Segurança nacional: senador Rubio quer desclassificar segredos de óvnis nos EUA
O presidente republicano do Comitê de Inteligência do Senado dos EUA, senador Marco Rubio, está liderando uma campanha para desclassificar e tornar público o que a comunidade de inteligência sabe sobre óvnis, ou “fenômenos aéreos não identificados”, UAPs, como os círculos militares norte-americanos preferem agora.
O senador Marco Rubio foi um dos responsáveis pela legislação que exige que o Escritório do Diretor de Inteligência Nacional, que supervisiona as 17 agências de inteligência do país, trabalhasse com o Pentágono e outras agências relevantes para produzir um relatório detalhado descrevendo o que o governo dos EUA sabe sobre OVNIs, incluindo sua origem, frequência e potencial ameaça à segurança nacional dos EUA.
Os esforços de Rubio acontecem logo após o lançamento pela Marinha, em abril deste ano, de três vídeos desclassificados de OVNIs que anteriormente haviam vazado online.
“Temos coisas voando sobre nossas bases e plantas militares, onde estamos realizando exercícios militares, e não sabemos o que é e o que não é nosso. Então, essa é uma pergunta legítima a ser feita ”, disse Rubio em uma entrevista na quinta-feira, 17 de julho, a Jim DeFede, do CBS4 News, em Miami. “Eu diria que, francamente, se é algo fora deste planeta, isso pode ser realmente melhor do que o fato de termos visto algum salto tecnológico por parte dos chineses ou dos russos, ou algum outro adversário que lhes permita conduzir isso tipo de atividade”, declarou o senador.
Rubio acrescentou: “Mas o ponto principal é: se há coisas sobrevoando suas bases militares e você não sabe o que são, porque elas não são suas, e elas exibem, potencialmente, tecnologias que você não tem em suas mãos. disposição própria, isso para mim é um risco de segurança nacional e que devemos investigar”, disse.
No final de junho, o Comitê de Inteligência do Senado, liderado por Rubio, aprovou a Lei de Autorização de Inteligência para o Ano Fiscal de 2021 , que ainda precisa ser aprovada pelo Senado. Uma seção do projeto de lei se refere aos óvnis e pede respostas dentro de 180 dias após a aprovação da lei.
Segundo o comitê, o relatório até pode incluir um anexo classificado, ou seja, secreto para o público em geral, mas precisa “ser submetido de forma não classificada”.
O órgão especifica que tipos de dados pretende obter: uma “análise detalhada de dados de fenômenos aéreos não identificados e relatórios de inteligência coletados ou mantidos pelo Escritório de Inteligência Naval, incluindo relatórios de dados e inteligência mantidos pela Força-Tarefa de Fenômenos Aéreos Não Identificados; uma “análise detalhada” dos dados sobre óvnis coletados por instalações geoespaciais, sinais, humanos ou outras fontes de informações; e uma “análise detalhada” dos dados que o FBI poderia ter, “derivada de dados e investigações sobre invasões de fenômenos aéreos não identificados sobre o espaço aéreo restrito dos Estados Unidos”.
Essa análise de inteligência proposta também incluiria a “identificação de potenciais ameaças aeroespaciais ou outras ameaças colocadas pelos fenômenos aéreos não identificados à segurança nacional” e se alguma das atividades óvni “pode ser atribuída a um ou mais adversários estrangeiros”, bem como a “identificação qualquer incidente ou padrão que indique que um potencial adversário pode ter alcançado capacidades aeroespaciais inovadoras que poderiam colocar em risco as forças estratégicas ou convencionais dos Estados Unidos”.
Óvnis ou UAPs como potenciais ameaças à segurança nacional
Na entrevista, o senador Rubio esclareceu também o motivo pelo qual o comitê quer essas respostas sobre óvnis. “Isso impactou muito a Marinha. Eu tenho visto relatórios sobre há quase uma década. Outros países tiveram relatórios semelhantes. Mas nossa perspectiva é: existe alguém voando no espaço aéreo que ninguém mais pode voar, e não sabemos quem é e não é algo que temos. Precisamos saber o que é isso”, disse Rubio a DeFede.
“Quero dizer, na minha cabeça, não entendo por que não deveríamos saber o que é. Talvez haja uma explicação completamente chata para isso, mas precisamos descobrir. E é exatamente isso que estamos perguntando, e estamos pedindo para tornar públicas, tanto quanto possível, essas informações. Nada disso se encaixa no molde de classificados, por si só”, ressaltou.
No início deste ano, vídeos da Marinha foram divulgados por meio da Lei de Liberdade de Informação, que mostrava os OVNIs se movendo a velocidades incríveis e realizando manobras aéreas aparentemente impossíveis. Um dos vídeos foi filmado em novembro de 2004; os outros dois foram filmados em janeiro de 2015. Os três vídeos ganharam codinomes “FLIR1”, “Gimbal” e “GoFast”. Nos vídeos de 2015, os pilotos da Marinha podem ser ouvidos expressando espanto.
Os vídeos foram divulgados e publicados por causa dos esforços do New York Times e da ToTheStars Academy (TTSA), comandada por Tom Delonge, fundador e vocalista das bandas Blink-182 e Angels&Airwaves. Pouco tempo depois o Pentágono liberou oficialmente os vídeos, reconhecendo que não havia uma explicação conhecida para os fenômenos registrados.
Agora há rumores de que o New York Times, novamente em conjunto com a TTSA e com mais munição fornecida por outros conhecidos especialistas em óvnis norte-americanos, estaria preparando outra reportagem, trazendo novas informações bombásticas sobre objetos voadores não identificados e ações envolvendo o Governo dos EUA.
Ao finalizar a entrevista, DeFede perguntou a Rubio sua opinião pessoal sobre os fenômenos registrados: “então, qual é o seu veredito? Estamos sozinhos no universo, ou há algo mais por aí?”, questionou. “Eu não tenho uma opinião formado sobre isso porque é um fenômeno”, disse Rubio. “É inexplicável. Eu só quero saber o que é e, se não podemos determinar o que é, esse é um fato que precisamos levar em consideração. Eu não ousaria especular além disso”, concluiu o senador.
Com informações de CBS4 News e Washington Examiner
