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Campanha pede liberação de documentos sobre OVNIs no Brasil

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Será lançada oficialmente no dia 15 de abril uma campanha nacional pela liberação de documentos oficiais em poder do governo e das Forças Armadas brasileiras relativos ao fenômeno OVNI. Chamada “Liberdade de Informação Já!”, a campanha é organizada pela Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), o mesmo grupo que organizou, em 1997, o I Fórum Mundial de Ufologia do Brasil, realizado em Brasília.
A CBU é formada por Ademar José Gevaerd, Editor da Revista UFO, única revista periódica do gênero no País, e os co-editores e consultores da publicação, Claudeir Covo, Rafael Cury, Reginaldo de Athayde e Marco Antonio Petit, do ufólogo brasiliense Fernando de Aragão Ramalho. “Pretendemos juntar assinaturas de milhares de entusiastas e ativistas da Ufologia, todos pedindo numa só voz que o Governo encerre sua política de sigilo aos UFOs.”, explica o texto de abertura da campanha no site da Revista UFO (http://www.ufo.com.br/ChegadeSigilos.php), que conclama todos os entusiastas do tema a deixarem seu nome e-mail como forma de adesão à iniciativa.
O lançamento da campanha coincide com a proximidade do lançamento da edição de número 100 da Revista UFO, prevista para maio. Segundo o editor da Revista UFO, Gevaerd, a proposta não é de confronto com os organismos oficiais. “Queremos que eles admitam que estudam ou estudaram o tema e aceitem que os ufólogos conheçam seus arquivos. Se houver algum movimento de pesquisa oficial em andamento, os ufólogos devem ter o direito de conhecer seu funcionamento e o direito de se oferecerem para participar”, explicou.
As afirmações do editor não se pautam em meras especulações. Há mais de trinta anos os pesquisadores do tema no Brasil colecionam muitos volumes de documentos que comprovam o interesse militar e oficial pelo fenômeno OVNI. Entre os mais conhecidos estão a Operação Prato, que embora já fosse velha conhecida da comunidade ufológica, só ganhou notoriedade em 1998, quando o coronel da reserva Uyrangê Bolívar Soares Nogueira de Hollanda Lima veio a público confirmando ter comandado a operação secreta empreendida pela Força Aérea Brasileira no Pará e Amazonas nos anos de 1976 e 1977. Poucas semanas depois, Hollanda cometeria suicídio, mas a informação já estava revelada.
Nesta época, alguns pesquisadores já tinham em mãos uma versão incompleta – com pouco mais de 200 páginas – do relatório final da Operação Prato, onde equipes militares descreviam minuciosamente suas entrevistas com testemunhas do fenômeno OVNI e suas próprias experiências com inexplicáveis aparições.
Esse e outros documentos estarão disponíveis para download no site da Revista UFO. Embora sigilosos, a maioria é bem conhecida, como a NPA-09, do Ministério da Aeronáutica, emitida pelo Serviço Regional de Proteção ao Vôo do Rio de Janeiro, em 20 de agosto de 1990, um conjunto de procedimentos a serem adotados em caso de avistamento de objetos voadores não identificados por pessoal de companhias aéreas e militares; a Diretriz Específica 04/89, também do Ministério da Aeronáutica, que estabelece os procedimentos a serem empregados quando forem relatados avistamentos de UFOs; o Regulamento para Salvaguarda de Assuntos Sigilosos, ou RMA 205-1, também da Aeronáutica, com base no decreto número 79.099, de 06 de janeiro de 1977, que apresenta a sistemática adotada para manuseio e registro de assuntos sigilosos adotada pelo referido Ministério, inclusive em casos envolvendo objetos voadores não identificados. Há também os boletins de pesquisa do Sistema Integrado de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados (SIOANI), que funcionou, de 1969 a 1972, dentro do 4° Comando Aéreo Regional, de São Paulo.
Em matérias no Portal Revista/Vigília os leitores também já tomaram conhecimento de outros papéis que comprovam a movimentação oficial e secreta que envolve o fenômeno OVNI no Brasil (matéria completa). Alguns deles são o ofício CHF/S-0222, de 13 de junho de 1989, emitido pelo Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo (SRPV-SP); o RD 46/CRIP/0405/89, um telex do Núcleo do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro, o (Nucomdabra, precursor do Comdabra, Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro) e a transcrição do diálogo entre um piloto civil e o operador de radar mostrando uma manobra na tentativa de se aproximar de um OVNI.

Comdabra: a Caixa de Pandora da Ufologia Brasileira

Um dos objetivos principais da campanha é chamar a atenção da sociedade para os segredos que estariam guardados no Comdabra. Embora a Força Aérea Brasileira oficialmente negue seu interesse pelo assunto, a verdade ficou evidente há pouco tempo, quando o deputado federal por São Paulo, Celso Russomano, entrevistou o então chefe do órgão (major-brigadeiro José Carlos Pereira) em seu programa “Circuito Night And Day” e mostrou a capa de um relatório secreto de registros de OVNIs. Pouco antes, o envolvimento do Comdabra com o assunto tinha sido revelado em ofício enviado pelo Comando Geral do Ar ao deputado federal do Alagoas, João Caldas, autor de um projeto que pretendia obrigar pilotos civis e militares a relatarem a uma comissão no Congresso Nacional episódios de encontros com OVNIs (Projeto de Lei 2.324/2000).
O ofício 015/CMDO/488, assinado pelo tenente-brigadeiro Henrique Marini e Souza, revelava que “o órgão responsável pela matéria é o Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra), um comando combinado com sede em Brasília e subordinado diretamente ao Comandante Geral do Ar”. O documento explicava ainda que o Comdabra “efetua o acompanhamento e investigação de tráfegos desconhecidos”, e que as informações sobre o que o órgão chama de “tráfego hotel” deveriam ser repassadas pelas organizações militares da Aeronáutica diretamente ao órgão ou ao posto de controle de tráfego aéreo mais próximo, através de formulário padrão. Os formulários passam então a receber tratamento sigiloso, segundo o ofício, “como forma de proteger a identidade do informante”.
O Comdabra foi oficialmente instituído em 1995, após um período em que operou sob o nome de Nucomdabra. A data de sua criação não é conhecida, mas há documentos oficiais mencionando o órgão desde a década de 80. Trata-se de um comando combinado ligado diretamente ao Presidente da República e, em tempos de paz, subordinado ao Comando Geral do Ar.
Tentativas anteriores de oficialização

A idéia de “oficializar” a Ufologia com a abertura de arquivos do Governo Brasileiro não é nova. O assunto gerou até mesmo uma nova polêmica na Comunidade Ufológica. Rosely Vaz de Lima, presidente da organização não governamental UFO Gênesis, sediada em Piracicaba (Interior de São Paulo), reivindica para o seu grupo a autoria da idéia. Em um editorial no Portal UFO-GÊNESIS, ela escreveu que “em abril de 2003, num evento do Grupo UFO-GÊNESIS em Piracicaba, quando na presidência de Michel, foi lançada a campanha ‘DISCO VOADOR NINGUÉM ESCONDE – Chega de Acobertamento!’”.
Mas este não foi o primeiro evento a promover iniciativa semelhante. Em dezembro de 1997, no I Fórum Mundial de Ufologia, a Carta de Brasília, com a assinatura de dezenas de ufólogos brasileiros e estrangeiros, já reivindicava a liberação de arquivos governamentais. O documento, à época, foi entregue nas mãos do parlamentar José Roberto Arruda, líder no governo no senado, e dois representantes da Aeronáutica, o comandante do 6º COMAR (Comando Aéreo Regional), Zilmar Antunes de Freitas, e Weber Luiz Kümmel, comandante da base aérea de Brasília, para que encaminhassem ao Presidente da República e ao Ministro da Aeronáutica.
Na série anual de congressos realizada em Curitiba pelo co-editor da Revista UFO, Rafael Cury, e seu grupo, o Núcleo de Pesquisas Ufológicas (NPU), praticamente todos os anos os pesquisadores elaboram um documento final pedindo a divulgação de informações oficiais. Na cidade de Peruíbe, no Litoral Sul de São Paulo, o 3o. Encontro Ufológico de Peruíbe, realizado com apoio da Prefeitura do Município de 18 a 21 de abril de 2003, produziu um documento elaborado pelos pesquisadores e assinado pelo prefeito da Cidade, Gilson Carlos Bargieri. O texto, enviado ao Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, solicitava estudos para a criação de uma comissão mista civil e militar para investigação de OVNIs.
Todas essas iniciativas, até agora, foram frustradas. No entanto, o editor da Revista UFO, Ademar Gevaerd, acredita que desta vez pode ser diferente. “Acho que há clima para começarmos a trabalhar uma Ufologia mais aberta. Se esperássemos por outros governos, com a expectativa de que sejam mais abertos à questão, nunca faremos nada. É melhor começar dando um passo hoje e outro amanhã, do que esperar sabe lá quantos anos para fazer a caminhada toda”, avaliou, em entrevista ao Portal/Revista Vigília.
Para aderir à campanha, os interessados devem visitar, na Internet, o site da http://www.ufo.com.br Revista UFO e informar seu nome e e-mail. No site já estão disponíveis algumas cópias de documentos sigilosos relativos ao tema e segundo o editor em breve deverá ser publicada uma edição especial da Revista UFO, com diversas páginas tratando do assunto. Os internautas que possuem sites ufológicos ou pessoais são convidados também a usarem em suas páginas o selo criado especialmente para a campanha.

Documentos para download: no Portal/Revista Vigília você também encontra documentos do Governo Brasileiro relativos ao fenômeno OVNI. Os links a seguir dão acesso aos respectivos documentos, em formato PDF:

Relatório do Serviço Regional de Proteção ao Vôo
Ofício 015/CMDO/488

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