
Bom, então tá. Eu disse que não tem graça, mas enfim...
Fica mais fácil entender a idéia por um exemplo prático: o machucadinho-no-canto-do-dedo.
Já notou como quando a gente tem um machucadinho na ponta do dedo a gente bate sempre e o tempo todo exatamente naquele local? Pois é, não é coicidência não.
Não, também não é o Lúcifer (Tio Lú para os íntimos) que fica empurrando sua mão para as quinas de portas. O que acontece é que (repare algum dia) nos batemos o tempo todo em tudo o que é canto o dia inteiro. Claro que se não há um machucado as topadas passam desapercebidas. Mas quando dói, a gente percebe.
Exatamente o mesmo fenômeno acontece nas famosas sextas-feira-13. Já reparou como tudo dá errado? Sim, mas só pra quem acredita. Quantas vezes você já tropeçou na vida? Bem, você tropeça e esquece, afinal o que tem demais nisso...
O segredo está em como funciona nossa memorização: quando um fato é banal (como tropeçar) você esquece. Mas se ele é ligado simultaneamente a algum evento mais notável (tropeçar e cair sentado no bolo de casamento da sua irmã), daí o evento deixa de ser banal e é memorizado.
Por isso, quando é sexta-feira-13, você tropeça e pensa automaticamente "Naba, só porquê é sexta-feira-13!", e pronto, você tem a ligação notável para que aquele tropeção seja memorizado para o resto da sua vida.
O mesmo acontece com fantasmas. Já reparou que só quem acredita em fantasmas encherga-os? Por isso eu digo que fantasma tem medo de cético... eu vivo quebrando corrente, chutando macumba, e nada... nenhunzinho pra puxar meu pé de noite!
Mas que acredita, vê milhões de sombras todo dia. E quase todas elas passam desapercebidas. Mas a sobra vista na noite seguinte a que um ente querido morreu, é reconhecida automaticamente como o finado e memorizada para o resto da vida. Por que? Porque o evento banal (sombra) foi ligado a um evento mais dramático (morte do amigo).
...eu disse que não tinha a menor graça. Não é fantástica, não é perspicaz, não dá medo... enfim. Simplesmente, é.
E por tudo isso, se me pergutanrem se eu concordo com o "crer para ver", eu digo que sim, eu concordo, oras! Quem crê, vê. Só que ver é uma coisa. Ver a realidade é outra. A galera do LSD que o diga...
Agora murruga, deixa de fazer ** doce e conta logo a história das canecas voadoras pro pessoal, porque vale a pena. Essa é uma daquelas histórias realmente punks que, eu considero, acontecimentos daqueles nos quais a aleatoriedade (ou sorte, como queiram) é tão caprichosa que faz qualquer um ficar com uma família de pulgas atrás da orelha.