Mas acho que talvez tenha a ver com o que se propõe na categoria - "Área reservada exclusivamente a postagem e discussão de dados verificáveis. Debate dentro da metodologia científica. Sem choro.."
Eu fiquei entre Ufologia Científica e Vídeos mas achei melhor postar aqui, porque apesar de conter vídeos talvez pertença à ela
(Vídeos
Massiva quantidade de vídeos mostrando supostas aparições de naves e EBEIs circulam pela rede diariamente. Este setor é voltado a postagem e discussão destes).
Enfim... se eu estiver errado, por favor movam-no, sem me advertir ou repreender, pois eu estou aqui há mais de 1 ano e estou ciente de onde posto meus artigos...
Se postei errado é porque de fato eu errei ...
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Um engenheiro da Universidade de Washington pode ter descoberto um fascinante fenômeno natural através de vídeos na Internet.
“Há alguns anos em apresentações em museus eu estava explicando a ótica dos arco-íris e explicando a dinâmica de tempestades”, conta William Beaty. “Tropecei então com uma estranha ideia: não deveriam os fortes campos eletrostáticos das tempestades terem um efeito visível em arco-íris? Campos elétricos deveriam distorcer levemente gotas d’água, fazendo com que a distribuição de luz de um arco-íris mudasse um pouco”, especulou.
Como esse fenômeno se pareceria? “Por vezes deveríamos notar um arco-íris tremeluzindo durante um relâmpago, e então retornando lentamente a seu padrão inicial enquanto os campos elétricos se acumulassem antes de outro raio”.
Apesar da possibilidade tantalizante, Beaty não encontrou evidências do fenômeno de arco-íris dançando em meio a tempestades – pelo menos ainda. Mas os usuários do site Youtube, “LordHermie” e “JimBob” lhe chamaram a atenção para algo não muito diferente: vídeos capturados em diferentes partes do globo, dos EUA à Malásia, registrando fachos de luz em rápido movimento sobre nuvens de tempestades.
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Os vídeos acima, capturados por diferentes testemunhas pelo mundo, assistidos e compartilhados com perplexidade, demonstram algo muito similar ao sugerido por Beaty. “Ao invés da distorção de gotas de água”, nota Beaty, “estes devem ser padrões luminosos de parélios causados por cristais de gelo alinhados”.

Parélios são relativamente comuns: basicamente, basta que haja cristais de gelo na atmosfera para que o fenômeno ocorra. Para que ele seja mais facilmente percebido, contudo, as condições propícias são que a fonte de luz, como o Sol, esteja próximo do horizonte e o céu limpo.
Quando os cristais estão desalinhados, forma-se um halo, um círculo de luz em torno do Sol. Quando estão alinhados, principalmente por forças aerodinâmicas, criam os parélios (ou “falsos sóis”) propriamente ditos, surgindo como um par de “sóis” aos lados do astro-rei. O fenômeno ótico não ocorre apenas com o Sol, e uma Lua cheia particularmente brilhante, com as condições atmosféricas apropriadas, também pode ser vista com halos ou paraselenes ao seu redor.

Se basta a existência de cristais de gelo, sabemos que eles podem popular o topo de nuvens de tempestades. E se a “estranha ideia” de Beaty é que os cristais poderiam se alinhar em resposta a campos elétricos de tempestades, o alinhamento foi tanto observado em laboratório a campos elétricos relativamente fracos (Foster, Hallet, 2002, 2008), como através de radares meteorológicos em resposta à atividade elétrica de tempestades (Caylor, Chandrasekar, 1996).
A novidade, e a espetacular novidade, seria que estes fenômenos já reconhecidos e sendo estudados se combinem para produzir espetáculos de luzes visíveis, algo que ainda não parece ter sido estudado academicamente.
Em Busca de Confirmação
O brilho particular de um halo ou de parélios está literalmente nos olhos do observador: os cristais de gelo não se distribuem apenas em um anel ou na região onde se observam os parélios. Como o fim dos arco-íris, você poderia perseguir os parélios, mas nunca os alcançaria. Os cristais se distribuem pelo céu, e apenas aqueles nos ângulos certos, determinados pela geometria dos cristais e o ângulo entre a fonte de luz e o observador responde pelos brilhos particulares.
O que vemos nos vídeos, na opinião deste autor, não é completamente similar a halos. Realmente parece haver algo direcionando a luz solar em fachos, e é relevante que todos os vídeos mostram os fachos próximos do topo iluminado das nuvens com o sol brilhando obliquamente. Cristais de gelo alinhando-se em resposta a campos elétricos em rápida mudança, a sugestão original de Beaty, parecem parte da resposta, mas o fenômeno não parece se enquadrar como uma classe de halo ou parélio.
Mais pesquisa é necessária, e explicações alternativas aos vídeos podem incluir desde fraudes digitais, artefatos das câmeras até fenômenos muito mais mundanos, como movimentos de partes das nuvens direcionando os raios de luz por entre vãos, ou algo talvez tão inusitado, sugerido pelo físico Martin Shough, como ondas de choque de trovôes provocando triboluminescência.
Todas estas explicações alternativas têm seus problemas. Os vídeos foram enviados por usuários diferentes e não foram associados, até o momento, a uma campanha viral. Os fenômenos não são compatíveis com as características de artefatos digitais ou óticos próprios de câmeras, e o movimento rápido dos fachos de luz não parece compatível com uma simples ação mecânica direta.
Uma das mais fortes evidências de que o fenômeno se relaciona com o campo elétrico é de fato a forma como as luzes se movimentam, primeiro bruscamente e então retornando lentamente a seu estado inicial, em um movimento que traçado lembra o de um dente de serra. É exatamente o comportamento esperado da acumulação de um campo elétrico que é então descarregado através de um relâmpago, para então acumular-se novamente. Que ele seja produzido pelo alinhamento simultâneo de um conjunto de cristais de gelo também é mais plausível que o movimento direto de uma nuvem.
Beaty divulgou sua ideia e os vídeos relacionados no ano de 2009, mas resta confirmar, ou refutar, se o fenômeno realmente faz o cruzamento entre cristais de gelo, a luz do Sol e o campo elétrico de tempestades. Restaria ainda compreendê-lo plenamente. Caso se confirme, é algo que deve ter sido observado incontáveis vezes ao longo da história em todo o mundo, e como os parélios tradicionais, pode ter sido registrado associado a um sem número de superstições e mistificações, até que seu mecanismo físico real seja compreendido.
Porém, tão curioso quanto o fato de que o fenômeno ainda não tenha sido explorado academicamente é que tampouco parece haver registro na literatura fortiana ou ufológica. Ou haveria? Temos relatos de fachos de luz dançando ao redor de nuvens de tempestades?
Seja como for, não é a toda hora que se descobre um novo fenômeno natural, e se há algo excitante no estudo do inusitado é assistir à descoberta de algo verdadeiramente novo.
[Com agradecimentos a Bill Beaty, Martin Shough e Manuel Borraz]
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Referências
- Beaty, W. J.; “Leaping Sundogs produced by storm electrostatic fields”, Nov 2009
- Caylor, I.J.; Chandrasekar, V.; “Time-varying ice crystal orientation in thunderstorms observed with multiparameter radar”, Geoscience and Remote Sensing, IEEE Transactions, Volume 34, Issue 4 , Jul 1996, pp 847-858
- Foster, TC; Hallett, J; “The alignment of ice crystals in changing electric fields”, Atmospheric Research, Volume 62, Issues 1-2, May 2002, pp 149-169
- Foster, TC; Hallett, J; “Enhanced alignment of plate ice crystals in a non-uniform electric field”, Atmospheric Research, Volume 90, Issue 1, October 2008, pp 41-53
FONTE : http://www.ceticismoaberto.com/ufologia ... o-ceacuteu