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Continua o mistério do objeto que caiu no Xingu

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Mais de um mês após a notícia da provável queda de um corpo celeste próximo à cidade de São Félix do Xingú, no estado do Pará (Região do Alto Xingú), continua um mistério o que realmente aconteceu no local.
A história foi veiculada em princípio com exclusividade pela Rede Bandeirantes de Televisão (http://www.redeband.com.br). Segundo constatou nossa reportagem, a equipe de jornalismo da emissora no Pará tomou conhecimento da ocorrência através de um amigo de um funcionário da produção, que ligou informando o susto dos moradores das regiões próximas a São Félix depois que um objeto cruzara o céu de várias cidades, soltando uma fumaça negra, caindo a seguir, com uma grande explosão.

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Como seria de se esperar, não faltaram especulações na Internet e nos meios especializados em Ufologia sobre a possibilidade de tratar-se da queda de uma aeronave alienígena. Já há quem compare o fenômeno –guardadas as proporções– à explosão ocorrida em 30 de junho de 1908 em Tunguska, na região da Sibéria, na Rússia. Alí, a queda e um corpo celeste deixou uma área de 100km quadrados completamente destruída e até hoje a possibilidade de realmente ter se tratado de um meteoro é colocada em dúvida.

A pacata cidade de São Félix do Xingu, mais próxima do local da suposta queda, fica no extremo sul do Estado, a 1050km da capital, Belém, e tem 40 mil habitantes. O objeto foi visto no céu por volta das 16 horas do dia 9 de outubro, segundos antes de uma enorme explosão ser sentida num raio de aproximadamente 200km de extensão.

O fato foi levado a conhecimento público no dia 25 de outubro, através da competente cobertura da Rede Bandeirantes de Televisão, única que se interessou em apurar a história. Durante toda a semana a emissora transmitiu, no Jornal da Band, informações sobre a ocorrência.

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Conforme relatou a produção, uma primeira equipe de reportagem foi enviada para a cidade mas não obteve mais do que o que já era conhecido. A área da provável queda estava muito longe dalí, cerca de 200km adiante, e a primeira equipe não conseguiu chegar ao local. O acesso, somente possível com por avião, seguido de um longo trajeto de barco –pelo rio Xingu– era ainda dificultado pela necessidade de aprovação por parte das quatro aldeias indígenas ao longo do caminho, todas integrantes da nação indígena Kaiapó.

Insistindo em chegar à região atingida, quase duas semanas depois do relato, foi destacado o repórter Ronaldo Vilhena para uma nova tentativa. Desta vez a equipe contava também com o apoio de dois geólogos: Rômulo Simões Angélica, do Centro de Geologia da Universidade Federal do Pará (UFPA), e Nélio Rezende, da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). Os especialistas estavam munidos de diversos equipamentos, incluindo medidores de radioatividade. Até esta altura, a equipe trabalhava com a hipótese da queda de um possível meteorito.

Nas aldeias Kaiopó mais próximas do local da provável queda, Ronko e Maria Preta, os índios estavam assustados. Além de observarem o objeto, eles sentiram o chão estremecer com o estrondo. “Os índios não queriam me levar lá. Achavam que tinha caído Satanás”, revelou o repórter Ronaldo Vilhena por telefone à Revista Vigília.

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Depois de se preparar para o risco de contrair dengue e malária no percurso, foi preciso uma viagem de 50 minutos num pequeno avião monomotor para a equipe chegar ao primeiro ponto de parada, a aldeia Maria Preta. “Os índios não queriam autorizar o pouso. Precisamos negociar durante dois dias via rádio até conseguirmos. As conversas começaram na quinta-feira (21/10) e só conseguimos chegar lá no sábado (23/10)”, revelou Vilhena. Para garantir o pouso, segundo o repórter, eles ainda tiveram que levar presentes para os cerca de 30 índios que habitam o local, dissidentes da aldeia Krokaimoro.

Da aldeia Maria Preta, a equipe seguiu numa “voadeira” (um barco de alumínio leve e rápido) até a ilha de Zé Bispo, a 200 km de São Félix do Xingu. O percurso, de mais de 2 horas, é difícil e normalmente o local só é visitado pelos próprios índios e por militares. No caminho, a equipe enfrentou fortes correntezas, desviando de grandes pedras e tomando todo o cuidado para não cair no rio, repleto de piranhas.

Ao chegarem, os visitantes encontraram o índio Kruakruké, que viu quando o objeto passou por cima da aldeia, fazendo um forte ruído que lembrava um avião a jato. “Foi muito rápido. A gente ouviu muito barulho e a terra tremendo; ficamos com medo”, disse o índio à equipe de reportagem da Rede Band. O peão de madeireira Gildemar Santana de Souza, que trabalha no interior da mata extraindo mogno e cedro, deu igual testemunho. “Pensei que fosse uma grande bomba porque balançou tudo”, afirmou ele ao repórter Ronaldo Vilhena.

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Sem vestígios
O acesso para o local da suposta queda ficava na margem oposta à da ilha Zé Bispo. Depois da travessia, a equipe entrou pela mesma picada que dias antes havia sido aberta pelo Salvaero – Serviço de Busca e Salvamento Aéreo de Belém, em missão de averiguação (o serviço é subordinado ao 1º COMAR – 1º Comando Aéreo Regional).

Poucos metros adiante, na mesma trilha, a equipe deparou-se com a enorme clareira e uma disposição singular. Num raio de dois alqueires a mata ainda estava queimando. A partir do centro, onde parecia ter ocorrido o provável impacto, havia árvores de grande porte tombadas, literalmente arrancadas pela raiz. Em alguns casos, os troncos estavam partidos e farpados, excluindo a possibilidade de corte da madeira. “Era como se tivessem sofrido ação de um vendaval ou de um poderoso guindaste” disse Vilhena.

Ao contrário do que esperava, a equipe de reportagem e os geólogos não encontraram um rastro deixado pela possível queda de um bólido. Sob a cobertura de cinzas provocada pela queima da mata, não havia uma cratera ou quaisquer fragmentos que indicassem tal fato. Os medidores de radioatividade também não detectaram qualquer anomalia.

Segundo Ronaldo Vilhena, além da cena de destruição, impressionava o estranho cheiro que o local exalava. “Não dava para definir. Eu conheço queimadas, a mata e tudo mais. Mas nunca havia sentido aquele cheiro”, garantiu ele à Vigília.

Apesar dos sensíveis equipamentos de medição, os geólogos Nelio Rezende e Rômulo Angélica não detectaram radioatividade ou qualquer outro vestígio da queda. “É muito frustrante chegar e não ter evidências de nenhum fenômeno de impacto, meteorito ou de um acidente qualquer. Não há constatação, simplesmente não temos evidências… é muito difícil explicar” declarou Rômulo.

Aeronáutica não está investigando
O Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (Cecomsaer), de Brasília, confirmou que o Serviço de Busca e Salvamento de Belém (Salvaero-BE) esteve no local, “não encontrando nenhum objeto, como aeronave, meteorito ou algo que tivesse se precipitado sobre o solo”.

Em e-mail à Revista Vigília, a Divisão de Jornalismo do Cecomsaer revelou ainda que “foi constatada uma área de aproximadamente 1/4 de um campo de futebol, com a vegetação queimada; e a Aeronáutica não tem registros nos Sistemas de Controle do Espaço Aéreo e não está investigando o ocorrido”.

O repórter Ronaldo Vilhena, que trabalha também para o jornal O Diário do Pará, revelou que já havia entrado em contato com o 1º Comar, que se recusara a comentar o assunto.

O geólogo Rômulo Simões Angélica disse que está concluindo, junto com Nélio Resende, o relatório de sua pesquisa ao local da suposta queda do objeto. O pesquisador, que tem doutorado na Alemanha e é docente do Centro de Geologia da Universidade Federal do Pará, em contato via e-mail com a nossa reportagem, não quis adiantar suas hipóteses de trabalho, mas se comprometeu a comentar o assunto assim que concluir o relatório.

Ainda há mais perguntas que respostas. Se realmente caiu algo na pacata ilha de Zé Bispo, no Xingú, o que foi? Por que os pesquisadores e a equipe de reportagem não localizaram qualquer outro vestígio de algo capaz destruir toda a área? A Revista Vigília continua tentando contato com moradores, autoridades no local, especialistas em meteoritos e outros fenômenos celestes, mas as informações ainda são muito precárias. Por enquanto, pelo menos, o mistério continua.

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