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O que vem após as revelações de David Grusch?

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A Ufologia vive um momento sem precedentes na história. David Grusch, um oficial da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) e ex-oficial de inteligência, fez várias afirmações bombásticas ao Congresso dos EUA, em junho de 2023. E depois resolveu expor à imprensa (pelo menos em parte, aparentemente) suas revelações. O movimento está deixando os entusiastas da Ufologia perplexos.

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Nos últimos anos, ao que tudo indica movido por um cenário de vazamentos e, depois, por força de novas leis sancionadas pelo Congresso, o Pentágono teve que adotar uma postura diferente em relação ao tema óvni. O debate foi levado à esfera pública, ora com a admissão de não haver explicação prosaica para todos os episódios de UFOs (agora chamados de UAPs), ora argumentando que não há evidências de uma procedência não terrestre.

Eis que aparece Grusch, com um extenso currículo de serviços prestados às Forças Armadas e à Inteligência, e expõe com a maior naturalidade, sob juramento, fatos que, se comprovados, transformam a maioria das teorias da conspiração em “histórias da carochinha”. Com as entrevistas efervescendo, à prestação, fica até difícil acompanhar todos os detalhes revelados. Mas aqui estão algumas das afirmações mais notáveis:

– O governo federal dos EUA mantém um programa secreto de recuperação de óvnis (também conhecido como UAP) e está na posse de espaçonaves “não humanas” e dos corpos de pilotos “não humanos”.

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– Existem documentos que ele viu que relatam que o governo de Benito Mussolini recuperou uma espaçonave não humana que o Vaticano e a aliança Five Eyes (“Cinco Olhos”, formada por Nova Zelândia, Reino Unido, Austrália, EUA e Canadá) ajudaram os EUA a adquirir.

– O governo federal dos EUA chegou a matar cidadãos americanos como parte de um encobrimento do assunto UFO (UAP) por décadas.

– A explicação do Projeto Mogul para o incidente de Roswell estava incorreta e tudo isso está sendo escondido do Congresso e do público em geral

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O teor dessas afirmações levanta muitas questões sobre as motivações de Grusch para fazer sua delação. Ele arriscou sua carreira e, se der algum crédito a si próprio, provavelmente sua vida e de sua família. Então, por que ele faria isso, de fato? E por que agora?

O leitor mais informado pode até lançar mão do argumento de que há uma nova legislação de proteção contra represálias a denunciantes, aprovada pelos parlamentares norte-americanos. Mas, de novo, se Grusch der algum crédito às suas próprias informações, respeito à legislação não seria uma preocupação importante para esse grande “estado profundo” (sim, de “deep state”), que supostamente comanda o programa secreto de captação de artefatos de fora da Terra e os projetos de engenharia reversa.

Há um ditado antigo que diz que “quando a esmola é demais, o santo desconfia”. E a esmola de Grusch para a comunidade ufológica é gigantesca. Repercutiu em vários importantes veículos nos EUA, mas depois restringiu-se a alguns tabloides sensacionalistas e, claro, em todo canto nos canais especializados em Ufologia. Mas não deve demorar a ganhar as manchetes na imprensa leiga mundial. Enquanto isso não acontece, ainda há tempo para nos perguntarmos: qual é a agenda por traz dessas incríveis revelações?

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É importante lembrar que, embora oficialmente não esteja mais vinculado aos antigos projetos de inteligência, Grusch ainda tem acordos de NDA (Acordo de Não Divulgação) com o Departamento de Defesa. Isso tanto significa que ele está limitado no que pode divulgar publicamente, quanto que pode estar sendo “guiado” a divulgar aquilo que interessa ao seu antigo contratante. Isso se é mesmo um “antigo” contratante, no sentido de que – em se tratando de ativos de inteligência – a inexistência de um contrato formal pode fazer parte da composição de personagem.

Guardadas as proporções, esta nem de longe é a primeira vez que algo assim acontece na Ufologia. No passado, Bob Lazar denunciou participar de um programa de engenharia reversa na S4, uma base anexa à então secreta Área 51. Na semana passada, Steven Greer comandou mais uma de suas conferências de imprensa também apresentando inúmeros ex-oficiais militares com alegações fantásticas sobre UFOs. Mas, diferente de Grusch, as credenciais de Lazar nunca puderam ser completamente validadas. Além disso, nem Lazar nem Greer ou seus convidados foram chamados a depor, sob juramento, ao parlamento norte-americano.

No paralelo entre Lazar, Greer e Grusch, também há semelhanças. Nem Greer, nem o (suposto) físico Bob Lazar, nem o ex-oficial (pelo menos até o momento) conseguiram fornecer provas concretas de suas revelações. No cenário atual, contudo, no caso de Grusch, dada sua condição de “delator oficial”, se essas provas aparecerem, isso poderia mudar completamente nossa compreensão do universo e nossa posição nele. Mas até que essas provas sejam apresentadas, as afirmações de Grusch permanecem apenas isso – afirmações, tais quais as de Lazar ou Greer.

As revelações de David Grusch levantam também questões sobre o que o Congresso dos EUA está fazendo em resposta às suas alegações. Em 2022 Grusch diz que já havia apresentado uma reclamação ao Escritório do Inspetor Geral da Comunidade de Inteligência dos EUA na esperança de que isso lhe permitisse apresentar informações classificadas ao Comitê Seleto do Senado sobre Inteligência. Ele também apresentou uma reclamação alegando retaliação por seus superiores por uma reclamação semelhante feita antes, em 2021. Agora, membros da Câmara dos Representantes dos EUA anunciaram planos para o Comitê de Supervisão da Câmara investigar o assunto; para tanto é aguardada a realização de uma audiência pública nos próximos dias. Mas só.

Apesar de tudo isso, além de não estar claro quais ações concretas o Congresso tomará em resposta às afirmações de Grusch, ainda não há declarações públicas indignadas dos parlamentares nem cobranças mais enfáticas e incisivas de congressistas ao governo Biden. Isso, mais uma vez, levanta suspeitas sobre quais outros motivos podem estar por trás desse cenário. Cortina de fumaça? Grusch tem outras motivações pessoais ou políticas para fazer suas afirmações?

O momento é de apreensão e muito, muito grave. Não há meio termo para o que vem a seguir. Ou o ex-oficial será preso por prestar falso testemunho sob juramento, naquela que um dia será lembrada como a maior teoria da conspiração da história, ou o mundo nunca mais será o mesmo. Apenas o tempo dirá.

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