Planeta anão Ceres: novo potencial lar para vida alienígena
O planeta anão Ceres, localizado no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter, tem sido objeto de estudo intenso nos últimos anos. Recentemente, um grupo de cientistas apresentou resultados interessantes na conferência GSA Connects 2023, da Sociedade Geológica da América.
A influência dos asteroides
Numerosos asteroides que perfuraram a superfície de Ceres parecem ter influenciado seu reservatório de preciosas moléculas orgânicas. Em 2017, cientistas que estudavam dados enviados pela sonda Dawn da NASA detectaram inicialmente compostos orgânicos conhecidos como moléculas alifáticas perto de uma cratera de impacto de 51 quilômetros de largura em Ceres.
Desde então, os pesquisadores têm tentado determinar a origem dessas moléculas. Alguns estudos sugeriram que os asteroides levaram essas moléculas a Ceres, enquanto outros concluíram que foram formadas no próprio planeta anão.
A resistência dos compostos orgânicos
“Estamos descobrindo que os produtos orgânicos podem estar mais difundidos do que inicialmente relatado e que parecem ser resilientes a impactos com condições semelhantes às de Ceres”, disse Juan Rizos, astrofísico do Instituto de Astrofísica de Andaluzia, na Espanha, e co-autor do estudo.
A equipe de Rizos realizou uma série de experiências que imitaram as condições de impacto esperadas em Ceres no Ames Vertical Gun Range da NASA, na Califórnia, uma instalação dedicada a simular a física e a mecânica das crateras de impacto e dos ataques de asteroides.
O futuro da pesquisa em Ceres
A pesquisa decenal 2023-2032 para ciência planetária e astrobiologia destacou Ceres como um alvo de alta prioridade para uma missão de retorno de amostras, que poderá ocorrer várias décadas no futuro.
Enquanto isso, outra sonda da NASA chamada Lucy explorará 10 asteroides troianos que se pensa conterem pistas sobre a criação do nosso sistema solar e até mesmo da Terra.
“Provavelmente encontraremos diferenças, uma vez que os asteroides troianos tiveram histórias de impacto muito diferentes das de Ceres”, disse Rizos. “E porque existem dois tipos de asteroides troianos com composições diferentes.”
Essas descobertas recentes aumentam o potencial astrobiológico de Ceres e abrem mais um caminho para futuras pesquisas sobre a possibilidade de vida além da Terra.
