Do que os americanos suspeitam em Marte?

É fundamental o estudo da astronomia em paralelo com a ufologia: evita-se enganos, e entende-se melhor o substrato das teorias. Este setor do fórum é aberto a questões puramente astronômicas. Debate dentro da metodologia científica - e sem choro.

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lulu
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Do que os americanos suspeitam em Marte?

Mensagem por lulu »

:shock: Nenhum outro planeta no sistema solar recebeu tanta atenção dos americanos quanto Marte. Eles já enviaram uma quantidade enorme de sondas para lá, que passaram pelo planeta fotografando, depois orbitando, pousando, fazendo testes e mais recentemente os robôs Spirit e Opportunity.

Tanto interesse assim chama a atenção, afinal, Vênus recebeu bem menos missões e fica bem mais próximo. O que existe ou pode existir no planeta vermelho que os americanos escondem do mundo?

Vejam no link abaixo as missões para Marte:

http://www.observatorio.ufmg.br/pas49.htm

Neste outro, detalhes da mais recente, a sonda espacial Mars Reconnaissance Orbiter (MRO):

http://www.inovacaotecnologica.com.br/n ... 0130050809

:?
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Euzébio
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Mensagem por Euzébio »

Vênus está mais próximo de nós do que Marte, mas Vênus possui um ambiente extremamente nocivo à vida, com temperaturas elevadíssimas. Marte é mais viável à exploração humana.

O que eu considero estranho é a própria exploração espacial em si, não consigo enxergar vantagem alguma nisto. Certamente faz parte da vaidade humana...

:roll:
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hsette
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Mensagem por hsette »

Citando:
SÉNECA, Cuestiones naturales,
libro 7, século I
Chegará uma época em que uma investigação diligente e prolongada trará à luz coisas que hoje estão ocultas. A vida de uma pessoa, ainda que esteja toda ela dedicada ao estudo dos céus, será insuficiente para investigar uma matéria tão vasta...
Portanto, este conhecimento só poderá se desenvolver ao longo de sucessivas gerações, cada uma dando seu contributo...
Nosso universo seria algo muito limitado se não oferecesse a cada época algo a investigar...
A natureza não revela seus mistérios facilmente, e de uma vez para sempre.


Não podemos esquecer que um dos maiores trunfos de nossa sobrevivência enquanto espécie está no aumento de nossos conhecimentos sobre o universo. Então, continuemos a exploração!
lulu
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Mensagem por lulu »

Se os americanos não tivessem ido a Lua pegar umas poucas rochas, hoje não saberíamos que lá há estoque de hélio 3 para milhões de anos de produção de energia limpa e barata.

Vênus pode parecer pouco interessante, mas eu acredito que possa ser mais fácil e viável de colonizar que Marte, pois tem dimensões próximas a da Terra. Se aumentarmos o nosso conhecimento sobre sua atmosfera a ponto de termos bases para produção de micro-organismos que possam consumir gases estufa e entregar oxigênio, nitrogênio e água, estabeleceriamos os pré-requisitos para sua colonização em pouco tempo.

Portanto, que a exploração espacial continue é fundamental. É nossa última fronteira. :P
Editado pela última vez por lulu em 22 Nov 2005, 07:44, em um total de 1 vez.
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Britan
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Mensagem por Britan »

hsette escreveu:Citando:
SÉNECA, Cuestiones naturales,
libro 7, século I
Chegará uma época em que uma investigação diligente e prolongada trará à luz coisas que hoje estão ocultas. A vida de uma pessoa, ainda que esteja toda ela dedicada ao estudo dos céus, será insuficiente para investigar uma matéria tão vasta...
Portanto, este conhecimento só poderá se desenvolver ao longo de sucessivas gerações, cada uma dando seu contributo...
!
É esse o trabalgo que temos pela frente, contribuir, para reunir o máximo de informação para que as gerções vindouras possam dar mais um passo em frente no estudo da ovnilogia
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Euzébio
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Mensagem por Euzébio »

Eu acho sinceramente que a gente tem que primeiro arrumar a casa aqui primeiro, para depois nos preocuparmos com o que está lá fora.

Não adiantará em nada entregarmos tesouros de conhecimento a gerações futuras se também lhes legarmos um mundo apodrecido por guerras, revoltas, ódios, tiranias, fome, doenças, injustiças, miséria.

Como mencionei em outro fórum qualquer, eu prefiro assentar a minha cabeça numa pedra para dormir, no fundo de uma caverna escura e úmida, mas ter a certeza de que há justiça e de que todos os homens (e mulheres e crianças e ansiãos) são felizes a observar um mundo onde apenas uma pequena minoria é feliz e desfruta do que há de bom e de melhor enquanto a grande maioria padece sofrimentos atrozes.
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hsette
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Mensagem por hsette »

Caro Euzébio, volta e meia me deparo aqui no fórum com o argumento de que devemos primeiro arrumar nossa casa.
Porém não consigo compreender: as questões são auto-excludentes?
A meu ver não! Muito antes pelo contrário.
Além do mais, não vejo o menor sentido na dicotomia "aqui dentro" e "lá fora".
Nós habitamos o universo.
Só para não irmos muito longe: ao que tudo indica, não fosse um meteorito se chocar contra nosso planeta e assinar a sentença de morte dos dinossauros, os primatas dificilmente evoluiriam para uma espécie como a nossa.
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Mensagem por Britan »

Eu concordo em parte com o Euzébio e a lógica seria essa primeiro de arrumar a casa, mas várias pessoas têm missões diferentes, eu deixo o arrumar da casa para os governantes e a minha função é criticar ou apoiar medidas, mas este é um forum de ovnilogia e estamos cá para estudar e discutir outro tipo de problemas tal como faziam os pensadores do sec XV ( imaginem só eles todos num forum na net :lol: )em Florença e assim contribuir para o evoluir da espécie em vários factores e não num só
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Mensagem por hsette »

Não consigo perceber nenhum tipo de lógica em separar as questões e torná-las auto-exludentes.
Na pequena lista abaixo temos alguns poucos exemplos de conhecimentos obtidos a partir de nossas atividades na área espacial, e que têm impacto profundo sobre nossa qualidade de vida aqui na Terra:

• conhecimentos sobre a dinâmica do efeito estufa;
• mecanismo de ação da camada de ozônio como defesa contra raios UV;
• descoberta do buraco na camada de ozônio da Terra;
• estudos sobre o atual estágio de aquecimento global;
• melhoria nos nossos conhecimentos meteorológicos, fundamentais para produção de alimentos e demais atividades humanas;
• avanços significativos na área de telecomunicações;
• nenhuma outra atividade humana tem conseguido agregar tantas atitudes cooperativas entre nações.
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Mensagem por Euzébio »

hsette escreveu:Caro Euzébio, volta e meia me deparo aqui no fórum com o argumento de que devemos primeiro arrumar nossa casa.
Porém não consigo compreender: as questões são auto-excludentes?
A meu ver não! Muito antes pelo contrário.
Além do mais, não vejo o menor sentido na dicotomia "aqui dentro" e "lá fora".
Nós habitamos o universo.
Não sou contra a ciência, nem contra a exploração espacial. Apenas vejo que o tempo da felicidade urge.
hsette escreveu:Só para não irmos muito longe: ao que tudo indica, não fosse um meteorito se chocar contra nosso planeta e assinar a sentença de morte dos dinossauros, os primatas dificilmente evoluiriam para uma espécie como a nossa.
Assim sendo, seríamos dinossápiens, e não homo-sapiens, hehehe...
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Mensagem por Euzébio »

ricardo_britan escreveu:Eu concordo em parte com o Euzébio e a lógica seria essa primeiro de arrumar a casa,
Grato, Britan!...
ricardo_britan escreveu:mas várias pessoas têm missões diferentes, eu deixo o arrumar da casa para os governantes e a minha função é criticar ou apoiar medidas,
Até quando vamos transferir as nossas responsabilidades para os dirigentes apenas? Se a casa é nossa, todos temos que mantê-la em ordem.

O esforço para um mundo melhor tem que ser de todos, e não de uns poucos.
ricardo_britan escreveu:mas este é um forum de ovnilogia e estamos cá para estudar e discutir outro tipo de problemas tal como faziam os pensadores do sec XV ( imaginem só eles todos num forum na net :lol: )em Florença e assim contribuir para o evoluir da espécie em vários factores e não num só
TEmos que contaminar todas as formas de comunicação com o vírus das mudanças, para que a nossa idéia possa se propagar aos sete ventos, pelos quatro cantos do planeta. Esta é e era a idéia de todos os pensadores, não?

Se não, deveria ser...

Um mundo de felicidade e justiça, eis aí a meta.
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Mensagem por Euzébio »

hsette escreveu:Não consigo perceber nenhum tipo de lógica em separar as questões e torná-las auto-exludentes.
A lógica não está em separar esta ou aquela atividade humana e isolá-las ou aboli-las. A lógica está em se preparar primeiramente uma base sólida de justiça social e de igualdade de direitos para que as gerações futuras possam usufruir de uma ciência sem abrir mão de seus direitos.
hsette escreveu: Na pequena lista abaixo temos alguns poucos exemplos de conhecimentos obtidos a partir de nossas atividades na área espacial, e que têm impacto profundo sobre nossa qualidade de vida aqui na Terra:
"Nossa" qualidade de vida se restringe a apenas uma parcela da Humanidade. Que valor isto tem se todos têm o mesmo direito?
hsette escreveu:• conhecimentos sobre a dinâmica do efeito estufa;
• mecanismo de ação da camada de ozônio como defesa contra raios UV;
• descoberta do buraco na camada de ozônio da Terra;
• estudos sobre o atual estágio de aquecimento global;
• melhoria nos nossos conhecimentos meteorológicos, fundamentais para produção de alimentos e demais atividades humanas;
• avanços significativos na área de telecomunicações;
• nenhuma outra atividade humana tem conseguido agregar tantas atitudes cooperativas entre nações.
Tudo muito bonito, mas segundo relatório elaborado e divulgado pela FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations), em 2000, as últimas estimativas indicavam 826 milhões de pessoas subnutridas (entre 1996–1998), sendo 792 milhões em países em desenvolvimento e 34 milhões em países desenvolvidos.

A América Latina possui 89 milhões de pessoas em extrema pobreza, 54 milhões na indigência, segundo Jacques Diouff, da FAO.

Onde fica o direito que todo ser humano tem de se alimentar e de viver ao menos uma vida digna?

O que importa para estas pessoas os avanços tecnológicos ou a conquista do espaço, se possuem no estômago um espaço vazio e ignorado?

E onde isto vai parar se em 1960, os 20% mais ricos da humanidade tinham renda 30 vezes maior que os 20% mais pobres e em 95, tinham 82 vezes mais?

:x
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hsette
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Mensagem por hsette »

Mas Euzébio, abdicar da busca de conhecimentos advindos da área espacial contribuiria em que medida na solução dos problemas apontados?
E mais: seguindo esta linha de raciocínio, deveríamos abandonar as investigações ufológicas até “arrumarmos a casa”?
Continuo sem perceber qualquer nexo negativo de causalidade entre o avanço científico e os graves problemas sociais contemporâneos.
lulu
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Mensagem por lulu »

Bem pessoal, acho louvável toda essa discussão, mas o hsette tem razão, as coisas não são auto-excludentes. Se assim o fosse os portugueses ainda estariam arrumando a casa até que tudo estivesse em ordem para só depois virem ao Brasil e os espanhóis também estariam arrumando a casa até que tudo ficasse bonitinho antes de mandarem do sanguinolento do Colombo matar índios nas Américas, claro, a catastrofe teria sido menor se um povo mais benevolente tivesse vindo antes dos espanhóis que só trouxeram destruição roubos e morte aos povos americanos.

Mas isso é coisa de 500 anos atrás. Agora o que interessa é que concordando ou não se devemos arrumar a casa antes de partir, o fato é que os foguetes estão subindo, as sondas estão saindo do sistema solar e as informações estão chegando, sendo analisadas e tudo o mais.

E o mais importante ninguém respondeu até agora:

OS AMERICANOS ESTÃO ESCONDENDO ALGUMA COISA SOBRE MARTE?
Editado pela última vez por lulu em 03 Dez 2005, 13:45, em um total de 2 vezes.
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hsette
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Mensagem por hsette »

OK, Lulu. Voltando a Marte, transcrevo abaixo trechos de um texto bem interessante para apimentar o debate. O que tem me chamado a atenção é a disparidade das intenções das grandes potências. Os EUA (que certamente já têm informações privilegiadíssimas sobre Marte) decidem investir pesado na Lua, enquanto Rússia e China voltam-se decididamente para o Planeta Vermelho.

A íntegra está em: http://www.universia.com.br/html/materi ... _chfh.html

Por Jorge R. Ducati: Físico, professor do Departamento de Astronomia da UFRGS
(...) para que ir a Marte (ou, mesmo, à Lua!)? Qual o benefício? Ou melhor, qual a relação custo-benefício, sabendo que uma missão como a da sonda Spirit custa 800 milhões de dólares? Não seria melhor gastar o dinheiro em saúde, educação, segurança, e outras necessidades básicas?
A guerra no Iraque, em 2003, custou 75 bilhões de dólares. São 100 vezes mais que a Spirit. Um avião de guerra Stealth custa 1 bilhão de dólares. E há jogadores de futebol que custam 50 milhões, e ninguém diz que seria melhor não comprar o jogador, e comprar comida.
A História Humana é a história da expansão de horizontes. A razão desta expansão pode estar no mero princípio biológico da sobrevivência das espécies: quanto mais território for ocupado, maiores as chances de perpetuação da espécie frente a catástrofes locais.
O custo de trazer algo de lá é tão alto que inviabiliza o transporte de mercadorias (mesmo ouro ou diamantes). Colônias em Marte? Só para humanos modificados, biologicamente adaptados àquelas condições. Até é possível, no futuro.
O século XX nos deu a percepção do valor de um outro tipo de bem: a informação, ou o conhecimento. As economias desenvolvidas, na Terra, tem sua riqueza cada vez mais fundamentada no conhecimento. E qual são os conhecimentos que Marte pode nos dar? Um deles é a descoberta de vida em Marte. Vida atual, ou vida existente no passado marciano. Descobrir uma outra descrição da vida, com evolução diferente, provavelmente dar-nos-á uma compreensão muito melhor da nossa própria biologia, com conseqüências imensas.
Outro conhecimento é a compreensão de como Marte evoluiu. O conhecimento dos processos marcianos de evolução certamente nos auxiliarão a compreender nosso próprio planeta.
A busca do conhecimento, de qualquer modo, não pode limitar-se ao desejo de ter-se resultados, aplicações, e benefícios, imediatos.
Uma boa comparação é a descoberta da América pelos europeus. As primeiras navegações eram empreendimentos caríssimos, verdadeiros investimentos nacionais. O retorno não veio tão cedo, pois a descoberta de 1500 só produziu sinais perceptíveis de produção de riqueza mais de 50 anos depois. Em alguns casos, séculos após.