volumes de relatórios sobre UAPs

Até o meio próximo ano, o AARO é obrigado a fornecer ao Congresso dos EUA um relatório final de suas atividades em 2023. Mas Sean Kirkpatrick revelou que pretende dividir o documento em duas partes, para apresentar uma espécie de Volume 1 ainda antes de deixar a pasta em dezembro.

Ele revelou que o “Volume 1” desse relatório abrangerá todas as entrevistas já realizadas com pessoas que prestaram depoimentos ao AARO até outubro desse ano. O documento apresentará o que pôde ser comprovado como verdadeiro ou falso com base nesses depoimentos.

O prazo legal para a entrega do relatório histórico completo ao Congresso é apenas em junho de 2024. Porém, Kirkpatrick afirmou que, por desejar mais transparência de forma mais rápida, está finalizando o Volume 1 ainda este ano para publicação antecipada.

O “Volume 2”, a cargo de seu sucessor, tratará de qualquer novidade que surja a partir de agora, utilizando os mecanismos de recebimento de relatos que o AARO passou a disponibilizar em seu site recentemente.

Quem será o próximo líder do AARO?

Com a renúncia de Sean Kirkpatrick, o All-Domain Anomaly Resolution Office (AARO) do Pentágono está em busca de um novo líder. Quatro principais candidatos foram entrevistados para substituir Kirkpatrick1. No entanto, o Pentágono parece já ter “tomado a decisão” sobre o sucessor não nomeado de Kirkpatrick.

Timothy A. Phillips, que foi oficialmente selecionado para servir como vice-diretor do AARO, é quem deve assumir a liderança interina após a saída de Kirkpatrick. Phillips é membro do Senior National Intelligence Service desde 2006 e traz para o AARO sua vasta experiência em coleta de inteligência geoespacial e gerenciamento de missões.

Tim Phillips, como é conhecido, deverá conduzir o escritório após a saída de Kirkpatrick até que o Pentágono nomeie um substituto permanente. Sua experiência e conhecimento serão inestimáveis para o AARO enquanto eles continuam a investigar Fenômenos Aéreos Não Identificados (UAPs).

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