O OSNI do GOLFO NUEVO

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Euzébio
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O OSNI do GOLFO NUEVO

Mensagem por Euzébio »

O OSNI do GOLFO NUEVO (Argentina)
(objetos submarinos não identificados)

A existência de OSNIs (Objetos Submarinos Não Identificados) tem sido pouco difundida pela Ufologia, não obstante a falta de rigor na investigação para encontrar aparelhos extraterrestres, em lugar de se investigar os misteriosos submarinos que ao longo da história têm protagonizado uma série de casos na verdade desconcertantes.

O Caso do OSNI de Golfo Nuevo (Argentina) recebeu plena atenção dos meios de comunicação. Não é, portanto, como tantos outros casos, uma simples lenda difundida nos livros de Ufologia.

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Os feitos ocorreram 15 anos depois do final da II Guerra Mundial, durante a batalha do Golfo Nuevo, os submergíveis fantasmas avistados durante aquelas semanas resultaram ilocalizáveis para os mais sofisticados sistemas de detecção da época, logrando escapar sem sofrer o menor dano pelas armas anti-submarinos mais modernas que possuíam Estados Unidos e Argentina.

Com a chegada ao poder do novo governo, após a caída de Perón, a atitude das forças armadas argentinas começou a ser hostil frente aos submergíveis não identificados. Em fevereiro de 1957, os barcos e a aviação militar argentina hostilizaram a um destes aparatos que apareceu em Río de la Plata. A perseguição durou 5 dias, porém o OSNI conseguiu escapar ileso.

Em 22 de maio de 1958, o presidente Arturo Frondizi reconheceu a presença de um submergível desconhecido na Patagônia, ao noroeste de Puerto Cracker, em Golfo Nuevo. A aviação e marinha atacaram intensamente ao enigmático aparato, e ainda que aparentemente tivesse sido alcançado, logrou escapar. A segunda incursão reconhecida oficialmente pelas autoridades argentinas ocorreu em outubro de 1959, no mesmo golfo. De novo os esforços combinados da aviação e da marinha resultaram inúteis e o OSNI conseguiu fugir sem problemas.

A historia da batalha do Golfo Nuevo começou em 30 de janeiro de 1960, quando unidades de instrução dos cadetes navais navegavam por este golfo situado a 1.200 km ao sul de Buenos Aires. Os jovens distinguiram um objeto não-identificável navegando, precisamente, na zona utilizada pela Armada Argentina para suas manobras.

Durante todo o conflito, diversos testemunhos o descrevem como uma embarcação do tipo UB-21; a linha mais moderna desenvolvida pela Alemanha no final da Segunda Guerra Mundial.

A partir deste momento o alto comando mobilizou todas as forças que tinha à sua disposição. O submarino intruso pareceu ser localizado dentro de Golfo Nuevo a 150 metros de profundidade. Os hidroaviões das bases de Bahía Blanca e Mar del Plata bombardearam durante dias a zona de onde se supunha localizado o "submarino", até que chegaram a pensar que havia sido alcançado e avariado em 4 de fevereiro.

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O contratorpedeiro "Cervantes" e os patrulheiros "King" e "Muratore" semearam de minas os 16 km de comprimento que media a boca do golfo. Homens-rã auxiliaram aos vasos de guerra. As telas de radar permaneceram em alerta e unidades de Infantaria da Marinha se distribuíram ao largo da costa, com intenção de evitar um possível desembarque do aparato fantasma. Pela noite se lançavam centenas de foguetes e os barcos varriam a superfície da água com seus refletores, tentando poder observar se o "submarino" emergia para recarregar suas baterias.

Chegou-se a pensar que se tratava de um submarino atômico, tendo-se em conta a velocidade que lhe atribuíam certas informações da imprensa. Ao que parece, outra embarcação uniu-se à primeira dentro de Golfo Nuevo, ou como informaram as emissoras de radio locais, eram dois os submarinos captados desde o principio.

Apesar do desdobramento, o objeto seguia sem ser afundado. Em 11 de fevereiro o presidente Frondizi ordenou o ataque total. Na operação participaram 13 navios e 40 aviões, enquanto se desviavam as rotas comerciais aéreas e marítimas para evitar qualquer acidente, e os periodistas eram excluídos da zona de operações. Aos caças da marinha se uniram os bombardeiros pesados argentinos. No dia 13, o objeto seguia sem ser afundado, e sua situação pareceu desesperada quando chegaram as modernas cargas de profundidade, foguetes de aviões, bóias preparadas com detectores de som e diverso material anti-submarino do tipo mais avançado fornecido pelos Estados Unidos.

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Com o material também chegaram os especialistas estadunidenses em guerra subaquática. Treze deles eram veteranos da II Guerra Mundial. A equipe de técnicos estava dirigida pelo capitão Ray Pitts, da Jefatura de Operaciones Navales, quem devia assessorar diretamente ao vice-almirante Alberto Raga, chefe das operações navais da Argentina.

As cargas de profundidade eram lançadas cada 10 minutos e tinham uma dupla função. Em primeiro lugar, atemorizar à tripulação para que se rendesse, e em segundo lugar, impedir que os mergulhadores do "submarino" saíssem para reparar as supostas avarias que sofresse.

No dia 14 as fontes oficiais informaram que a tripulação do OSNI havia rejeitado o ultimato que lhes dava a escolher entre rendição ou morte, através do silêncio. Esse dia um raio de esperança pareceu iluminar a sorte do navio. Dois novos aparatos gêmeos começaram a manobrar ao redor da esquadra de guerra argentina, tentando chamar sua atenção e distraí-la para ajudar à evasão do sitiado (!)

O tamanho destes era gigantesco, sendo maiores que a embarcação cercada, ainda que não se pôde identificar o modelo dos novos "submarinos" com exatidão. A esperança se viu turvada com a intervenção do porta-aviões argentino "Independencia".

Durante todo este tempo o submergível fantasma escapou repetidamente de forma misteriosa à detecção eletrônica. No dia 15 reinou o pessimismo nos círculos navais quando desapareceu por completo das telas de sonar (!)

Segundo as declarações do ministro de defesa, Justo Vilar: “Não sabemos se o submarino conseguiu iludir nossa vigilância e escapar”. Todavia, se assegurou que o "King" o localizou e atacou, com ajuda do "Murature", dois dias depois, enquanto os técnicos estadunidenses se trasladavam a Puerto Madryn para ajudar no assalto naval. Porém, pese a todos os esforços, no dia 18, as fontes oficiais informavam que o submarino fantasma parecia haver conseguido escapar a mar aberto.

De novo a Armada Argentina confirmava que no dia 20 o OSNI havia sido detectado outra vez, e se preparou uma nova ofensiva total contra ele usando as modernas armas estadunidenses. Naquela jornada se reuniu a maior concentração aeronaval desde a II Guerra Mundial. Durante a madrugada do dia 21 o objeto fantasma apareceu de novo frente aos assombrados observadores, momento no qual lhe foi lançado um dos novos torpedos eletrônicos.

Este novo tipo de arma nada tinha a ver com os clássicos torpedos da II Guerra Mundial. Seu poder de destruição e precisão eram formidáveis para aquela época. Ao chegar a 50 metros do fundo se ativava um dispositivo que o guiava até seu objetivo.

O torpedo, incompreensivelmente, errou seu objetivo e foram lançados outros do mesmo tipo, que de novo não deram no branco. A aviação entrou então em ação lançando novos torpedos dirigidos por sonar, mas os resultados foram nulos de novo. Ao mesmo tempo, desde a costa, se podia escutar o rufar constante da artilharia ligeira.

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No dia 22 um comunicado da marinha argentina explicava: "As águas do Golfo Nuevo foram cuidadosamente crivadas nos dias 21 e 22 de fevereiro, sem que se estabelecesse contato com objetos incursores, o que sugere que tenham podido escapar. Apesar desta presunção, poderia ficar algum incursor no Golfo Nuevo, ou voltar a entrar nele para resguardar-se. Por isso, a Marinha decidiu reduzir a intensidade da busca ao mínimo compatível com a adequada vigilância anti-submarino".

Finalmente, em 25, a Marinha anunciou a suspensão definitiva da busca dos submarinos não-identificados detectados no golfo.

Em 13 de fevereiro o diário Las Provincias (Espanha) publicava um teletipo enviado por William L. F. Horsey, em que se resumiam os principais dados disponíveis no momento sobre o misterioso submarino insinuando que se tratava de um navio soviético.

O agregado soviético em Buenos Aires, Constantine Kourin, rechaçou imediatamente a idéia de que as naves eram de seu país, e o vice primeiro-ministro Anastas Mikoyan, que estava de visita em Cuba, realizou uma confusa declaração: "... a única coisa que vão matar é uma porção de peixes". O que se transformou em realidade quando, na margem oposta ao lugar em que se presumia estava oculto o submarino, a umas 40 milhas de Puerto Madryn, começou a aparecer uma grande quantidade de pescado morto flutuando no mar e certo número de cadáveres de pingüins, porém nenhum resto de uma possível avaria do submarino...

Por detrás das misteriosas e molestas palavras de Mikoyan, e a seguinte declaração formal do governo da URSS, negando que alguma embarcação russa se encontrava em Golfo Nuevo, a hipótese soviética foi perdendo força até quase desaparecer por completo. Especialmente, quando com o passar dos dias, se comprovou que a URSS não realizava nenhum intento diplomático ou militar para ajudar ao submarino fantasma.

Se a embarcação fosse afundada, achando-se provas que a identificassem como soviética, a URSS se veria num formidável aperto. O descobrimento de seu engodo lhe teria levado ao ridículo internacional, tendo que suportar ver como os Estados Unidos se divertiria com suas "novas" armas.

O governo argentino advertiu desde o principio à tripulação do OSNI sobre o final que os esperava, avisando ao mundo inteiro que suas intenções eram afundá-lo a todo custo, e, com o propósito de não ver-se envolvida num incidente internacional, pediu a 26 países que esclarecessem se a embarcação era sua. Estados Unidos, União Soviética, Inglaterra, França e Alemanha; quer dizer, aqueles que podiam dispor de submarinos destas características, responderam negativamente.

Uma vez descartada a idéia de que se tratava de uma embarcação pertencente a outro país, começaram a aparecer toda classe de especulações sobre sua origem e o dos outros dois gigantescos objetos que acudiram a ajudá-la. A hipótese alemã também tinha os mesmos inconvenientes que as outras, e resultava demasiado novelesca. Ademais ficava a questão de como um velho submarino nazista havia resistido ao maior ataque sofrido na historia dos combates navais.

Antes de tentar a destruição do submarino, o governo argentino tomou um cuidado especial em assegurar-se de que não pertencia a nenhum país, por medo de provocar um incidente internacional. Se a embarcação de Golfo Nuevo foi um aparato extraterrestre, as ações bélicas empreendidas por Argentina, contando com o apoio dos Estados Unidos, significaram uma declaração de guerra a uma potência de outro mundo!

Desconhecemos a origem do OSNI de Golfo Nuevo que demonstrou ser capaz de resistir ao maior ataque jamais sofrido por um "submarino" em toda a historia bélica.

Ou será que o OSNI de Golfo Nuevo não era um objeto desconhecido, mas sim um Submarino Alemão do Tipo 21 ( http://en.wikipedia.org/wiki/Type_XXI_U-boat )? Um modelo tão avançado para a sua época (anos 40) que diversas nações usaram-no cerca de meio século depois de ter sido desenhado, e neste caso demonstrou ser capaz de resistir ao maior ataque sofrido por um submarino em toda a história bélica?

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Mas, qualquer que seja a sua origem, casos como este deixam à luz a relação entre os objetos não identificados, no mar ou no ar, e a tecnologia desenvolvida na Europa durante a primeira metade do século passado; de forma especial, a aplicada pela Alemanha em seus projetos militares secretos na Segunda Guerra Mundial.

Para onde foi transportado o material científico e tecnológico, ou para onde foram os especialistas alemães, apareceram as naves desconhecidas e as tecnologias assombrosas, que imediatamente foram atribuídas como sendo de seres extraterrestres, tentando ocultar a sua verdadeira natureza.

Os submarinos fantasmas continuaram a navegar pelos mares do planeta, produzindo em certas ocasiões fatos similares ao do Golfo Nuevo, de forma especial nas costas da Noruega e Suécia. Os meios de comunicação social destes países cobriram os infrutíferos esforços militares realizados para afundá-los. Portanto não se estranha que estes navios apareçam nos livros sobre OVNIs e não nos de História. Qualquer governo, antes de reconhecer a sua impotência perante eles, preferiria que o público falasse de homens do espaço ou de aparelhos extraterrestres.
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Britan
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Mensagem por Britan »

Ai esta um bom artigo Euzébio.
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eDDy
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Re: O OSNI do GOLFO NUEVO

Mensagem por eDDy »

Ótimo caso. Para mim tem mais evidencias de ser um submarino. Poderia ser um submarino chines. São os melhores submarinos em todas as questões, sonares, armamentos, tripulação, designer e estrutura, até nos dias atuais. Só não sei ao certo de eles ja eram bons assim em 60's.
Euzébio
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Mensagem por Euzébio »

Está mais para um U-3008 mesmo - o mais avançado submarino da época. Agora, o que está ainda obscuro são os outros dois submarinos que surgiram depois que o OSNI estava encurralado...
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jeff
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Mensagem por jeff »

Err... Sem querer ser chato, mas já sendo, a fonte do artigo, please?!

Eu chateio com isso moçada, porque bem sei o quanto dói ver material do Portal/Revista Vigília reproduzido por aí como se fosse produto de outro site, quando a gente ralou prá conseguir a info e perdeu alguns cabelos redigindo... ;-)

Sem falar que é passível de processo.
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Jeferson Martinho (Jeff)
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Mensagem por Euzébio »

Fontes:

Blanco y Negro, Madrid, Espana, 20 de febrero de 1960, número 2494

Diario Arriba, 21 de febrero de 1960, página 20.

Diario Las Provincias, 17 de febrero de 1960, número 36944, Valencia, Espana.
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jeff
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Mensagem por jeff »

Ma com tanta fonte, não foi simplesmente tradução ou copy paste... É um original teu, Zé??? Se é, pow, camarada, sorry... Quando é assim avisa logo prá gente "upar" direto no Portal...

Assim.. Quando falo fonte, é quando botamos aqui o copiar/colar prá funcionar... Se você reescreveu o artigo, não tem isso... Aliás, quando é coletânea de outras fontes "revisitadas", reorganização, "de próprio punho" (ou dedos :-), peço aos amigos que nos dêem a chance de publicar direto no portal e usar o expediente de abrir um tópico para discutir o assunto, tópico esse que ganha link direto no artigo no Portal...
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Mensagem por Euzébio »

Ish, fiz a tradução de um fórum em espanhol, adicionei trechos de um 'site' em português - e ambos se basearam nestas fontes citadas.

É praticamente um copy/paste... :(
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