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Sobre linhas e vertentes, estrelismos e pesquisa séria

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De início, vou informando que sou do signo de Sagitário, portanto dentro de uma analogia entre o símbolo de Sagitário e a Ufologia, tenho os “quatro pés” no chão quando me manifesto sobre esse assunto.

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Dentro do que já vi no meio da Comunidade Ufológica, me atrevo a dizer que pouquíssimos dos que nele militam têm condições para afirmar que são da Linha Científica, pois para poder pelo menos isso ser afirmado pressupõe-se que quem o diz detém conhecimentos técnicos das mais variadas disciplinas acadêmicas ou cursos técnicos, ou seja, física, biologia, astronomia, astronáutica, eletrônica, meteorologia, química, psicologia, fotografia etc. Afinal de contas, não é uma questão de achar a Linha Científica mais simpática ou simplesmente se identificar com ela.

Da mesma forma os “simpatizantes” da Linha Mística ou Holística, não deveriam também ter outros conhecimentos, como por exemplo, a Parapsicologia, ou coisa que o valha?

É comum ver-se determinados “ufólogos” se manifestarem dizendo que são da Linha Científica, sem, contudo terem o conhecimento desejado para falarem sobre um simples fenômeno atmosférico ou astronômico.

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Na verdade o que dá para perceber é que esses cidadãos falam que é da Linha Científica, para exatamente não passarem a “vergonha” de serem vistos como eventuais pesquisadores que aceitam a idéia de poder existir alguma relação entre o fenômeno e algum plano espiritual, ou outra dimensão, ou coisa do gênero.

Quero deixar bem claro que não me rotulo pertencer a nenhuma Linha em específico, pois se não temos o domínio do assunto, se não sabemos efetivamente responder algumas perguntas básicas (origem dos seres (?), suas intenções, modos de propulsão de suas naves (?) etc.), como então citar esta ou aquela Linha como a mais correta para ser seguida?

O que acontece na verdade é que mais parece um amontoado de pessoas defendendo suas teses, alguns querendo impô-las aos menos avisados e informados, sendo que o resumo de tudo isso é que absolutamente ninguém em qualquer parte deste planeta tem a verdade nas mãos. E olha que estamos falando de mais de meio século da Ufologia contemporânea e parece que estamos no mesmo ponto de partida.

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Se até o que está escrito na Bíblia, nos dias de hoje é passível de questionamentos e a história da humanidade é contada a milênios, imaginem o que não tem nenhum registro pelo menos que possa inspirar a confiança necessária para aceitarmos aquilo como verdade.

Eu entendo que para externarmos a que Linha de Pesquisas pertencemos, devemos antes de tudo ter o domínio e conhecimentos das multidisciplinas que permeiam a Ufologia, pois sem uma base sólida de informações corremos o risco de ficar correndo atrás do rabo, sem dar uma explicação convincente para as pessoas que nos ouvem.

Esses “ufólogos” se esquecem que quando falam estão agindo como formadores de opinião e, nesse sentido, é importantíssimo que o que for dito tenha uma consistência que inspire confiança no ouvinte, para que a Ufologia em si seja respeitada através desses seus “ilustres” representantes.

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Acredito que deveria existir um curso específico, para que as pessoas que se propõem a acompanhar o assunto mais de perto e com ele se envolver, pudessem aprender realmente tudo que é necessário para ser rotulado como um Ufólogo na acepção do termo, mesmo que fossem conceitos básicos, porém bem consubstanciados para dar condições de uma melhor cultura junto à Comunidade Ufológica.

Não basta simplesmente fazer parte de um Grupo de Pesquisas, ler revistas, sites da internet, fazer vigílias, colocar binóculo a tira-colo e até participar da pesquisa de campo colhendo testemunhos de pessoas, para sair por aí dizendo que é um Ufólogo.

Isso é muito pouco diante da complexidade do assunto. Exige-se muito mais para alguém se sentar diante de uma platéia, ávida em respostas conclusivas, e deixar o seu interlocutor sem uma explicação técnica convincente, pelo menos no nível possível do alcance do conhecimento humano.

Vamos levar a coisa mais a sério minha gente, com mais competência, com mais qualidade na apuração dos fatos, com mais base nos pronunciamentos, pois a meu ver esse é um dos fatores que não dão à Ufologia o respeito que ela merece. Tem gente abrindo a boca e falando da Ufologia com paixão e não com a razão. Participar e pertencer a um grupo de pesquisas não é o mesmo que pertencer a uma torcida uniformizada, deixando em alguns casos como já presenciei que até que um certo fanatismo se apodere da pessoa ou do grupo. Não vamos brincar de Ufologia, por favor. Na minha opinião tem muito “banhista” na praia errada.

Aqui me ocorre uma frase que li e passei a adotar como um de meus lemas: “As provas que invalidam uma hipótese ou tese, são mais importantes que as evidências que a sustentam”. Isso é ter os pés no chão, como citei no início. É um princípio sério de como encarar as inúmeras atividades que a Ufologia exige.

Não sou o dono da verdade e nem tenho essa pretensão, pois antes de tudo tenho bom senso e respeito para com aqueles Ufólogos sérios que aprendi a conhecer durante minha passagem no meio da Comunidade Ufológica e, com certeza, são muitos.

O tempo não foi grande, mais ou menos seis anos, em duas etapas (APEX nos anos 70, então dirigida pelo Dr. Max Berezowski e CEPEX mais recentemente, comandada pelos irmãos Mondini), fora os 22 anos como estudioso do assunto de forma distante desse meio, mas com certeza foi o suficiente para poder ter tido muitas decepções inclusive com nomes que seguramente pertencem à nata da Ufologia Nacional.

São sempre os mesmos que vêm a público falar da Ufologia, dar entrevistas, formar conceitos, não dando chances a outras pessoas que talvez tenham a mesma capacidade ou, eventualmente, até mais pela cultura e vivência adquiridas.

Aparenta ser uma demonstração de jogo de vaidades e quem com certeza sai perdendo é a própria Ufologia e a comunidade em geral que tanto espera pelo resultado das inúmeras pesquisas que são feitas mundo à fora.

Aqui um aparte: Por acaso existe um padrão adotado pela Comunidade Ufológica nacional e mundial? As técnicas de pesquisas são universais, ou regionais? Existe um esgotamento do caso a ponto de chegar a um momento em que não se pode mais avançar dentro de uma lógica aceitável, ou simplesmente abandona-se o caso e passa-se para outro mais atual, que está dando mais ibope?

Como sugestão, acho que os casos antigos onde aparecem depoimentos de pessoas que foram testemunhas de alguma ocorrência que tenha sido pesquisada e posteriormente arquivada, sem uma aparente solução final, deveriam ser reinvestigados com o colhimento novamente do testemunho dessas pessoas para se apurar se existe uma coerência entre esses depoimentos, procurando-se descartar pelo menos que tenha havido alguma fantasia criada pela testemunha, para de alguma forma gozar de seus 15 minutos de sucesso.

De preferência, que os novos depoimentos fossem obtidos por novas pessoas, com algum método diferenciado de abordagem para conduzir a testemunha, pois o tempo se encarrega de apagar da memória as mentiras contadas num momento de euforia e necessidade de “estrelismo” pessoal e isso por si só já daria condições de dar o caso definitivamente por encerrado e não deixá-lo sem um resultado final, pois é uma questão de se desfazer as interrogações, pelo menos no campo dos depoimentos, preservando de certa forma pelo menos a ocorrência em si.

De qualquer forma, venho me mantendo atualizado quanto ao que vem ocorrendo na Ufologia, sentindo até uma saudade de certas pessoas que conheci e que aprendi a respeitar antes de tudo como seres humanos, dotados de caráter íntegro e por se comportarem como verdadeiros Ufólogos, de mentes abertas e prontas a ouvir a opinião alheia. Aqui alguns exemplos: Marcão do GEONI (Infelizmente falecido) e um baluarte da Ufologia, Jeferson Martinho da Revista Vigilia de mente bem arejada e capacidade à toda prova, Arismaris Baraldi Dias um respeitável representante da Ufologia, Rafael Cury, sempre convincente em suas abordagens, Eduardo e Oswaldo Mondini com os quais tive o prazer de conviver, acima de tudo honestos e sérios no trato com a Ufologia e outros que me perdoem não citá-los pois senão a lista seria longa.

Saudações a todos aqueles que verdadeiramente se dedicam à Ufologia desprovidos de vaidades, de necessidades de terem seus egos massageados, sem vedetismo e, sim, com o objetivo principal de chegar a um ponto de conhecimento para poder entender o fenômeno e dissecá-lo, pois não se trata simplesmente de acreditar em discos voadores, pois não estamos falando de fé e, sim, de compreensão do que ocorre acima de nossas cabeças.

Tenhamos sempre os pés no chão, porém não nos esquecendo de que nossos olhos estejam voltados para as estrelas.

Um fraternal abraço a todos.




* Antonio de Padua Faroni, auditor, foi integrante da Apex, do extinto CEPEX, e hoje acompanha a Ufologia “on” e “off” line.

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