Categories Notícias

Misteriosos fragmentos na Serra do Tombador: uma farsa ou um grande mistério?

Compartilhe:

Por Eduardo Castor Borgonovi, da Agência Estado

----publicidade----

O universo da Ufologia está tão povoado de mistérios, acobertamentos e farsas que muitas vezes torna-se praticamente impossível o garimpo jornalístico da verdade. Nesse momento, o bom jornalismo fica com a alternativa de levar os fatos a público para que a própria comunidade possa tirar suas conclusões e ajudar nas investigações.

É o caso que atualmente envolve as informações a respeito de estranhos fragmentos que teriam sido encontrados na Serra do Tombador e possivelmente estudados na Universidade do Mato Grosso, em Cuiabá.

No dia 15 de fevereiro deste ano, uma longa nota distribuida mundialmente pela Internet, em inglês, informava que dois professores da Universidade haviam encontrado milhares de fragmentos na Serra do Tombador, que fica a cerca de 350 km de Cuiabá. Os fragmentos teriam sido encontrados inicialmente por mineradores de ouro e prata que trabalham no local. Sabendo da notícia, dois professores, segundo a nota, Octavio Porros e Milton Riás, foram ao local, recolheram amostras dos fragmentos e as levaram para a Universidade, onde as submeteram a exames minuciosos auxiliados por alunos da escola. Os fragmentos, informa a nota, divulgada pela Erickson Paranormal Research Foundation (uma entidade norte-americana sem fins lucrativos), contrariam leis da física conhecidas por nós e apresentam estranhas propriedades (ver abaixo).

----publicidade---- Loja do Portal Vigília - Produtos e estampas exclusivas para quem veste a camisa da Ufologia

No dia seguinte ao recebimento da nota pela Internet, a Agência Estado iniciou trabalhos de comprovação e ampliação das informações em Cuiabá. Na Universidade, as informações são de que lá “não existem os professores Porros e Riás”. Em contato com alunos, entretanto, a reportagem descobre que eles existem, são conhecidos dos alunos e são cubanos.

Que estariam fazendo na Universidade de Cuiabá dois professores cubanos que a própria Universidade se nega em admitir a existência? Talvez estejam participando de algum programa pedagógico. Mas, a Polícia Federal informa que seus nomes não constam entre cubanos legalmente entrados no Brasil.

Durante quase um mês de investigações, nada mais se descobre a respeito dos misteriosos professores e dos fragmentos da Serra do Tombador. Oficialmente eles não existem. Entretanto, existe um fato: uma nota que rodou o mundo e que se baseia em um vídeo tape gravado pelo próprio misterioso professor Milton Riás e que chegou às mãos da Erickson Foundation.

----publicidade----

Questionado a respeito, John Erickson, presidente da Fundação, comenta: “Pessoas não podem simplesmente desaparecer. Parece que aqueles que têm algo a perder são os únicos que não se lembram dos dois homens”.

Terremoto
Na terça-feira, 10 de março passado, quando continuavam os esforços de investigação da Agência Estado, 5 municípios do Mato Grosso são atingidos por tremores de terra, marcando 5.2 na Escala Richter, o que não indica um terremoto muito violento. A terra treme, as pessoas ouvem um grande barulho semelhante ao de um avião, crianças passam mal, quadros caem das paredes inclusive na capital, Cuiabá. Seria um fato jornalístico importante, mas isolado, se grande parte dos municípios afetados pelo pequeno sismo, principalmente Porto dos Gaúchos, não ficassem na região da Serra do Tombador, onde os misteriosos fragmentos teriam sido encontrados. Mais ainda: em Porto dos Gaúchos, conforme informa o Laboratório Sismológico da Universidade de Brasília, houve um sismo anterior no dia 17 de maio do ano passado e outro em 16 de fevereiro deste ano. E ainda mais: dos 22 tremores registrados no Mato Grosso desde 1955, segundo a UnB, 18 deles tiveram seu epicentro localizado em Porto dos Gaúchos, na Serra do Tombador.

Portanto, há algum fenômeno ocorrendo na Serra do Tombador. Embora a nota sobre a descoberta dos fragmentos tenha sido divulgada por uma fundação norte-americana que estuda parapsicologia e a tendência natural no universo ufológico seja imediatamente associar o mistério à possível queda de um óvni, podemos estar diante da descoberta de alguma espécie de material trazido à superfície pelos constantes sismos na região. Nesse momento, a única solução honesta e ética é levar a público essas informações. Portanto, vai a seguir transcrita a nota divulgada pela fundação Erickson. Quaisquer informações que possam acrescentar esclarecimentos aos fatos e ao paradeiro dos professores serão bem-vindas pelo endereço ecastor@agestado.com.br

----publicidade----

A nota

Esta é a íntegra da nota distribuída pela
Erickson no dia 15 de fevereiro passado.
“O Dr. Octavio Porros, chefe do departamento de ciências da terra, e Milton Riás, professor de química mineral na Universidade do Mato Grosso, Cuiabá, anunciaram a recuperação de centenas de misteriosos fragmentos de um material desconhecido de um local onde houve uma suposta aterrissagem de um óvni na Serra do Tombador, aproximadamente 350 quilômetros a sudoeste dessa cidade do Sul do Brasil. ‘Nós não temos idéia do que sejam esses fragmentos’, disse o prof. Riás em um longo artigo gravado em tape no dia 3 de fevereiro deste ano. ‘Dizer que nós estamos confusos é um engano. Nós estamos excitados. Seja o que for esta substância, ela tem várias propriedades surpreendentes que exigem estudos muito cuidadosos’. A alegada ‘aterrissagem de um óvni’ ocorreu em algum momento de outubro de 1997, e foi testemunhada por mineradores de ouro e prata um campo isolado nas montanhas cheias de árvores da Serra do Tombador. Os mineradores, que tendem (disse Riás) a ser muito cautelosos a respeito desses assuntos, foram os primeiros a coletar tais fragmentos, mas as informações sobre a aterrissagem e a existência de evidências físicas apenas alcançaram o mundo exterior em novembro último, ou começo de dezembro. O professor Riás, seu irmão Dante (um engenheiro de mineração) e um terceiro homem descrito como ‘amigo da família’ viajaram para o campo de mineração no período entre o Natal e o Ano Novo. ‘Foi meu irmão quem primeiro ouviu as histórias da aterrissagem e dos fragmentos’, disse o professor Riás. ‘Ele considerou a fonte confiável o suficiente para que fosse investigar pessoalment. Ele me convenceu a ir lá com ele’. A ‘fonte confiável’ de Dante Riás, um minerador até agora não identificado, guiou o trio até uma área alta e plana de pampas áridos acima da ravina cheia de árvores onde os mineradores trabalham à procura de ouro. ‘Os mineradores às vezes usam a área plana como um campo de pouso’, disse Riás. ‘A elevação fica a cerca de mil e tantos metros de altura. É uma região de grama muito bonita. Um fazendeiro local costuma levar seu gado a essa região para pastar. Um pequeno avião pode descer facilmente lá. Aparentemente, não é fora do comum ver luzes no céu nessa área. Elas tem sido vistas durante muitos anos’. Riás, que disse estar esperando encontrar marcas de um pouso de alguma espécie de aeronave, ficou desapontado. ‘Eu pensei que ia ver algo como os círculos nas plantações inglesas, que tinha visto em fotos’, ele disse, rindo. ‘Entretanto, não havia nada como isso por lá. Apenas grama’. Só depois que seu guia os levou a uma área específica que os investigadores começaram a perceber os fragmentos escuros e irregulares no chão embaixo de seus pés, alguns parcialmente enfiados no solo entre as moitas de grama e outros que, de acordo com Riás, pareciam ter caído ali apenas alguns minutos atrás. ‘De acordo com a maior precisão que pudemos ter’, disse Riás, ‘os fragmentos cobriam uma área mais ou menos circular, numa circunferência de uns 200 metros, com a maior concentração num anel situado uns 10 metros dentro da borda do círculo. Não tivemos dificuldade em vê-los. Havia dezenas de milhares de pequenas peças escuras no solo em torno de nós. Elas ficaram muito evidentes no momento em que soubemos o que estávamos procurando. Apanhamos amostras em vários locais do círculo, fizemos fotografias e algumas medições preliminares. Meu irmão testou o local com seu contador Geiger e conseguiu leituras apenas um pouco superiores às normais. Testes com um compasso direcional mostraram algum efeito magnético, mas apenas leve e inconclusivo. O local precisa ser estudado cuidadosamento com equipamento apropriado’.

Após seu retorno a Cuiabá, Riás iniciou uma série de testes físicos para determinar a natureza e a composição dos fragmentos. ‘Trouxemos 262 amostras para casa’, ele disse. ‘A menor tem mais ou menos o tamanho de uma ervilha seca. A maior é irregular, mais ou menos como um fragmento de rocha, medindo 6×2 centímetros. Todas as peças têm forma muito irregular e bordas salientes, como se elas tivessem sido quebradas. Foi por isso que nós começamos a chamá-las de fragmentos. Elas pareciam cacos de alguma coisa quebrada, como um imenso pote de cerâmica. É impossível dizer se eles são velhos ou novos. Não há nenhuma ação aparente do tempo em suas bordas’. Riás descreveu a substância dos fragmentos como parecendo não-metálica, ‘e não como alguma pedra com a qual eu esteja familiarizado’. Ele disse que lhe deram a impressão de uma substância manufaturada – como cerâmica ou plástico. ‘É muito difícil de descrever’, ele disse. ‘É um material muito duro, mas ao mesmo tempo tem uma espécie de emborrachamento em sua superfície. A cor é um cinza muito escuro, e nem um pouco brilhante, muito opaco’. Riás disse que a substância tem uma gravidade específica de 2.72, ‘muito similar à do alumínio’. É má condutora de eletricidade. ‘Nós ainda não descobrimos seu ponto de fusão. Nós a submetemos a calor acima de 2.500 graus centígrados. A substância nem se derreteu nem queimou. Ela é totalmente resistente à corrosão dos ácidos mais comuns.

Quando perguntado se a substância era radioativa, Riás respondeu: ‘No começo, os fragmentos mostraram ser um pouco mais radioativos do que você poderia esperar de qualquer pedra escolhida ao acaso, em outras palavras, um pouco acima da radioatividade normal do solo. Mas esses níveis tornaram-se normais em todas as amostras, exceto em uma que apresenta leituras que flutuam de um dia para outro, com altos picos de emissões alpha e beta. No entanto, nós não detectamos nenhum raio gamma, indicando a nós que a substância, seja ela o que for, não é um produto secundário de fissão nuclear, o que significa que ela não é nenhuma espécie de lixo atômico, como alguns chegaram a sugerir.

De qualquer modo, estamos guardando aquele fragmento num container especial, apenas para prevenir. Nós realmente não sabemos com o que estamos mexendo. Precisamos ter cuidado’. O material mostrou-se tão duro que foi preciso o emprego de uma prensa hidráulica para transformar um pequeno fragmento em partículos finas para alguns dos testes feitos por Riás. Quando perguntado sobre os resultados dos testes para determinar a composição dos fragmentos, ele disse: ‘Quanto mais testes eu aplico, mas atônitos nós ficamos. O resultado mais estranho, de longe, é o da espectografia cromática, que deveria ser capaz de indicar os constituintes do material. Entretanto, a leitura espectográfica não pode ser correta.. A máquina nos diz que os fragmentos são feitos de uma mistura de metano e amônia quase puros, com traços de carbono. Isso é claramente impossível. Metano e amônia são gases. Eles só existem em estado sólido quando congelados a temperaturas muito baixas. Esses fragmentos não são gás congelado, ao menos não ‘congelado’ no sentido da palavra que eu conheço. De fato, várias pessoas que pegaram os fragmentos nas mãos notaram que eles se mostram levemente quentes ao toque’. Riás disse que, apesar dessa sensaçãos, os termômetros não mostram variações entre a temperatura dos fragmentos e o meio-ambiente. ‘Eles não emitem calor’, ele disse.

Ele, então, foi perguntado pelo entrevistador sobre rumores de que os fragmentos derretiam cubos de gelo mesmo a temperaturas abaixo de zero. ‘Isso não é exatamente verdade’, explicou Riás. ‘Um de meus estudantes fez um teste, deixando um fragmento sobre um cubo de gelo no laboratório aberto. Dentro de um minuto e meio, mais ou menos, o fragmento passou através do cubo, deixando um buraco no gelo. Havia um pouco de água derretida do gelo, mas eu creio que essa água era resultante da exposição normal ao ar morno. Então eu repeti o experimento pessoalmente, num freezer, a temperatura abaixo de zero. O fragmento começou a passar através do gelo e, como observei, o buraco atrás do objeto se encheu de gelo recristalizado. Depois de 1 minuto e 37 segundos, o fragmento passou totalmente através do cubo de gelo de 4 cms deixando apenas uma linha de gelo recristalizado marcando sua passagem. Eu acredito que o fragmento não estava derretendo o gelo, mas de algum modo empurrando para o lado os cristais compactados de água. Essa é a mais estranho propriedade do material. Os experimentos com o gelo foram repetidos centenas de vezes até agora. O efeito é sempre o mesmo’.

Quando perguntado de onde ele achava que os fragmentos teriam vindo, o professor Riás disse não saber. ‘Eles correspondem a nada que eu tenha visto em mais de 20 anos como químico. Eles parecem violar leis naturais do modo como nós entendemos essas leis. Entretanto, muito mais estudo é necessário’.

Quando perguntado se os fragmentos não eram da Terra ou se ele pensava que eles vieram de um óvni, Riás disse: ‘Primeiro você tem que me dizer o que é um óvni. Eu nunca vi um. Eu não sei se esses fragmentos vieram de algum lugar que não este planeta, e se vieram, eu não sei como eles chegaram lá. Nenhum dos mineradores viu uma nave, ou pelo menos nenhum deles disse ter visto. Eles viram luzes no céu. Isso pode significar alguma coisa’.

Perguntado se ele daria a localização exata do local na Serra do Tombador, Riás disse que não até que ele possa montar uma expedição apropriada para voltar à área. ‘No entanto, eu já enviei amostras dos fragmentos para colegas na França, Alemanha e Japão. Eles estão repetindo nossos experimentos e confirmando nossas leituras. Francamente, eles têm melhores equipamentos que nós aqui. Eles devem descobrir alguma coisa que nós deixamos passar”.

*Cortesia AE/Eduardo Castor

Compartilhe:

You May Also Like

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.