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Eventos em Curitiba e Belo Horizonte reacendem polêmica entre correntes

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Dois eventos no intervalo de uma semana fizeram a Ufologia ir parar nas manchetes da grande imprensa e agitaram as discussões entre os entusiastas do tema. De 28 de abril a 1º de maio, em Curitiba, no Paraná, aconteceram simultaneamente o 22º Congresso Brasileiro de Ufologia Científica e a 11ª Conferência Internacional de Ufologia. Logo a seguir, aproveitando a presença de três conferencistas internacionais, o organizador de eventos para o público da Ufologia, Rafael Cury, tratou de emplacar também o 23º Congresso Brasileiro de Ufologia Científica e a 12ª Conferência Internacional de Ufologia, nos dias 4, 5 e 6 de maio, desta vez em Belo Horizonte, Minas Gerais.
A repercussão, principalmente do evento em Curitiba, foi grande, sobretudo em torno das divergências das abordagens científica e mística da Ufologia.
Como já se tornou habitual nos eventos do gênero, mais uma vez ambas as correntes se misturaram para compor um retrato quase surrealista do estágio atual das discussões ufológicas no Brasil e no mundo.
Enquanto de um lado pesquisadores das mais diversas formações acadêmicas procuraram traçar perfis de comportamento do fenômeno UFO ou dos atores sociais que se envolvem com o assunto, tentando apresentar provas e evidências de uma atividade anômala, por sua parte palestrantes místicos de várias vertentes traziam mensagens diversas de supostos extraterrestres que, mantendo contato com um seleto grupo na Terra, já estariam transmitindo revelações que vão do alerta pela preservação da natureza até a sexualidade no contexto extraterrestre e holístico.
No centro dessa polêmica ficou a cantora Elba Ramalho. Desde o Congresso Internacional de Campinas, em março desse ano, a cantora surgiu publicamente para divulgar uma mensagem que fala da relação entre as supostas aparições marianas e os OVNIs, bem como do perigo de um tal “óleo negro”, substância que leva o mesmo nome e desempenha a mesma função do produto imaginário que dá o tom de conspiração mundial à história de ficção científica do seriado televisivo Arquivo X.
Em Curitiba Elba repetiu a exposição já apresentada em Campinas. Desta vez, no entanto, chegou a mostrar um vídeo como prova dos fenômenos paranormais que ocorreriam no Santuário das Virgens de Maria, no qual seriam “canalizadas” mensagens extraterrestres. Para observadores mais atentos, contudo, as imagens mostradas não ofereciam elementos que as pudessem diferenciar do resultado de reflexos, refração e outros efeitos luminosos comuns no manuseio incorreto de uma filmadora.
Experiências internacionais
Segundo o organizador, Rafael Cury, a participação frustrou as expectativas. “Ficou bem abaixo do esperado… Acho que precisamos refletir sobre isso”, disse.
Apesar disso, ambos os eventos tiveram na programação palestras de nomes importantes da pesquisa Ufológica Mundial, como Rodrigo Fuenzalida, sociólogo chileno que, através de sua organização AION (Agrupación de Investigaciónes Ovniologicas de Chile) faz parte da iniciativa de integração civil e militar em seu país para investigar oficialmente os objetos voadores não identificados. Ou ainda Pablo Villarrubia, uma espécie de Indiana Jones latino. Escritor espanhol, nascido no Brasil, Villarrubia circula o mundo em busca de histórias de mistérios e mostra casos interessantíssimos da Ufologia no Brasil e outros países da América do Sul.
Outra atração internacional foi o norte-americano Virgil Armstrong, ex-militar que se diz ex-agente da CIA e garante ter estado pessoalmente na captura de um OVNI em White Sands em 1948, sendo testemunha ocular do resgate de corpos de Ets. Apesar do currículo, sua apresentação revelou-se de abordagem mística e carente de provas.
Para Cury, contudo, há de se destacar a contribuição de Fuenzalida e Villarrubia. “Ambos demonstraram que os ufólogos brasileiros estão bem atrasados na questão do reconheciemto oficial dos UFOs… O governo Espanhol e o Chileno estão abrindo seus arquivos de pesquisa… Isso também é resultado da ação de ufólogos… Temos que cobrar isso dos órgãos competentes no Brasil”, ressaltou.
Novos palestrantes
Um diferencial em relação aos eventos realizados em anos anteriores foi a expressiva quantidade de expositores iniciantes.
Em Curitiba, na lista dos novos palestrantes estava também a Revista Vigília, através de seu editor, Jeferson Martinho. Partindo de um novo documento mostrado com exclusividade na revista, Martinho apresentou palestra sobre documentos oficiais como provas do interesse militar e governamental pelos OVNIs no Brasil.
Duas palestras elogiadas foram as de Rogério Chola, engenheiro de sistemas que falou sobre “Exobiosofia”, uma análise de intenções e comportamentos extraterrestres a partir da casuística, e Thiago Ticchetti, vice-presidente da Entidade Brasileira de Estudos Extraterrestres (EBE-ET), que apresentou um resumo do livro que está para lançar, fazendo um levantamento de tudo que se sabe a respeito de supostas quedas de OVNIs em todo o planeta.
A proposta era mesmo renovar. “Existem muitos valores por aí. Temos que dar oportunidades a eles. Na minha ótica, os novos valores também servem de estímulo aos velhos pesquisadores”, destacou Cury.
A polêmica em torno da cantora
Não demorou muito até ter início a discussão sobre a polêmica participação da cantora Elba Ramalho em Curitiba. No decorrer da semana, a Revista Veja publicou matéria a respeito das supostas experiências da artista, que queixou-se do tom de deboche do texto e do desrespeito ao teor original de suas declarações.
Nas listas de discussão na Internet e nos bastidores da Ufologia, o tema ressuscitou a antiga rivalidade entre as correntes mística e científica, com protestos e apoios para todos os gostos.
“A Elba não fala nada a mais do que falam alguns ufólogos palestrantes de congressos; o que ela fala vem ao encontro do que muitos falam e ninguém nunca criticou. Parece seletismo. Em outra ocasião , um jornalista que assistiu um congresso, fez um artigo horroroso como a Veja e a Elba não participara do congresso…”, protestou a internauta Maria Luisa Sampaio Bonafe, na lista Ufolista, na internet.
Opinião parecida tem o organizador dos eventos. “Apesar de muitos criticarem alguns aspectos da experiência pessoal dela [Elba], penso que sua adesão à ufologia poderá no futuro render resultados positivos. Vejo também certa hipocrisia na ufologia brasileira, quando alguns a criticam e dão tapinhas nas costas de pessoas que supostamente viajam muito mais na maionese”, disparou Cury.
Seja como for, o fato é que a exposição de Elba, embora não tenha conquistado a simpatia dos que esperavam abordagens realmente científicas e concretas, não perdeu em subjetividade, sincretismo e até estranheza para diversas outras. Foi o caso por exemplo da palestra “A sexualidade na visão extraterrestre”, do pesquisador Eustáquio Patounas, ou as próprias alegações fantásticas e inverificáveis do convidado internacional Virgil Armstrong, com seus informantes extraterrestres chamados “Guardiões da Força”.
Elba responde
A Revista Vigília conversou com Elba Ramalho para saber sua opinião a respeito da polêmica. Por e-mail, à nossa redação, a cantora falou sobre sua relação com a Ufologia e a atitude da revista Veja. Confira sua resposta:

“Prezado Jornalista, fui a Curitiba para dar um depoimento pessoal sobre tudo que tenho experienciado nos últimos tempos e que envolve a Virgem Maria e sua muitas aparições na terra. O meu compromisso é devocional e não científico. Não sou ufólogo nem cientista e nem oportunista. A prática da espiritualidade já leva muitos anos e seria mais interessante divulgar que ajudo a várias obras sociais, orfanatos, abrigos de idosos, hospitais do câncer, que distribuo sopa toda semana para mendigos nas ruas do Rio e que oro por todos e a todos nesse instante, envio o meu amor incondicional, transmutando no meu coração qualquer sentimento inferior, qualquer mágoa, qualquer dor. Entrei no tiroteio que agora compreendo traçar a rotas dos ufólogos, pesquisadores, estudiosos de ovnis, que com seus egos aguçados se sentem nesse instante melindrados, feridos e seqüelados pelo meu depoimento, cuja intenção era somente colaborar com a obra, levando a todos da ufologia, não à imprensa, as experiências pessoais, com consciência e conhecimento que me conferem esse direito.
A revista Veja atacou a mim. Foi pessoal, preconceituoso, deselegante e tentou colocar em questão a minha integridade moral que considero acima de qualquer suspeita. Tenho a minha crença e esta deve estar isenta de chacotas julgamentos. Feri os brios de alguns ufólogos, com muitas exceções porque, me parece, não aceitam nenhuma verdade que não seja a deles, mas não prejudiquei o estudo da ufologia em nada. Isto é especulação, é mesquinharia humana bem como a matéria da Veja é maledicente e sensacionalista! Quem está na roda para chacotas, nesse momento, é a artista Elba Ramalho, que se expôs, falou o que pensava, foi verdadeira e justa e má interpretada, no final de tudo!
As pessoas me conhecem pouco e mesmo assim me julgam e me atacam, quando estou aqui para servir, para amar, para ter compaixão e perdoar. Navego acima das águas turvas e das turbulências porque tenho fé e esta é inabalável. Por isso sou feliz e não preciso falar mal de ninguém nem ferir, nem magoar, nem chacotear.
Que Deus ilumine a nós todos para que tenhamos serenidade e muito amor em nossos corações para viver nossas vidas no exercício do livre arbítrio que nos é dado por ELE mesmo.
Luz, amor e paz!

Elba Ramalho.”

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