O governo dos EUA dispõe de uma arma, não-nuclear e não-explosiva, capaz causar blecautes de comunicação em diferentes partes do globo, confundir satélites, derrubar aviões ou mísseis e, no processo, causar uma catástrofe ambiental irreversível na atmosfera? Há muita gente na Internet convencida de que sim. Já a marinha americana diz que esse suposto "raio da morte" não passa de uma simples pesquisa científica.
O pomo da discórdia é o projeto HAARP - High-frequency Active Auroral Research Program, ou "Programa de Pesquisa Ativo de Alta Freqüência da Aurora" -, formado por um conjunto de antenas construídas por militares norte-americanos no Alasca. A marinha dos EUA mantém um site oficial sobre o projeto. Uma das principais ferramentas do programa é o IRI, ou Ionospheric Research Instrument - Instrumento de Pesquisa na Ionosfera. Tantos os militares quanto os críticos civis concordam quanto ao objetivo do IRI: bombear grandes quantidades de energia na ionosfera, a camada eletricamente carregada da atmosfera terrestre. É a ionosfera que, entre outras coisas, torna possível a comunicação por rádio a longa distância.
Militares e críticos discordam radicalmente, no entanto, quanto aos resultados desse "bombeamento". A marinha e a aeronáutica dos EUA dizem que o objetivo é verificar o comportamento da ionosfera, para aperfeiçoar a comunicação por rádio. Vários críticos, no entanto, lembram que o projeto segue de perto um processo patenteado, em 1987, pelo físico Bernard Eastlund.
Eastlund descreve um método para transformar a ionosfera numa espécie de "condutor" para ondas de energia capazes de causar blecautes de comunicação sobre amplas partes do globo e confundir satélites, além de interceptar mensagens; as ondas também poderiam ser utilizadas para carregar partículas sólidas ou plasma, funcionando como uma arma antiaérea ou antimíssil. Além de destacar o potencial bélico, no entanto, a patente de Eastlund também deixa claro que as mudanças causadas na ionosfera poderão ser permanentes, e afetar todo o planeta, num óbvio risco de catástrofe ambiental.
Cientistas do governo americano e das empresas contratadas para tocar o projeto afirmam que existe uma enorme diferença entre o HAARP e o projeto de Eastlund : o tamanho. Para que a antena projetada por Eastlund pudesse funcionar, argumentam, seria necessário um montante de energia um milhão de vezes maior do que o utilizado pelo HAARP. Alguns cálculos afirmam que, para pôr a patente de Eastlund em prática, seria preciso mais energia do que toda a civilização é capaz de gerar atualmente.
Não que esse tipo de explicação ajude a diminuir a paranóia. Já se falou em conexões entre o HAARP e coisas tão sinistras (e improváveis) quanto técnicas de controle da mente (ponha um chip em cada crânio sobre a face da Terra, e o HAARP estará dirigindo a todos nós), invasões de óvnis e tentativas de controlar o clima. Há quem veja o HAARP como um desenvolvimento das idéias de Nikola Tesla.
Físico brilhante, inventor do rádio (antes de Marconi), do princípio da usina hidrelétrica e da corrente alternada, Tesla, a partir de um determinado momento de sua vida, começou a falar em coisas supostamente malucas, como campos de força, raios da morte e eletricidade "irradiada". Essa energia poderia ser transmitida sem fios, como ondas de rádio. Se isso fosse possível, os carros, por exemplo, não precisariam de combustível: bastaria uma antena, para retirar a "energia irradiada" do ar. O mesmo valeria para aviões, eletrodomésticos, máquinas industriais, e a civilização nunca mais seria a mesma. A tecnologia necessária para testar o conceito, no entanto, nunca foi desenvolvida - ou seria esse o objetivo secreto do HAARP?
As objeções quanto à "conexão Tesla" são muito fortes, porém. Para funcionar, os irradiadores de energia teriam que estar ligados numa rede global. Uma só antena dificilmente daria conta do caso. Para ter um apanhado geral do que se diz sobre o HAARP, contra e a favor, visite o site The Alternative HAARP. Mas faça isso antes que seja tarde - pois o programa já está funcionando.
Carlos Orsi Martinho
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