
Vocês acreditam em extraterrestres? (Eu não, eles são muito mentirosos...)
Eu juro, não estou delirando... O que eu vou relatar aqui aconteceu mesmo.
Era dia de semana, tinha acabado de almoçar. Estava com um colega de trabalho, voltávamos para o escritório, que ficava numa das ruas mais movimentadas de S. Paulo, a Joaquim Floriano. Para quem não conhece, fica no bairro Itaim Bibi, badaladíssimo, com seus múltiplos prédios de escritórios, agências bancárias, bares e restaurantes, padarias, e muito mais. E tudo isso entre centenas de veículos particulares e públicos, carros de passeio e ônibus, todos disputando ferozmente cada centímetro quadrado de asfalto da referida rua. Portanto, tudo muito populoso e agitado. Principalmente àquela hora do dia, entre meio-dia e uma hora da tarde. Descíamos a rua pela calçada, despreocupadamente, jogando fora um resto de papo sem muita importância, desses que não levam a conclusão alguma, mero passatempo. De repente, espantei-me. Olha! – falei assustado. O quê? – respondeu-me o Evandro, nada entendendo.
Eis a questão: repentinamente não havia nada e nem ninguém para ser visto! Cadê os carros, os ônibus, as pessoas? Sumiram, simplesmente sumiram! Parecia uma manhã apática de domingo... Como isso é possível? O que acontecera?
- É mesmo – disse Evandro, com seu jeito calmo de soteropolitano – cadê todo mundo?
- Tá parecendo domingo! Que será que aconteceu aí pela frente? – disse, pensando ter havido algum bloqueio policial, ou coisa assim.
- Cadê o povo?...
Evandro calou-se. Juntos, à nossa frente, avistamos uma garota (diga-se de passagem, única alma viva além da nossa...). diminuímos os passos, quase estarrecidos. A menina, de uns dezesseis anos ou menos, pele e cabelos claros, um pouco acima do peso ideal, não nos vira. Ela estava parada na calçada, a uns 50 metros. As mãos elevadas à altura da cabeça, juntas. Encostava a ponta de alguns dedos sobre a testa e me parecia que esquadrinhava o lado oposto da rua, com movimentos de vai e vem da cabeça, as mãos sempre acompanhando o movimento. Eu até arriscaria em dizer, pela posição de suas mãos, que ela tinha algum instrumento invisível para nós...
Finalmente paramos. Não sabíamos o que estava acontecendo, não queríamos arriscar ‘incomodá-la’. Mas, durou pouco. Ao perceber que estava sendo observada, desfez a postura de perscrutadora, atravessou a rua correndo e desapareceu pelas ruas transversais. Eu juro: neste exato momento os carros, os ônibus e as pessoas voltaram a circular normalmente pela rua Joaquim Floriano. Eu e Evandro nos olhamos, perplexos.
- Eu, hein? Que coisa esquisita – falou, com um riso um tanto forçado...
Hoje, cinco anos depois, me condeno por não ter ido buscar a resposta ali, naquela hora. Por que não dei uma de ‘investigador’ e não a segui? Com certeza aquela figura não era humana... ou era uma pessoa muito especial, quem sabe?
Talvez uma extraterrestre...
Tenho outra história, depois eu conto!
