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Por que a Força Aérea dos EUA silencia frente aos UAP?

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A cada dia é mais difícil negar a realidade dos fenômenos aéreos não identificados. A livre circulação de informações e o compartilhamento de relatos demonstram a realidade do fenômeno e aumentam a pressão para que as autoridades públicas tratem o assunto de forma séria e assertiva. O vazamento de documentos, informações e dados, a publicação de relatórios oficiais e as manifestações de ex-colaboradores de órgãos e entidades públicas estão mudando a investigação do fenômeno aéreo não identificado ao redor do planeta.

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No início de fevereiro de 2022, Christopher Mellon, ex-vice-secretário assistente da Defesa para a Inteligência durante os governos dos ex-presidentes Clinton e Bush, nos EUA, publicou um artigo no site The Debrief analisando as políticas e os protocolos de diversos órgãos e entidades americanas ao tratarem dos fenômenos aéreos não identificados.

No texto, o especialista em inteligência e atual consultor da iniciativa Projeto Galileo (que busca decifrar os óvnis) aponta fatos que demonstram que a atuação da Força Aérea dos Estados Unidos não está à altura do fenômeno que ocorre no espaço aéreo americano.

Até hoje o texto vem tendo grande repercussão nos meios ufológicos, militares e midiáticos dada a contundência da constatação.

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No artigo, Christopher Mellon destaca que, em junho de 2020 foi publicado pelo Director of National Intelligence (DNI) um relatório de inteligência que confirma relatos e incidentes que demonstram a existência de objetos voadores não identificados que trafegam pelo espaço aéreo americano impunemente de formas que aparentemente superam a tecnologia atual e desafiam as leis da física conhecida.

Conhecido como Relatório do Pentágono, o documento descreve que desde 2004 as forças militares dos Estados Unidos relataram 144 incidentes que tratavam da existência de tais objetos voadores. Mellon aponta que o relatório não é claro ao demonstrar a participação da Força Aérea norte-americana em qualquer um dos casos ou incidentes presentes no documento, e que a Marinha dos Estados Unidos teve algum tipo envolvimento em 80 dos 144 casos examinados pelo DNI.

O especialista em inteligência e defesa acredita que não há justificativa material, tecnologia ou geográfica que explique diferença de percepção das duas forças armadas acerca do fenômeno aéreo não identificado, pois ambas compartilham das mesmas tecnologias, equipamentos e treinamentos, bem como pelo fato de ser corriqueira a atuação comum e conjunta de ambas as forças armadas no mesmo espaço geográfico.

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Christopher Mellon analisa que a diferença na atuação dos dois ramos reside nas políticas e protocolos impostas por cada um. Enquanto a Força Aérea recebe inúmeros relatos acerca de avistamento de objetos voadores e tem que gerenciar cada um deles, a Marinha Americana simplesmente reporta o que vê e capta.

“Conforme foi dito anteriormente, o Departamento de Defesa e os demais departamentos militares tratam com muita seriedade e analisam cada caso de invasão de naves não autorizadas às nossas zonas de treinamento e ao nosso espaço aéreo restrito”
Susan Gough, Porta-voz do Departamento de Defesa, julho de 2020

O especialista levanta dúvidas sobre como a Força Aérea dos Estados Unidos possui um grande número de alistados e avançados sistemas de defesa e vigilância e não conseguiu detectar ou colaborar em nenhum dos 144 incidentes presentes no relatório do DNI, bem como se tal lapso não seria proposital ou imposto pelas políticas e protocolos próprios.

O artigo publicado no The Debrief segue com uma análise dos principais sistemas e mecanismos de vigília aeroespacial e de coleta de dados da Força Aérea dos Estados Unidos, esclarecendo a natureza da atuação desse ramo das forças armadas norte-americanas perante os fenômeno aéreo anômalos.

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O mais avançado radar: a “cerca espacial”

A “Space Fence”, em tradução direta do inglês “Cerca Espacial”, é o sistema de radar mais avançado e potente oficialmente em funcionamento no planeta Terra. Funcionando a partir da República das Ilhas Marshal, tem capacidade de cobrir toda a atmosfera e a órbita do planeta e detectar simultaneamente 25.000 corpos em órbita, alguns tão pequenos como uma bola de ping-pong. O radar garante que a Força Aérea dos Estados Unidos tenha vigilância total do entorno do planeta.

O sistema de matriz modular de radares de estado sólido

O “Solid State Phased Array Radar System” (SSPARS, antigo BMEWS), em tradução direta do inglês “Sistema de Matriz Modular de Radares de Estado Sólido”, é um sistema de comunicação e radares que cercam as duas costas dos Estados Unidos da América com a intenção de localizar e prever a trajetória de todo míssil e objeto que tenha como direção o solo americano.

As atividades do sistema remontam aos tempos da guerra fria. Contudo, somente a partir dos anos 2000 o sistema foi consolidado como um método de proteção para toda a América do Norte e países aliados.

O sistema é composto atualmente pelas atividades de três bases militares; a base da Força Aérea localizada em Beale na Califórnia, a base da Força Aérea Real localizada em North Yorkshire na Inglaterra e a base da Força Espacial dos Estados Unidos em Thule na Groenlândia.

Apesar de toda a solidez e extensão do sistema, a Força Espacial dos Estados Unidos pretende aumentar e consolidar suas capacidades com a expensão das atividades para outras bases localizadas no Alasca, Massachussets e Qatar.

Rede global de monitoramento infrassônico

A “Global Infrasound Acoustic Montoring Network”, em tradução direta do inglês “Rede Global de Monitoramento Acústico Infrassônico”, é composta por 60 estações em 35 países que trabalham para detectar ondas sonoras provenientes de explosões ou testes nucleares, além da possibilidade de detectar e prever a trajetória de objetos que trafeguem pela atmosfera.

Recentemente atribuiu-se à vigilância sonora desse sistema a detecção dos testes nucleares norte-coreanos por meio das variações atmosféricas das ondas sonoras detectadas. A vigilância por meio da detecção de ondas infrassônicas não é novidade e é utilizada desde o século XIX, quando era utilizada para detectar atividades vulcânicas.

A Rede de Vigilância Espacial

A “United States Surveillance Network”, em tradução direta do inglês “Rede de Vigilância Espacial dos Estados Unidos”, é uma gigantesca rede de vigilância composta por 29 sistemas independentes que é operada em conjunto pelo Comando Espacial e pela Força Espacial dos EUA.

A rede de vigilância espacial teve início nos anos 50 e foi desenvolvida para manter controle de toda a órbita terrestre. Inicialmente tinha como foco a detecção de mísseis soviéticos, mas expandiu suas atividades para outras formas o monitoramento, como o controle de satélites, controle do trânsito espacial e detecção de lixo orbital.

O trabalho conjunto dos sistemas espaciais e militares desta rede tem oficialmente a capacidade de detectar objetos do tamanho de uma bola de basquete a 35 mil quilômetros de distância de algumas bases da rede. Um dos principais componentes da rede de vigília espacial é o Telescópio Espacial da DARPA, que detém o recorde mundial de observações feitas em um único ano, totalizando 6,97 milhões no ano de 2015.

O monitoramento infravermelho no espaço

O “Space-Based Infrared System” (SBIRS), em tradução livre “Sistema Infravermelho Baseado no Espaço”, é um sistema de monitoramento da Força Espacial baseado no controle do espaço por meio da detecção de ondas infravermelhas. Apesar de ser um sistema de vigilância recente, é fundamentado na larga experiência dos Estados Unidos em conseguir informações por meio da detecção de ondas invisíveis.

O monitoramento espacial por ondas infravermelho teve início na busca por meios de detectar mísseis intercontinentais e naves espaciais ao redor do globo. O sistema baseado no infravermelho desenvolveu-se em uma das áreas nas quais a Guerra Fria aconteceu e que, atualmente, é essencial na resolução de diversos avistamentos.

O fim da Guerra Fria não diminuiu ou atrasou o desenvolvimento dessa tecnologia, mas a ascensão de outros países e empresas ao espaço incentivou as forças americanas a trabalhar com mais vigor e intensidade. Documentos vazados de diversas agências militares e declarações de ex-colaborados americanos apontam a existência de registros do sistema infravermelho que comprovam o trânsito de objetos desconhecidos ao redor do planeta Terra.

A matriz de escaneamento eletrônico (AESA radars)

A Active Eletronically Scanned Array (AESA), em tradução direta “Matriz ativa de escaneamento eletrônico”, é uma rede de dispositivos de escaneamento aeroespacial acoplados a diversos tipos de caças, aviões e drones militares. Atualmente, esses dispositivos são utilizados em milhares de unidades americanas que sobrevoam todo o planeta.

Os dispositivos acoplados em aeronaves possuem ótima qualidade na produção dos dados e estabilidade no funcionamento, bem como são operados por alguns por homens e mulheres extremamente bem treinados. Contudo, não se sabe o protocolo para a produção dos relatórios provenientes dos dados retirados desses dispositivos e qual é o destino da inteligência produzida, apenas estimasse a magnitude do que é colhido e relatado.

A Administração Federal de Aviação

A Federal Aviation Administration, ou FAA, é a maior agência de regulação de transporte aéreo civil dos Estados Unidos. O trabalho dessa agência federal é onipresente e incessante em o território dos EUA.

Radares, observadores em terra, tripulantes e passageiros dos voos civis e torres de controle são algumas das fontes dos dados que a agência produz e possui. A capacidade de vigilância aérea da agência não vem somente de um grande número de olhos, ouvidos e equipamentos, mas conta ainda com um número elevado de relatos feitos por pessoas altamente qualificadas e experimentadas nas atividades aeronáuticas.

Considerando que todos os relatórios e observações produzidas pela aviação civil dos Estados Unidos potencialmente podem acabar em posse dessa agência, e que todo o espaço aéreo da parte Norte do Continente Americano é ocupado pela aviação civil, presume-se que a FAA possui domínio total da potencial imenso na produção de inteligência.

A falta de supervisão da USAF e o Congresso dos EUA

O artigo de Christopher Mellon, ex-colaborador de inteligência e da defesa do governo dos Estados Unidos, continua tecendo dúvidas e apontando incoerências acerca da atuação da Força Aérea dos EUA ao tratar dos UAP.

Ele detalha diversos outros mecanismos, sistemas e órgãos ligados ou controlados diretamente pela USAF que certamente estão ajudando no recolhimento de informações e monitoramento da atividade UAP, não apenas em território norte-americano mas em nível global.

Mellon descreve esse cenário para chegar a uma conclusão preocupante. Para o especialista em inteligência e defesa, a USAF consolidou sua posição de silêncio e falta de compartilhamento de informações depois de anos de uma política de acobertamento.

“Tenho uma teoria, sobre a qual gostaria de estar errado, de que a Força Aérea está tão acostumada à falta de supervisão civil em questões de UAPs que dificilmente leva essa supervisão a sério. Talvez os formuladores de políticas civis também estejam tão acostumados a negações gerais da USAF em relação a UAP que não pensam mais em desafiar a Força Aérea”, pontua Mellon.

O ex-subsecretário assistente de inteligência termina seu texto sugerindo à sociedade e, principalmente, aos Congressistas dos EUA, uma série de perguntas a serem apresentadas à Força Aérea para dimensionar seu envolvimento e conhecimentos a respeito do fenômeno UAP, bem como estabelecer mecanismos de cobrança e supervisão das atividades da força no que se refere ao monitoramento dos fenômenos aéreos anômalos.

“É razoável que nossos funcionários eleitos considerem o velho ditado: ‘Não faça a pergunta se você não estiver pronto para a resposta’. No entanto, acredito que o povo americano pode lidar com a verdade, mesmo que alguns desses objetos se provem extraterrestres”, avalia Mellon.

Ele finaliza analisando que os fenômenos aéreos não identificados vêm ocorrendo há muitas décadas, se não milênios, e nossa cultura popular se diverte com as possibilidades. Também não há razão para pensar que a natureza indescritível do fenômeno mudaria de repente apenas porque confirmamos o que muitos suspeitavam desde a década de 1940. Independentemente disso, Mellon que o público tem o direito de saber e que, a longo prazo, a verdade inevitavelmente produzirá mais benefícios do que danos.

Como afirma a declaração na entrada da sede da CIA, citando João 8:32: “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, conclui o articulista. Para ler o artigo original em todos os seus importantes detalhes, clique neste link para o The Debrief. O original está em inglês, mas uma boa tradução através do Google Translator pode ser lida neste link.

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Queiroz Fortaleza

O autor é leitor de causos inexplicáveis e colaborador do Portal Vigília

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