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Portal de alienígenas do passado, egípcios em Marte ou… uma rachadura?

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A temporada de teorias sobre a existência de sinais de vida alienígena em Marte voltou com força total na semana passada, com a divulgação de uma imagem captada pela Mast Camera (Mastcam), do rover Curiosity. A foto mostra o que parece ser um portal ou porta de uma tumba no meio de uma rocha marciana.

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Reproduzindo o fenômeno da “Cabana na Lua” — quando o rover chinês Yutu-2 fotografou uma formação rochosa curiosa — a cena rapidamente povoou as redes sociais, portais e até veículos de imprensa com hipóteses mirabolantes.

Recorte da fotografia obtita pela Mast Camera, do rover Curiosity, em Marte (Sol 3466 - Nasa)
Recorte da fotografia obtita pela Mast Camera, do rover Curiosity, em Marte (Sol 3466 – Nasa)

Seria um portal construído por alguma antiga civilização alienígena? Talvez a entrada de um túnel que dá acesso até o centro do planeta? Ou a revelação de que ancestrais egípcios eram viajantes interplanetários.

O canal de sensacionalista ufológico “UFO Sightings Daily” chegou a lançar um vídeo  apresentando comparações entre a formação visualizada em Marte e as entradas de tumbas de alguns faraós egípcios, em especial as encontradas no chamado Vale dos Reis, na cidade de Luxor, no Egito.

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Um recorte do Vale dos Reis, no Egito, para comparação com o efeito visual da imagem obtida em Marte (imagem original - Wikipedia)
Um recorte do Vale dos Reis, no Egito, para comparação com o efeito visual da imagem obtida em Marte (imagem original – Wikipedia)

Considerando a perspectiva da imagem marciana, à primeira vista a semelhança no recorte da imagem fica realmente incrível.

Contudo, na mesma velocidade em que as teorias alienígenas se espalharam, surgiram análises contrárias a ela e explicações alternativas. Surpreendentemente, um dos primeiros a refutar a hipótese alienígena foi o ufólogo e “caçador” de sinais de antigas civilizações marcianas Marco Antônio Petit. Ele que é autor de livros sobre o tema e mentor do “Projeto Marte Revelado”, escreveu uma longa nota sobre o tema em seu perfil no Facebook, com o título “FALSO PORTAL de MARTE”.

“Mediante a análise de cada uma das 156 imagens obtidas pelo o sistema Mastcam no dia em que o “portal” foi fotografado (uma das câmeras cientificas do rover), verifiquei que cada um dos aspectos geológicos presentes no “portal” são encontrados por toda a região e não apresentam qualquer sinal de artificialidade”, escreveu Petit.

O pesquisador reparou que o recorte que circula a Internet é parte de um mosaico bem mais amplo, e teria sido foi colorizado sem contar as especificações técnicas originais da foto de forma a acentuar a ilusão de ótica que faz parecer uma porta.

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A explicação da própria NASA a respeito, veiculada em alguns portais jornalísticos e emissoras de TV, parece concordar com a análise do defensor de antigas civilizações em Marte: tratou-se de uma ilusão criada por uma imagem grandemente ampliada, graças a uma questão de perspectiva.

“É uma foto muito, muito, muito ampliada de uma pequena rachadura em uma rocha”, explicou a agência.

A imagem faz parte da série “Sol 3466”, que teve vários fotogramas publicados no site do Programa de Exploração de Marte, da NASA. Quando o mosaico é visto por completo, é possível notar que a tal “porta” da “tumba” marciana é uma formação bem pequena.

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A partir das informações das demais câmeras do rover e dos sensores do andarilho marciano, os cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), da Nasa, afirmaram que a rachadura é tem cerca de apenas 30 cm de largura por 45 cm de altura.

“Existem rachaduras lineares em todo esse afloramento, e este é um lugar onde várias rachaduras lineares se cruzam”, afirmou a agência.

O pesquisador Neil Hodgson, britânico que estuda a geologia do planeta vermelho, avaliou que é uma erosão natural dos estratos (camadas de rochas formadas por deposição) do terreno. “(As rochas) foram depositados há cerca de 4 bilhões de anos em condições sedimentares, possivelmente em um rio ou em uma duna levada pelo vento”, disse Hodgson em entrevista ao site Live Science.

Imagem extraída do formato “bruto” (raw) de toda a extensão do rochedo, com a perspectiva completa da área do “portal”: tamanho minúsculo. (Foto: NASA)

Diante da intensa produção de imagens da superfície de Marte graças aos rovers norte-americanos — Curiosity, Perseverance e seu companheiro voador, Ingenuity — e ao robô chinês Zhurong, essa não foi a primeira vez em que as suposições sobre a existência de sinais de antigas ou atuais civilizações no planeta vizinho voltaram com força total; e provavelmente não será a última!

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