Provável sonda ufológica, OVNI dá show em Capão Redondo, São Paulo
Desde o segundo semestre do ano passado começou a ventilar na comunidade ufológica brasileira o comentário de um possível aumento no número de avistamentos de objetos conhecidos como sondas ufológicas (artefatos de de origem desconhecida com dimensões relativamente reduzidas, variando de um ou dois metros de diâmetro a poucos centímetros). Notícias surgiram aqui e ali, algumas relatadas através de e-mail ao Portal Vigília referindo-se a avistamentos em grande centros urbanos como a cidade de São Paulo. Até que um vídeo espetacular foi divulgado pelo programa “Realidade”, transmitido pela Rede Bandeirantes de Televisão.
No segundo dia desse ano, o jovem Alan Bruno, de 10 anos, filmou o que parece ser uma autêntica sonda ufológica por volta das 21h30, fazendo evoluções em frente à sua casa, em Capão Redondo, região localizada no bairro de Santo Amaro, em São Paulo. A família pode observar o fenômeno por mais de 30 minutos. Uma pequena bola de luz passeou por uma avenida, desceu em cima de residências e manobrou silenciosamente sem chamar muita atenção. O encontro com o insólito deixou a família do jovem Alan Bruno tão embaraçada que eles esqueceram-se de filmar as evoluções fantásticas do objeto na maior parte do tempo em que permaneceu visível, conseguindo registrar apenas os quatro e meio minutos finais da aparição.
Os avistamento de sondas no mundo todo cuja origem supõe-se extraterrestre não representa muita novidade. Os relatos de pequenas bolas de luz executando manobras incríveis algumas vezes até sobre as grandes cidades sempre despertaram a curiosidade dos ufólogos e interessados em Ufologia. No entanto, até hoje as evidências da presença dessas sondas sempre foram duvidosas e passíveis de classificação como outro fenômeno natural conhecido –como luzes telúricas, fogo fátuo e raios globulares– e até mesmo fraudes. Na maioria das vezes, os vídeos a respeito mostravam luzes contra um fundo de céu escuro, raramente proporcionando aos sistemas automáticos das câmeras amadoras um bom parâmetro para firmar o foco no objeto.
A partir do dia 2 de janeiro a história mudou para a Ufologia brasileira. Inicialmente contra o mesmo fundo do céu noturno, o objeto registrado pelo jovem de Capão Redondo desceu e passou a deslocar-se em posição abaixo do ponto de observação, proporcionando um magnífico espetáculo tendo como cenário as residências, edifícios, ruas e automóveis no movimentado bairro de Santo Amaro.
Durante as evoluções da suposta sonda, o irmão de Alan, Waldir Mariano Junior, ligou para avisar que não iria jantar em casa. A prima deles, Katiuscia, atendeu à ligação e falou sobre a estranha luz. E foi Waldir quem, para sorte dos ufólogos, lembrou que era importante filmar o objeto.*
Vários pesquisadores –trabalhando de forma independente ou em regime de cooperação– estão apurando o caso. Consultado pela produção do programa Realidade, um grupo denominado SPOC (Sociedade de Pesquisa Ovinológica Científica), que reúne interessados em Ufologia de São Paulo e Santo André, produziu uma análise preliminar para o programa. Digitalizando a seqüência e utilizando softwares de tratamento de imagens no computador, o SPOC estimou o tamanho do objeto entre 20 e 45 centímetros e atestou a autenticidade da filmagem.
Mais amplo, o estudo do engenheiro Claudeir Covo (presidente do Instituto Nacional de Investigação de Fenômenos Aeroespaciais – INFA) e Ricardo Varela, pesquisador ufológico independente que chefia o setor de balões do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), ainda vai demandar uma longa trajetória até produzir conclusões definitivas. Em conjunto, eles já visitaram a família de Alan e localizaram outras testemunhas no bairro, num trabalho que está apenas começando.
Ricardo Varela também digitalizou as imagens de Capão Redondo e forneceu à Vigília alguns dados que já foram levantados. No início da filmagem, a sonda encontrava-se parada acima do horizonte. Alguns segundos depois subiu um pouco, fez um “looping” completo e deslocou-se para a esquerda, iniciando uma rota descendente para a direita do campo de visão. Ao chegar próximo ao solo, o objeto dirigiu-se para a direita. No entanto, o foco automático ficou prejudicado pelo zoom. Alguns segundos depois, a sonda desceu próxima a uma igreja, descrevendo um ângulo de quarenta e cinco graus. Deslocou-se paralela ao solo fazendo uma curva quase em ângulo reto, movimento que assegura, segundo Varela, não se tratar um artefato de fabricação terrestre. A intensidade da luz não muda na fita, embora uma das testemunhas tenha dito a Claudeir e Varela que a luz pulsava.
Varela ressalta que “nos diversos momentos em que o foco automático desfocou a imagem, a sonda continuou deslocando-se, passando pelas luzes dos postes e residências que também estavam desfocados. O plano focal deslocado em todo o ângulo de visão impossibilita que o vídeo seja uma fraude”.
Nos momentos finais da exibição, Alan passou a filmadora para sua prima, Katiuscia que registrou os dois minutos seguintes, quando o objeto fez evoluções sobre a Avenida Comendador Santana e, em determinado momento, deslocou-se para a outra rua, menos movimentada, passando à frente de um sobrado. Neste instante o filme mostra uma pessoa que, de uma janela, aparentemente observa o ‘espetáculo’.
A aparição terminou com o vôo da sonda sobre um pequeno riacho, numa rua com diversas residências e várias testemunhas. À Vigília, o chefe do setor de balões do INPE destacou que “O trabalho de investigação está apenas começando. Os dados obtidos durante a investigação no local permitirão uma análise de toda a trajetória da sonda, sua dimensão exata e os locais visitados”.
*Informações corrigidas pelo ufólogo Claudeir Covo.
Imagens cedidas por Ricardo Varela
Atualizado em 22/05/2020, para inclusão do vídeo:
