Grande divulgadora do fenômeno UAP, TTSA diz que focará no entretenimento
A To The Stars Academy of Arts and Science (TTSA), que se tornou famosa pela divulgação do fenômeno UFO (ou UAP, como chamam agora os meios militares nos EUA), deverá concentrar seus esforços a partir de agora nas iniciativas da instituição voltadas para o entretenimento. Pelo menos é o que diz nota de seu fundador e CEO, Tom Delonge, ex-guitarrista da banda Blink 182.
Uma declaração neste sentido foi emitida no início da segunda quinzena de fevereiro para a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC – Securities and Exchange Commission). A Comissão é uma agência federal independente de regulamentação e controle dos mercados financeiros.
O documento começa destacando as conquistas da publicação e reconhecimento oficial das imagens dos FANI (Fenômenos Aéreos Não Identificados [nota do editor: UAP, sigla em inglês]) por parte de governantes, “vistas por mais de 28 milhões de pessoas”. Também enaltece o espaço aberto junto à mídia “que levou o assunto a sério”, e comemora as duas temporadas de sucesso da série Unidentified, em parceria com o canal History, transmitidas em todo o mundo.
Emprestando parte de uma nota oficial publicada no site da TTSA em 25 de janeiro, o documento apresentado SEC por De Longe destacou que as ações da TTSA resultaram em encontros de alto nível do governo dos Estados Unidos e até em um acordo de cooperação em pesquisa e desenvolvimento (P&D) com o Exército, culminado com a formação surpreendente de uma Força-Tarefa Óvni pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
Mas em “sua evolução natural como empresa à medida que nos adaptamos a uma nova paisagem global com novas oportunidades e prioridade”, segundo a nota, a TTSA “decidiu reestruturar suas operações para reduzir suas iniciativas na comercialização de ciência e tecnologia e colocar uma maior ênfase nas operações de seu negócio de entretenimento”, esclarece a nota.
A mudança não é exatamente uma novidade. Em nota oficial no site publicada em 25 de janeiro, a empresa já ressaltava que “busca aproveitar o impulso das iniciativas de negócios em que estamos tendo sucesso e que têm cada vez mais probabilidade de gerar valor para o acionista”. Além disso, esclarecia que a “Coleta de dados, inteligência artificial e oportunidades de entretenimento continuam sendo nossos pilares como oportunidades importantes no futuro”.
Naquela oportunidade, no entanto, as preocupações de todos que acompanham o trabalho da empresa que contribuiu para recolocar o tema UFOs e acobertamento no radar do Congresso dos Estados Unidos e na mídia tradicional eram outras. As atenções estavam voltadas para a saída do diretor de Programas Especiais Luis Elizondo, do conselheiro Chris Mellon e do diretor de operações Steve Justice.
A nota à SEC trouxe críticas ácidas na Ufologia mundo afora. Uma das mais contundentes veio do jornalista, pesquisador e autor espanhol Jose Antonio Caravaca.
“Fiasco, decepção, fraude, engano …? Mais uma vez, a ufologia norte-americana mostra seu claro-escuro e como os mesmos padrões se repetem constantemente, e é que as grandes propagandas se diluem no tempo”, resumiu o pesquisador depois de um longo texto em seu blog.
A mudança de prioridades de fato pode frustrar muitas expectativas dos fãs do trabalho da TTSA, pois ocorre pouco depois de sinais de que a próxima investida da empresa seria justamente a pesquisa de supostos destroços ou peças recuperadas de óvnis. Eles são chamados genericamente de metamateriais.
Nos bastidores da Ufologia norte-americana, o comentário é de que a reorganização da empresa — inclusive a saída de seus três expoentes que faziam sobretudo parte fundamental do intercâmbio entre a TTSA e testemunhas e agentes governamentais — teria a ver de fato com os resultados financeiros da empresa (ou a falta deles).
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