UFO Crônica: Esconde-esconde
Quem não se lembra das brincadeiras de infância não estava lá ou precisa fazer uma regressão hipnótica. Pique-esconde, pique-pega, pique-alto, pião, búlica, pipa e uma série de outras diversões que faziam a nossa farra quando éramos jovens e pouco sabíamos da vida.
Não sou sujeito saudosista, entretanto, é inevitável observar como esses jogos marcaram nosso comportamento. Sim, do contrário, não temos outra explicação para o circo da ufologia.
Por favor, leitor, não me leve a mal, estou apenas a dizer que a nossa ufologia e o contexto que a cerca parece elevar nossa nostalgia e resgatar aquele comportamento juvenil e faceiro com o qual corríamos pelas ruas, quintais e playgrounds durante horas a fio.
Para esclarecer o assunto, digo que muitas vezes os órgãos oficiais, os ufólogos e até mesmo os contatados e abduzidos, parecem recorrer àquelas brincadeiras quando o assunto deveria ser levado a sério.
Começamos com o esperto passa anel, para quem não se lembra o jogo consistia em esconder um anel, entre as mãos, em seguida insinuar que era deixado com cada uma das crianças presentes. Depois, sem abrir as mãos, todos deveriam adivinhar com quem se encontrava o objeto.
Pois é, você, uma pessoa perspicaz, já percebeu o quanto brincam disso ultimamente. No caso, as agências oficiais parecem fingir que não sabem onde estão os objetos voadores e o que há dentro deles. No passatempo, também se nega a posse de fotos, vídeos e outros. Assim, os ufólogos são obrigados a adivinhar com quem está tal ou qual arquivo. Afinal, no jogo da lei de liberdade de informação, só ganha quem aponta direitinho onde está, quando foi feito e que tipo de arquivo se pretende obter.
Outra brincadeira constante é a de tapar os olhos. Nessa, alguém de costas precisa descobrir quem está lhe vendando. Ah… é a preferida das testemunhas, abduzidos e delatores oficiais. Um jogo no qual você mostra o que quer, mas esconde sua identidade, e o público que resolva se vai acreditar ou não em uma história contada à olhos encobertos.
Mas a preferida é o esconde-esconde ou pique-esconde dependendo da região. Funciona assim: uma pessoa fecha os olhos e conta até 100. Durante esse tempo, os outros se escondem para que posteriormente a pessoa que contava possa procurá-los.
Porém nesse esconde-esconde ufológico, a brincadeira ganha outros patamares. A sociedade parece estar sempre de olhos fechados, contando até o infinito. Por outro lado, os aparelhos governamentais não param de esconder vestígios dos visitantes extraterrenos.
Problema maior se dá, quando os ufólogos encontram alguma prova, principalmente se ela estiver escondida com os militares. O que acontece é que eles não aceitam muito bem as regras da brincadeira e recorrem a inúmeros recursos para dizer: “melou o pique”, frase utilizada quando uma regra era quebrada.
Para isso, eles negam a existência de programas e a posse de objetos voadores, às vezes, até apagam os rastros e ridicularizam as pessoas para desqualificá-las. Há quem até se machuque feio com a brincadeira, e não estou falando de um joelho ralado, mas de casos como Bob Lazar e outros que tiveram suas vidas destruídas.
Por fim, os ufólogos são feitos de brinquedo, jogados de um lado para o outro, escutam mentiras, verdades, meias verdades mentirosas. No meio dessa algazarra, precisam adivinhar o que é falso e o que é verdadeiro antes que fiquem tontos, de tanto rodar de lá pra cá, e caiam no mesmo lugar, como um velho e mambembe pião de madeira.
