Urano tem mais dois anéis e duas luas

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Euzébio
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Urano tem mais dois anéis e duas luas

Mensagem por Euzébio »

Imagem

Os astrônomos Mark R. Showalter e Jack J. Lissauer, ligados à Nasa, anunciaram ontem na Science ter descoberto, por meio do telescópio Hubble, duas novas luas e dois anéis de Urano.

Há 20 anos, imagens transmitidas pela sonda Voyager II já haviam levantado suspeitas sobre a existência dessas luas e anéis.

Com isso, o planeta passa a ter 13 anéis, em vez dos 11 conhecidos. “Coletivamente, (essas luas e anéis) constituem um sistema dinâmico denso, que muda depressa e possivelmente de maneira instável”, escreveram.


(AP e AFP)
(O Estado de SP, 23/12/2005)
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Latorre
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Mensagem por Latorre »

Ow planetinha errado! ;)

Alguem tem alguma teoria para a quase perpendicularidade de sua rotação em relação a orbita?
NÃO HÁ DEUS. NEM DESTINO. NEM LIMITE.Imagem SEM FÉ, SOU LIVRE.
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lulu
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Mensagem por lulu »

Eu tenho uma idéia meio maluca para a formação do sistema solar, o que poderia explicar certas anomalias.

Acredito que quando o sistema solar se formou, a grande nuvem rotatória onde o sol surgil no meio não era exatamente uniforme, mas em sua periferia tinha alguns rodemoinhos girando no mesmo sentido ou em sentido inverso e até em posições pouco convencionais, como acontece com as tempestades de Júpiter.

Então o grande rodemoinho criou o sol e os secundários deram início a formação dos planetas, sendo que parte das nuvens secudárias em torno dos planetas deram origem aos satélites e asteróides.

Depois veio a fase da acumulação com o intenso bombardeio de meteóros e grandes colisões.

Depois o resfriamento e por fim a formação das atmosferas e etc. :lol:
O futuro está no desenvolvimento da ciência!
hsette
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Mensagem por hsette »

A inclinação do eixo de Urano (98º) é realmente algo surpreendente. Até hoje não vi uma explicação para isso.
Já sobre a formação do sistema solar, a hipótese aceita consensualmente é baseada na hipótese nebular, sugerida em 1755 pelo filósofo alemão Immanuel Kant, e em 1796 desenvolvida pelo matemático francês Pierre Laplace. Laplace calculou que como todos os planetas estão no mesmo plano, giram em torno do Sol na mesma direção, e também giram em torno de si mesmos na mesma direção (com exceção de Vênus), só poderiam ter se formado de uma mesma grande nuvem de partículas em rotação.
À medida que a nuvem colapsava, a rotação da nuvem aumentava por conservação do momentum angular e, com o passar do tempo, a massa de gás rotante assumiria uma forma discoidal, com uma maior concentração central que deu origem ao Sol. Os planetas teriam se formado a partir do material no disco.
Observações atuais indicam que muitas nuvens de gás interestelar estão no processo de colapsar em estrelas, e os argumentos em favor desta hipótese estão mostrando-se corretos.
No nosso caso, a parte externa do sistema solar, onde o material condensado da nebulosa continha silicatos e gelos, esses núcleos cresceram até atingir massas da ordem de dez vezes a massa da Terra, ficando tão grandes a ponto de atrair o gás a seu redor e então cresceram mais ainda por acreção de grande quantidade de hidrogênio e hélio da nebulosa solar, dando origem aos planetas jovianos (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno). Sobre Plutão, vamos aguardar resultados da New Horizons. Na parte interna, onde apenas os silicatos estavam presentes, os núcleos planetários não puderam crescer muito, dando origem aos planetas terrestres (Mercúrio, Vênus e Terra).
A título de curiosidade, sobre a exceção da rotação de Vênus, o psiquiatra russo Immanuel Velikovsky, um aficionado pela Astronomia, no livro Words Collision ("Mundos em Colisão" - 1952) levanta a hipótese (não levada a sério pela comunidade científica) de que Vênus teria sido lançado de Júpiter, por volta de 1500 a.C. em função de uma colisão. O planeta tivera então vários contatos indiretos com a Terra, antes de estabelecer sua órbita atual. Ele descreve uma série de eventos catastróficos, como conseqüência desses contatos, baseando-se em mitos e lendas folclóricas.
Euzébio
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Mensagem por Euzébio »

Conforme Velikowsky:

“O cosmo não é um vácuo; é rasgado por campos magnéticos e atravessado por partículas carregadas, altamente aceleradas. O planeta Vênus é mais novo que os demais planetas; surgiu com uma tremenda explosão de Júpiter, o que o tornou um planeta incandescente e com uma densa atmosfera...

[Nota: Dados recentes colhidos através de sondas espaciais apontam a atmosfera de Vênus como sendo da ordem de 400ºC e 95 vezes o peso da atmosfera terrestre!]

“Nos tempos primitivos, a Terra sofreu repetidos tremores, causados por suas quase-colisões com outros corpos celestes. Esses fenômenos deram origem a séries de catástrofes, registradas em mitos e lendas.

“Há muito tempo atrás, quando em sua órbita ao redor do Sol, a Terra entrou nas zonas periféricas da faixa de pó e gás do protoplaneta Vênus. A poeira vermelha, espalhada no ar, tingiu de vermelho os continentes e as águas.

“Os gases na cauda do novo planeta Vênus associaram-se com o oxigênio da atmosfera terrestre e, em parte, queimaram-se, deixando o 'céu em brasa vermelha'. Uma outra parte desses gases desceu para a superfície da terra, como uma massa pegajosa, formando o petróleo bruto.

“A crosta terrestre levantou-se. O nosso planeta foi sacudido por tremores. Ilhas desapareceram. Oceanos inundaram continentes. O eixo terrestre deslocou-se. Naquela época, os habitantes da terra foram aniquilados, em sua maioria. O caos foi total.”
APODman
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Mensagem por APODman »

Velikovsky é Bogus :P


Mas quanto a inclinação de Urano existe a hipótese de que um ou mais objetos do tamanho da Terra tenham colidido com o planeta ainda durante sua fase de formação, quando possuia muito menos massa, o que fez com que adquirisse a inclinação que possui hoje.

Vênus com seu sentido de rotação retrógrado tb teria sofrido colisão semelhante..

nota: É interessante notar que Vênus possui uma inclinação do eixo ainda mais acentuada que Urano: 117o !


E a Terra tb teria passado por uma colisão com um corpo aproximadmente do tamanho do planeta Marte, o que teria dado origem a Lua.

No caso de Vênus e Urano estas hipóteses são sustentadas por modelso matemáticos e simulações.

No caso da Terra-Lua além dos modelos temos tb evidências geológicas que apontam isto.


( Segundo simulações a lua Caronte de Plutão tb teria se formado de uma colisão entre Plutão e um corpo com quase a sua massa )


[ ]´s
hsette
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Mensagem por hsette »

Em seu livro “Cosmos”, Carl Sagan trata da questão proposta por Velikovsky.
Segundo ele, as idéias propostas são completamente equivocadas.
Nenhuma prova geológica apóia a idéia de uma freqüência inusual de vulcanismo ou de dilúvios a cerca 3.500 anos atrás. Na Mesopotâmia há inscrições que se referem à Vênus numa época anterior à época predita por Velikovsky.
Vênus tem quase a mesma massa, o mesmo tamanho e a mesma densidade que a Terra. Cada vez que está no ponto mais próximo de nosso planeta, apresenta à Terra quase exatamente a mesma face. Isso reforça a hipótese de que a gravidade da Terra conseguiu de algum modo forçar Vênus para que tenha uma rotação invertida em relação aos outros planetas (sentido horário, do ponto de vista do pólo norte), coordenado com nosso planeta. Se assim for, este processo não pôde ocorrer de forma rápida. Vênus não poderia, pois, ter uns poucos milhares de anos; ao contrário, deve ser tão antigo como os demais objetos do sistema solar interior.
O número de crateras é praticamente o mesmo existente na superfície lunar, levando-nos a confirmar que Vênus é muito antigo.
A atmosfera de Vênus se compõe de ~96% de dióxido de carbono. Assim, parece bastante claro atualmente que a alta temperatura de sua superfície (mairo até que de Mercúrio) se deve a um efeito estufa em grande escala.
Nas palavras de Sagan: “Vênus, com seu calor abrasador, com suas pressões abrumadoras, com seus gases nocivos, e com seu brilho avermelhado e misterioso que impregna todas as coisas, parece menos a Deusa do Amor e mais a encarnação do Inferno.”
Por fim, sobre o petróleo, os depósitos de material orgânico na Terra, a milhões de anos atrás, e sob o efeito de altas pressões, são explicações suficientes e satisfatórias para a existência do famoso “ouro negro” em nosso planeta.
Sobre a inclinação do eixo de Vênus em relação à eclíptica, na verdade ela é de 177o, daí se dizer que sua rotação é invertida em relação aos outros planetas.
APODman
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Mensagem por APODman »

hsette escreveu: Sobre a inclinação do eixo de Vênus em relação à eclíptica, na verdade ela é de 177o, daí se dizer que sua rotação é invertida em relação aos outros planetas.

Ops, é vero, 117 são o número de dias ( terrestres ) do seu período de rotação.

Valeu !


[ ]´s
Euzébio
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Mensagem por Euzébio »

177° de inclinação é o mesmo que dizer que o planeta está de "cabeça para baixo". Então ele teria uma rotação correta, no entanto, por estar de cabeça para baixo, a impressão que se tem é que ele "gira" em sentido contrário aos demais, é isso?

Quanto a datas, pode ser que Velikowsky tenha se equivocado, mas que ele descobriu as altas temperaturas de Vênus ANTES da ciência, isso ele fez, não?
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hsette
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Mensagem por hsette »

A questão da inclinação e rotação (no caso de Vênus, sentido horário, tendo como ponto de vista o pólo norte, ao contrário dos outros) é essa mesmo!
A inclinação é definida em função do eixo de rotação em relação à eclíptica (plano em que a Terra órbita o Sol e que serve de referência para os demais corpos dos sistema) e sentido da rotação.

Sobre as datas, o que ocorre é que Velikowsky correlaciona o evento descrito por ele com uma série de catástrofes e eventos extraordinários que teriam ocorrido na mesma época. Para se ter uma idéia, ele fala até na passagem aberta no Mar Vermelho por onde Moisés e os judeus teriam escapado da perseguição dos egípcios, o que cá pra nós, é difícil de acreditar.

Sobre a temperatura de Vênus, de há muito que se imaginava que fosse muito quente, primeiro em função de sua maior proximidade com o Sol, e também pela sua aparência vaporosa.