Venus Express

[hsette]

A nave Venus Express, a caminho do planeta Vênus, passou por um importante teste no último dia 17 de fevereiro.



A uma distância de 47 milhões de km da Terra, teve seus motores ligados remotamente por engenheiros da ESA - Agência Espacial Européia. Em apenas 3 s de funcionamento, o sistema principal de propulsão da nave fez com que a sua velocidade diminuísse em cerca 10,8 km/h (3,0 m/s).
Foi um teste para que a Venus Express, que deve se aproximar de Vênus em abril deste ano (está chegando a hora), possa sofrer uma frenagem mais drástica a ponto de, uma vez mais lenta, ser "capturada" pela gravidade de Vênus e entrar em órbita ao redor dele.
O próximo grande momento na missão européia será a manobra de inserção na órbita venusiana, no dia 11 de abril. Para isso, será preciso fazer o sistema de propulsão funcionar por cerca de 50 minutos, na direção oposta à do deslocamento da nave. Essa freada permitirá que ela superar a atração gravitacional exercida pelo Sol e por Vênus de modo a entrar em órbita do planeta.

[Britan]

Equipa de controlo da missão prepara a chegada a Vénus

27 Março 2006
No Centro de Operações Espaciais da ESA os controladores da missão Venus Express estão a preparar-se intensivamente para a chegada da nave espacial, no dia 11 de Abril, ao destino homónimo.

A manobra crítica envolverá uma hábil combinação de física básica, engenharia de veículos espaciais especializada e uma grande precisão temporal.

A Inserção na Órbita de Vénus (VOI) que terá lugar no próximo mês assinalará a chegada da primeira missão da ESA a Vénus, um dos mais enigmáticos planetas do Sistema Solar.

A inserção na órbita inclui uma série de comandos por controlo remoto, combustões do motor e manobras concebidas para reduzir a velocidade da nave, de 29 000 Km por hora relativamente a Vénus, imediatamente antes da primeira combustão, para uma velocidade de entrada cerca de 15 por cento mais baixa, permitindo a sua captura na órbita que circunda o planeta.


VEX mission control team in MCR



Apontar o motor para travar

Os controladores farão 'rodar' a nave espacial de forma a apontar o injector do motor na direcção do movimento, começando às 08:03 (todas as horas no CEST - Horário de Verão da Europa Central) do dia 11 de Abril. A Venus Express executará uma combustão do motor principal de aproximadamente 51 minutos (o número final ainda pode mudar), começando às 09:19.


Os painéis solares da nave espacial também serão posicionados de forma a reduzir a possibilidade de uma carga mecânica excessiva durante a ignição do motor.

Ao longo dos dias subsequentes, será feita uma série de combustões adicionais para baixar o apocentro orbital (o ponto mais afastado do planeta) e para controlar o pericentro (ponto mais próximo do planeta). O objectivo é acabar numa órbita de 24 horas de duração à volta do ‘planeta estufa’ no início de Maio.


Venus Express engine firing



Manobras críticas requerem grande precisão temporal

Todos os passos devem ocorrer na sequência correcta e a nave espacial deve ser colocada na configuração correcta, a tempo da combustão do motor principal, a qual só pode acontecer num momento específico. O risco é de que, se ocorrer algum problema, a nave espacial perca a sua 'janela' de captura, tornando qualquer recuperação extremamente difícil.

Durante a combustão do motor, a nave também entrará numa situação de ocultação, que ocorrerá quando a Venus Express viajar por detrás do planeta, bloqueando a linha de vista para a Terra; perderá o contacto via rádio durante quase 10 minutos. Os controladores estarão atentos ao restabelecimento do contacto via rádio, quando a ocultação terminar às 09:56.

"A inserção na órbita de Vénus é um procedimento complexo. O principal desafio é que a manobra deve ocorrer na hora exacta," afirma Jean-Baptiste Gratadour, Engenheiro dos Sistemas de Controlo Orbital e de Atitude da Venus Express no ESOC, e um dos muitos engenheiros e cientistas que estão agora a trabalhar na preparação para a chegada da nave espacial a Vénus.


NASA fornece apoio directo

A antena de espaço profundo (de 70 metros de diâmetro) da NASA, que se encontra de momento em Madrid (Espanha), suportará a inserção na órbita de Vénus devido à sua localização geográfica. Para as operações de rotina, a Venus Express comunicará através da nova antena de espaço profundo (de 35 metros de diâmetro) da ESA em Cebreros (Espanha).


fonte: ESA

[Britan]

Sonda europeia entrou em órbita em torno de Vénus
2006/04/11 | 09:51


A sonda europeia Venus Express colocou-se hoje em órbita junto do planeta Vénus, anunciaram os controladores da missão no Centro Europeu de Operações Espaciais (Esoc) da ESA em Darmstadt, Alemanha.

O arranque do motor começou às 09:17 locais (08:17 em Lisboa) e durou 50 minutos para «reduzir em cerca de 15 por cento a velocidade relativa» da Vénus Express, que era de 29.000 quilómetros/hora, precisaram os controladores da Agência Espacial Europeia da Esa.

A Vénus Express, que deverá estudar a atmosfera, os sistemas nebulosos e, se possível, a crosta do planeta, vai permanecer a 400 quilómetros da superfície do planeta.

[hsette]

Site da ESA

Venus Express já chegou à sua órbita final

11 Maio 2006
Menos de um mês depois da inserção em órbita, e depois de voar dezasseis vezes em torno de Vénus, a nave espacial da ESA Venus Express chegou à sua órbita operacional final a 7 de Maio de 2006.

Já às 21:49 CEST do dia 6 de Maio, quando a nave espacial comunicava com a estação de terra da ESA em New Norcia (Australia), a equipa de controlo de terra da Venus Express no Centro Europeu de Operações Espaciais (ESOC) em Darmstadt, na Alemanha, recebeu confirmação antecipada de que a órbita final deveria ser atingida cerca de 18 horas depois.

Até ao início de Junho, a Venus Express irá continuar a sua ‘orbit commissioning phase’ (fase de comissionamento orbital), que começou a 22 de Abril deste ano. “Os instrumentos da nave espacial serão agora acesos um a um para possibilitar um controlo detalhado, e continuaremos assim até meados de Maio. Depois iremos colocá-los em funcionamento todos em conjunto ou em grupos”, afirmou Don McCoy, Project Manager da Venus Express. “Isto permite observações simultâneas dos fenómenos que deverão ser testados, para que a Venus Express esteja pronta para a fase cientifica nominal que inicia a 4 de Junho de 2006”, concluiu ele.

[Latorre]

Quais seriam os dados mais importantes a serem coletados em Vênus?

[hsette]

Quais seriam os dados mais importantes a serem coletados em Vênus?

Segundo o site oficial da Missão, os objetivos principais são:

- A dinâmica e a química da atmosfera venusiana;
- As interações entre a atmsfera e a superfície.


O sucesso será medido em função de respostas conclusivas às seguintes questões:
- O que provoca a dinâmica de ventos/furacões altamente velozes e constantes na superfície?
- O que são e qual a dinâmica dos vórtex atmosféricos observados em ambos os pólos?
- Qual a dinâmica de formação do sistema de nuvens superdenso e em camadas?
- Qual a origem de traços ultra-violetas no topo das nuvens?
- Como atua o efeito estufa observado em Vênus?
- Existe um ciclo de água, dióxido de carbono ou ácido sulfúrico em Vênus?
- O planeta perde atmosfera para o espaço exterior. O que determina e como ocorre esse fenômeno?
- O que causou os sinais de vulcanismo global que teria ocorrido a cerca de 500 milhões de anos atrás?
- Porquê alguns áreas da superfície são reflexivas ao radar?
- Há sinais de atividade vulcânica ou sismológica na atualidade?

Para mim, dois pontos são de interesse particular:
- Vulcanismo global no passado venusiano: penso que possa ter algo a ver com fatores externos, e que poderia inclusive ter provocado algum tipo de catástrofe aqui na Terra.
- Superfícies que refletem sinais de radar. É sempre algo curioso.

[hsette]

Nem tudo são flores!

Apesar de a entrada em órbita da Venus Express em torno da “Estrela D’Alva” ter sido um sucesso, os engenheiros do programa estão enfrentando o primeiro grande problema: o espelho de um dos instrumentos científicos se nega a girar.

A Venus Express descreve atualmente uma órbita elíptica em torno de Vênus, com um período de 24 horas, durante o qual a sonda passa de uma altitude de 250 quilômetros para outra de 66.000 quilômetros. “Esta órbita de trabalho nos vai permitir a realização das melhores observações possíveis da atmosfera de Vênus, de sua superfície e de suas interações com os ventos solares”, declarou Håkan Svedhem, um dos principais responsáveis pela missão. “Além do que, nos permitirá estudar una região muito pouco explorada, situada nas cercanias do pólo sul do planeta”.
Por azar, segundo a New Scientist, um dos sete instrumentos científicos já havia apresentado alguma falha. O espelho que se encontra à frente do PFS –Espectrômetro Planetário de Fourier - se nega a girar. Apesar de estar funcionando corretamente no momento do lançamento, em novembro de 2005, os engenheiros logo observaram que ele se negava a mover-se. Em 27 de abril, se dignou a girar 30 graus, porém depois mais nada. Vittorio Formisano, que dirigiu o desenvolvimento do PFS, confia em que, antes do fim desta semana, alcance o ângulo de 90 grados necessário para sua utilização.

Não é a primera vez que o PFS apresenta este problema. O que foi embarcado a bordo de Mars Express já havia sofrido uma falha em abril de 2005, problema esse superado parcialmente mais tarde. Este instrumento foi concebido para analisar a composição da atmosfera de Vênus, assim como sua temperatura e a de sua superfície. Se ficar operativo, também deverá partir para a busca de atividade vulcânica em Vênus.


Os instrumentos científicos embarcados a bordo de Venus Express: MAG, VIRTIS, PFS, SPICAM/SOIR, VMC, VeRa y ASPERA.
(Créditos: ESA)

[Britan]

Nao ha ainda fotos da superficie pois nao?

[hsette]

Por ora, só imagens de testes dos equipamentos, Britan:




Nessa abaixo, o pólo sul. A metade da direita em infravermelho.
Nota-se um vórtex que a missão busca elucidar.

[Latorre]

Valeu H!

Existe um ciclo de água, dióxido de carbono ou ácido sulfúrico em Vênus?

Pensei q isso fosse certo, pelo estudo do espectro... Enfim!

[hsette]

Não há certeza sobre um ciclo completo.

Supõe-se, por exemplo, que haja chuva de ácido sulfúrico, mas que o mesmo vaporize antes de atingir a superfície, em função das altas temperaturas nas proximidades do solo.
O mesmo poderia ocorrer com outros líquidos.

Algo realmente curioso.

[Britan]

[Latorre]

...duvido muito que, sabendo disso tudo, os Gregos tivessem batisado a Deusa do Amor com o nome desse planetinha pouco amistoso!


















...se bem que, as mulheres... as vezes... bem, eu diria que...