Avaliação de distâncias

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Cavaleiro
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Avaliação de distâncias

Mensagem por Cavaleiro »

Como referi num outro tópico, deixo-vos aqui um "pequeno" texto em que petendo dar algumas dicas relativamente a avaliações expeditas de distâncias.
Aproveito e estico um pouco mais esta "ajuda" e entro no campo das vigilias com um método que pode ajudar uma vigilia mais eficaz.

Começo por explicar um método para se fazer avaliações de distâncias.
Chama-se "A Regra do Milésimo".

Este método, embora com os erros inerentes a um método expedito, é bastante fiável se se conhecerem determinados factores como dimensões de objectos e de algumas estruturas.

Uma circunferência mede 360º. Mas a mesma circunferência, em milésimos, mede 6400’ (- símbolo de milésimos)
Logo, 1º=17,77’

O que é então 1’ (um milésimo)?
Um milésimo (1’) é o ângulo formado por um objecto de 1 metro de altura, visto a 1 km de distância:

Imagem

Assim, surge-nos a fórmula do cálculo do milésimo:
D=F:N

Em que:
D - é a distância em quilómetros a que estamos no objecto a medir;
F – é a dimensão do objecto em metros (em altura ou comprimento);
N - número de milésimos obtidos na leitura;

Para que este método seja eficaz devemos conhecer as diversas dimensões dos objectos do nosso dia a dia para que possamos ter um ponto de partida para o cálculo.
Assim:

Pinheiro bravo: 20 a 30 m
Pinheiro manso: 20 a 25 m
Casas térreas (de aldeia): 4 a 5 m de altura
Altura das portas: 1,90m
Largura das estradas nacionais: 4 a 5 m
Postes telefónicos (de madeira): 5 a 6,5m
Muros de vedação: 2,5m
Distância entre andares: 3m
Postes de alta tensão: 10 a 12m
Altura média humana: 1,70m

Podem juntar a esta lista as vossas próprias medições.
NOTA: Estas dimensões são as que usualmente se podem encontrar em Portugal, pelo que deverão adaptá-las À realidade do Brasil.

Então como medir um objecto em milésimos?

Um dos instrumentos mais práticos é a régua do milésimo. Não sei se é fácil de encontrar no mercado.
Com ela faz-se a aplicação directa da regra do milésimo.
Deixo-vos aqui o link onde é explicado o uso da régua:
http://veraoverdeorg.blogspot.com/2006_ ... chive.html

Por outro lado, se dispusermos de uma régua duplodecimetro, devemos colocar a régua a 50 cm dos olhos.
Depois, ter sempre presente que a cada milímetro correspondem 2’
Neste caso a fórmula fica assim:
D =F:(Nx2)

Mas quando não dispusermos de instrumento de medição podemos utilizar os dedos da mão.
A cada dedo corresponde um valor médio em milésimos:
Mínimo: 25’
Anelar: 30’
Médio: 35’
Indicador: 35’
Polegar: 40’

Vamos a um problema prático:

Vemos um OVNI junto a uma estrutura de 8 metros de altura.
Ao fazermos a medição da estrutura com a régua obtemos 4 mm.
A que distância está o objecto?

D=F:(Nx2)
D=8:(4x2)
D=1 Km

Para a utilização de métodos de leitura directos (binóculos estadiados em milésimos, régua de milésimos, dedos da mão, etc) aplicamos simplesmente na fórmula o valor lido, sem factores de multiplicação (sem o “x2”).

Quem estiver interessado numa régua de milésimos, peçam-me através de mail.
A régua vem no seu tamanho natural pelo que só têm de recortar cuidadosamente, imprimir e plastificar para proteger.
Depois, nos furos laterais, introduzir um fio com 1,42 mts, ligando-os.
O fio serve para colocar ao pescoço de maneira a padronizar a distância a que deve ser colocada a régua dos olhos quando se faz uma leitura. O fio deverá estar esticado.


Para a Avaliação de distâncias à vista

É o método básico, mesmo quando não temos qualquer tipo de ajuda.
Assim e antes de mais, quanto a mim, convém termos a noção de duas distâncias básicas.
A de um campo de futebol (que arredondadamente tem 100 m) e a noção de um quilómetro. Este último é fácil se encontrar-mos uma estrada com essa extensão e conseguirmos ficar com essa noção presente.

Mas há vários factores que nos podem enganar nessa avaliação.
Factores como o estado da atmosfera, a forma como o terreno recebe a luz em relação ao observador, o fundo sobre o qual se projecta o objecto, etc.

Desta forma deixo-vos aqui alguns dos factores mais importantes.

As avaliações de distância por excesso acontecem quando:
- O Sol está atrás do objecto (e à nossa frente);
- O fundo e o objecto têm cores semelhantes;
- O terreno entre nós e o objecto é ravinado ou ondulado;
- O objecto é pequeno em relação aos que o rodeiam;
- Em sectores de observação estreitos (estradas ladeadas por árvores, vales estreitos, etc.);
- Em dias escuros, enevoados ou ao anoitecer;
- Se a observação é feita de baixo para cima;

As avaliações de distância por defeito acontecem quando:
- O Sol está atrás de nós;
- O terreno entre nós e o objecto é plano;
- O objecto é grande em relação aos que o rodeiam;
- Em dias muito luminosos e claros;
- Em terrenos cobertos com neve;
- Se observar o objecto de cima para baixo;

Entretanto desafio-os a praticarem a regra do milésimo, utilizando para os cálculos a paisagem que têm à vossa disposição e da qual conhecem antecipadamente as dimensões dos objectos.
Desta forma poderão saber se os cálculos são fiáveis.
Tentem saber também as dimensões de alguns objectos e estruturas (pode ser "aquela" moradia lá ao longe e que tanto “cobiçam”) para praticar o cálculo das dimensões dos objectos que poderão observar.

Sobre esta última explicação (avaliação de distâncias à vista), devem também procurar estas distâncias e praticar a avaliação.

Em relação à Preparação de vigílias
Quando se vai para uma vigília devemos chegar ao local ainda com luz para nos inteirarmos do espaço que nos rodeia, caminhos, pontos importantes, pontos condicionantes e fazermos algumas leituras do terreno e ambiente.
Chama-se a isto, fazer o giro do horizonte.

Recorrendo à aprendizagem básica militar, vou socorrer-me do método que se usa para preparar o tiro de diversos tipos de armamento e com o qual podemos atingir determinados locais ou determinar a posição das forças inimigas durante períodos de visibilidade reduzida e a que damos o nome de "Carta de tiro".
Fazendo a adaptação à actividade de observação OVNI, chamar-lhe-ia uma Carta de Observação.

Imagem


Como elaborar uma Carta de Observação
1. Determinamos um sector de observação com um limite esquerdo (a árvore) e um limite direito (a casa);
2. Dividimos o sector a observar em faixas com distâncias idênticas (neste caso de 500 em 500 m);
3. Desenhamos os pontos mais importantes que estamos a observar (pontes, cruzamentos de caminhos, zonas arborizadas, acidentes de terreno, aldeias, etc.);
4. Traçamos uma linha entre a nossa posição (o centro do posto de observação e o ponto importante por nós escolhido).
Sob essa linha (ou através de uma legenda) colocamos a distância a que estamos desse ponto (D) e o respectivo azimute (o ângulo formado entre o norte e o ponto importante - AZ), que no fundo é o valor em graus (ou milésimos) dado pela bússola.
Com esta pequena ajuda, durante a noite será mais fácil deduzir o local onde ocorrer algo fora do comum e assim ter a noção da distância e se for possível calcular as dimensões de algum objecto que possa por lá aparecer.
Evidentemente que isto só é válido para fenómenos que ocorram a baixa altitude.

Quando a vigília é feita por mais do que uma pessoa e para que toda a zona observável seja coberta, atribui-se uma zona de observação a cada um dos participantes e os limites dos campos de observação de cada um devem-se sobrepor aos do elemento que se encontra ao seu lado para que toda a faixa de terreno esteja coberta pela observação.

Como costumo dizer quando dou esta instrução aos militares, "por favor, não escolham como ponto de referência uma vaca que ande a pastar. Os pontos de referência têm de ser estruturas, naturais ou não, que sejam facilmente identificáveis no terreno por todos."

Numa vigília, entre outras coisas, convém ainda termos uma carta topográfica da zona. É a melhor forma de obtermos as distâncias e os azimutes se por algum motivo não tivermos uma bússola disponível e também é uma forma de sabermos o relevo da área a observar.

Pessoalmente prefiro trabalhar com as cartas topográficas militares.

Agora, toca a praticar muito.
"Não podemos confundir os factos com aquilo que gostaríamos que eles fossem, sob pena de uma investigação séria sobre ovnilogia se transformar numa espécie de devaneio religioso."
de José Manuel Chorão
Euzébio
Gerente
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Mensagem por Euzébio »

Muito bom, Cavaleiro! Isto realmente vai facilitar muito a noção de distância de um objeto.

Aqui no Brasil, a altura normal de uma porta é 2 metros e 10 centímetros (2,10 m).
Ad Honorem Extraterrestris