Rio de Janeiro dá nome a escala que mede impacto de contato com ETs
Embora ainda recuse a idéia da possibilidade de visitação da Terra por extraterrestres, defendida pela Ufologia, a “ciência oficial” já se prepara para o momento do contato com uma civilização alienígena. Na semana passada, durante o 51º Congresso Internacional de Astronáutica, realizado no Rio de Janeiro, a pesquisadora Jill Tarter, do Instituto Seti (sigla para o equivalente em inglês da expressão “Busca de Inteligências Alienígenas”), apresentou uma escala que pretende avaliar a importância e o impacto de um contato com uma civilização alienígena.
A Escala Rio, que ganhou esse nome em homenagem à cidade onde foi apresentada, foi desenvolvida por Tarter em conjunto com Iván Almár, do Observatório Konkolov. Utilizando três fatores – o tipo de fenômeno, o método da descoberta e a distância da origem do sinal captado – a escala estabelece uma pontuação para um eventual contato procurando classificar o grau de seriedade e o impacto da descoberta.
O fator “tipo de fenômeno” determina a espécie de contato, podendo variar desde um sinal genérico, uma transmissão equivalente aos sinas de TV e ou rádio que “escapou” da civilização extraterrena, até uma mensagem com conteúdo específico dirigido ao nosso planeta. O segundo fator estabelece o grau de confiabilidade do sinal a partir do sistema de detecção, seja resultado de pesquisas específicas SETI ou de outros métodos de observação. A credibilidade do método é estabelecida segundo a visão dos pesquisadores do Seti.
O terceiro e último fator refere-se à distância da origem do sinal em relação à Terra, com uma portuação crescente quanto maior for a proximidade da fonte do sinal. A somatória dos pontos de cada fator poderá oscilar de 3 a 15 pontos, estabelecendo, da menor para a maior pontuação, a escala em grau crescente de importância da descoberta e seus efeitos para a humanidade.
Em entrevista à ao jornal “Folha de São Paulo”, a pesquisadora Jill Tarter – que inspirou a principal personagem do livro Contato, de Carl Sagan, interpretada nos cinemas pela atriz Jodie Foster no filme homônimo – declarou que “a escala vai ajudar a mídia a retratar realísticamente as prováveis conseqüências de eventos sem precedentes, como um contato extraterrestre”.
Para ser aceita oficialmente pela comunidade científica, a escala ainda precisa ser aprovada pela Academia Internacional de Astronáutica, na subcomissão responsável pela avaliação das pesquisas do tipo Seti.
Determinando a pontuação de um contato alienígena
Segundo o Tipo (Intencionalidade)
Mensagem específica para a Terra 6
Mensagem sem direção específica 5
Sinalização de presença direcionada à Terra 4
Sinalização de presença sem direção específica 3
Vazamento de sinal eletromagnético (como TV ou rádio) 2
Traços de engenharia astronáutica (como sondas alienígenas) 1
Método da descoberta (Credibilidade)
Resultado de programa Seti constante 5
Resultado de outro tipo de observação constante 4
Resultado programa Seti temporário 3
Resultado de outro tipo de observação variável 2
Reavaliação de dados de arquivo 1
Distância (Acessibilidade)
Dentro do sistema solar 4
Em um raio de 50 anos-luz 3
Dentro da Via Láctea 2
Fora da galáxia 1
(Fonte: Folha de São Paulo)
Maior impacto sobre a humanidade: Uma mensagem específica para a Terra (6), captada por um programa Seti constante (5) em um raio de 50 anos-luz (3), totalizando 14 pontos na Escala Rio.
Menor impacto sobre a humanidade: Vazamento de sinal eletromagnético (2), captado por outro tipo de observação variável (2) originado de fora da galáxia (1), totalizando 5 pontos Escala Rio.