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O que são, por que vêm, o que querem

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Apesar de seus 52 anos de existência, a Ufologia continua sendo um dos maiores mistérios do século. E, aparentemente, continuará a ser no próximo milênio. Com o passar do tempo, muitos pesquisadores do fenômeno surgiram e deixaram suas marcas: Jacques Bergier, Charles Fort, General Alfredo Moacyr de Mendonça Uchôa, Walter Karl Bühler, Olavo Fontes, Felipe Machado Carrión, entre muitos outros. Em especial, quem marcou definitivamente a Ufologia foi o Dr. Joseph Allen Hynek considerado por muitos o “Papa da Ufologia”. Seus trabalhos rigorosamente científicos eram calcados em conhecimento e informação acadêmicos que são considerados irrefutáveis por muitos pesquisadores. Havia um aspecto em particular nos seus trabalhos que me chamava a atenção. Trata-se da metáfora das “peças de um quebra-cabeça”. A meu ver, essa comparação com a Ufologia encaixa-se como uma luva, visto que, até o presente momento ainda não encontramos lógica nos casos e nem informações suficientes para tentar elucidar – ou pelo menos aproximar-se da elucidação – tal fenômeno.
As peças do quebra-cabeça, segundo Hynek, estariam nas mãos de todos os pesquisadores mundiais. Para que a chave deste quebra-cabeça fosse encontrada, uma das alternativas seria a coleta de dados a nível mundial. Hynek não se contentava em analisar apenas os aspectos físicos dos OVNIs. Ele analisava a fundo todos os aspectos referentes a todas as ciência humanas. Sua preocupação era a de interconectar o como, o onde e o porque. Sua metodologia era exaustivamente detalhada e assim permitia que percebêssemos um fio tênue de informações, que auxiliavam na compreensão do fenômeno. Sua busca pela verdade nos permitia enxergar uma imagem que pudéssemos denominar de realidade social ufológica. Outro pesquisador não menos conhecido é o Dr. Jacques Valée, que, como muitos, também utiliza metodologia científica em suas pesquisas. Percebe-se no trabalho desenvolvido por ele, que, com o passar do tempo, suas pesquisas levaram-no a mudar de opinião. A princípio compartilhava junto a muitos outros, a teoria de que os tripulantes dos OVNIs seriam de origem alienígena. Hoje, vemos em seu trabalho que sua opinião sobre a maioria desses tripulantes, é a de que possivelmente sejam seres interdimensionais (baseada naturalmente em evidências para ele irrefutáveis).
Pois bem, analisados os pontos de vista de pelo menos dois pesquisadores internacionalmente conhecidos, onde vemos que, para Jacques Valée, a visão de realidade diverge da de Hynek, podemos concluir: que cada um pode estar de posse – pelo menos em suas teorias – de uma peça do quebra cabeças ufológico.
Fora do campo ufológico, encontramos na filosofia algumas correntes de pensamento que podem nos auxiliar na busca de outras peças. Defendida como ciência multidisciplinar por muitos ufólogos, a ufologia é-nos apresentada como uma visão de realidade. Uma realidade que nos demonstra claramente um envolvimento intrinsecamente social. O principal objeto de estudo são as testemunhas, ou seja, seres humanos que admitem, ou pensam admitir, uma experiência relacionada com luzes ou objetos voadores não identificados.
Para reforçar seus depoimentos os ufólogos contam em alguns casos com marcas de pouso de OVNIs, ou marcas deixadas no corpo da testemunha, fotografias, filmagens e hipnoses. Fenomenologias classificadas como CE2 (Contato Imediato do Segundo Grau). Esse último recurso, a hipnose, ainda é muito discutido quanto à veracidade das informações, por tratar-se de uma técnica ainda não bem aceita nos meios acadêmicos. Entretanto, quanto à hipnose realizada em mais de uma testemunha, visto que, quando temos dois ou mais depoimentos idênticos feitos através de hipnose regressiva, fica um pouco mais difícil recusar os fatos.
Nesse artigo chamaremos essa realidade ufológica social de uma imagem da realidade. Uma imagem que pode ser interpretada como “uma fotografia da realidade”. Alguns podem vê-la como uma sombra, outros como uma holografia. Essa fotografia seria tudo o que conhecemos até o momento nesses 53 anos de pesquisa ufológica. O problema é que como uma fotografia de papel, ela representa apenas parte da realidade, uma imagem, um momento. A verdadeira essência da realidade aqui está oculta. Não conseguimos enxergá-la, não conseguimos vê-la, não conseguimos compreendê-la. Enquanto continuarmos a olhar apenas a fotografia nunca poderemos saber realmente como é a realidade que está por trás dela. Se nos dermos conta disso, estaremos a um passo de reconhecer a verdadeira realidade, seja ela qual for.
Quando vemos tripulantes desses objetos coletando água, plantas, realizando sempre os mesmos exames ou exibindo comportamento incompreensível e comunicando-se de uma forma simplista para nossa razão humana, devemos questionar nossa capacidade de interpretação da realidade. Isso nos demonstra que, a “fotografia” que estamos vendo, quando nos revela um fragmento da realidade, ainda não nos mostra a visão holográfica do todo. Composta de diversos instantâneos, de diversas perspectivas simultâneas e indissociáveis.
A visão de Vallé, Hynek, Uchôa ou de qualquer outro pesquisador pode ser um pedaço do quebra-cabeças ufológico, ou várias fotografias que nos mostram pedaços da realidade. Primeiro temos que juntar as fotografias, que mesmo em sua essência, ainda assim não demonstrarão a realidade em sua plenitude, pois nunca conseguiremos fotografar tudo de uma vez. Talvez tenhamos que ampliar, dilatar o nosso foco de percepção da realidade para podermos flagrar pelo menos uma parte maior dela, ou continuamos nos iludindo que os tripulantes desses OVNIs – sejam aliens, intraterrenos, intradimensionais ou seja lá o que forem –, realmente vem até aqui apenas, aparentemente, para ficar “brincando” com os limites da razão humana.

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Carlos Alberto Machado
Ufólogo, presidente do Centro de Investigação e Pesquisa Exobiológica do Paraná (CIPEx), pedagogo e atualmente mestrando na área de Educação da Universidade Federal do Paraná

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