fbpx
HomeNotícias

Nova abordagem amplia em 200 vezes a busca SETI por tecnoassinaturas

Compartilhe:

A Breakthrough Listen (iniciativa independente de busca por sinais de vida inteligente no universo) e a Universidade de Manchester anunciaram na última quarta-feira, 2 de setembro, em Manchester, no Reino Unido, uma reanálise que amplia em 200 vezes os dados disponíveis para busca por tecnoassinaturas de alienígenas inteligentes. Segundo os pesquisadores, trata-se de um novo marco na busca por inteligências extraterrestres (SETI).

----publicidade----

Os cientistas do SETI procuram tecnoassinaturas (indicadores de tecnologia desenvolvidos por inteligência extraterrestre) usando instrumentos de ponta em alguns dos telescópios mais poderosos do mundo. Nenhuma tecnossinatura foi detectada ainda, mas à medida que pesquisas cada vez mais abrangentes são realizadas, os astrônomos podem delimitar cada vez melhor quantas estrelas em nossa vizinhança podem abrigar transmissores de rádio poderosos (e as mentes que os construíram).

Os dados anteriores mais usados pela Breakthrough Listen vieram de duas análises publicadas em 2017 e 2020 pela equipe de ciências da Listen. Baseada principalmente na Universidade da Califórnia, em Berkeley, a equipe do SETI Research Center é responsável por realizar o programa principal de observações da Listen no Telescópio de Green Bank (GBT), em West Virginia, e no radiotelescópio CSIRO Parkes, na Austrália, além de outras instalações em todo o mundo.

Em seus trabalhos anteriores, a equipe de Berkeley procurou por tecnoassinaturas em dados de rádio coletados quando GBT e Parkes foram apontados na direção de 1327 estrelas individuais. Sua busca se concentrou em estrelas relativamente próximas (dentro de cerca de 160 anos-luz de nosso Sol), porque transmissores menos poderosos se tornariam mais facilmente detectáveis ​​quanto mais perto estivessem de nossos telescópios.

----publicidade---- Evidência - um produto do nosso parceiro Loja Obscura Arte

No entanto, como qualquer pessoa que já viu imagens do espaço profundo sabe, até mesmo pequenas regiões do céu estão cheias de estrelas a uma série de distâncias da Terra.

Quando a Breakthrough Listen procura por tecnoassinaturas vindas de uma estrela próxima, ela também é sensível a potenciais tecnoassinaturas mais poderosas de outras estrelas dentro do feixe do radiotelescópio. Então o estudante de mestrado Bart Wlodarczyk-Sroka e seu orientador, Prof. Michael Garrett, da Universidade de Manchester, no Reino Unido, colaborando com o Dr. Andrew Siemion, diretor do SETI de Berkeley (e também professor visitante em Manchester), aproveitaram este fato para determinar novos limites mais rígidos sobre a prevalência de tecnoassinaturas (parâmetros de detecção ao longo do tempo), sem a necessidade de coletar quaisquer novos dados de telescópio.

Vasculhando o catálogo produzido pelo satélite Gaia, da Agência Espacial Européia, que mediu as distâncias de mais de um bilhão de estrelas, os pesquisadores recalcularam os limites da prevalência de transmissores em torno de estrelas adicionais, dentro dos campos de visão dos telescópios GBT e Parkes.

----publicidade----

Assim, ao selecionarem estrelas a distâncias muito maiores (até cerca de 33.000 anos-luz) do que as da amostra original de estrelas próximas, eles foram capazes de expandir o número de estrelas estudadas de 1327 para 288.315. Uma pequena fração dessas estrelas adicionais (cerca de 196 no total) estavam mais próximas do que o intervalo de 160 anos-luz da amostra original (algumas delas em sistemas binários e algumas não relacionadas aos alvos primários originais). Mas a maioria, no entanto, estava a mais de 160 anos-luz, o que significa que apenas transmissores mais potentes podiam ser visíveis nesses intervalos aumentados.

No entanto, o número absoluto de estrelas estudadas permitiu a Wlodarczyk-Sroka definir alguns dos parâmetros mais precisos para “sintonizar” eventuais poderosos transmissores de rádio nesta região de nossa galáxia. Além disso, pela primeira vez, a equipe conseguiu fazer isso em função do tipo de estrela observada, e a amostra ampliada inclui não apenas uma ampla gama de estrelas da sequência principal, mas também numerosas estrelas gigantes e anãs brancas.

O líder da equipe, Mike Garrett, sempre se preocupou com o fato de as buscas SETI não levarem em consideração os muitos outros objetos cósmicos que estão dentro do alcance do céu ao qual um telescópio é sensível, além do alvo principal. De acordo com Garrett, Gaia mudou tudo isso. “Saber as localizações e distâncias a essas fontes adicionais”, diz ele, “melhora muito nossa capacidade de restringir a prevalência de inteligência extraterrestre em nossa própria galáxia e além. Esperamos que futuras pesquisas SETI também façam bom uso desta abordagem”, disse.

----publicidade----

“Nossos resultados ajudam a colocar limites significativos na prevalência de transmissores comparáveis ​​ao que nós mesmos podemos construir usando a tecnologia do século 21”, observou Wlodarczyk-Sroka. “Agora sabemos que menos de uma em 1600 estrelas mais próximas do que cerca de 330 anos-luz hospeda transmissores apenas algumas vezes mais potentes do que o radar mais potente que temos aqui na Terra. Mundos habitados com transmissores muito mais poderosos do que podemos produzir atualmente devem ser ainda mais raros”, explica o cientista.

“Este trabalho mostra o valor de combinar dados de diferentes telescópios”, observou Siemion. “Expandir nossas observações para cobrir quase 220 vezes mais estrelas teria exigido um investimento significativo de nosso tempo de telescópio, sem mencionar os recursos de computação para realizar a análise. Tirando vantagem do fato de que já tínhamos varreduras de rádio de estrelas no fundo de nossos alvos primários e lendo suas posições e distâncias no catálogo Gaia, a análise de Bart extraiu informações adicionais do conjunto de dados existente. Um trabalho como este nos deixa um passo mais perto do objetivo de saber a resposta à pergunta mais profunda da humanidade: Estamos sozinhos?”, conclui.

O artigo, “Estendendo a pesquisa de estrelas nas proximidades de Breakthrough Listen para outros objetos estelares no campo”, foi aceito para publicação nas notas mensais da Royal Astronomical Society. Uma pré-impressão está disponível em https://arxiv.org/pdf/2006.09756.pdf. Material suplementar, incluindo o catálogo das estrelas de Gaia usadas na análise, junto com um vídeo e arte que o acompanham, estão disponíveis em http://seti.berkeley.edu/deeper.

A Breakthrough Listen é um programa científico em busca de evidências de vida tecnológica no Universo. Seu objetivo é pesquisar um milhão de estrelas próximas, todo o plano galáctico e 100 galáxias próximas em uma ampla gama de bandas de rádio e óticas.

As Iniciativas Breakthrough são um conjunto de programas científicos e tecnológicos, fundado pelo bilionário russo-israelense Yuri Milner, investigando a vida no Universo. Junto com Breakthrough Listen, incluem-se a Breakthrough Watch, uma busca ótica por planetas semelhantes à Terra nas zonas habitáveis ​​de estrelas próximas; e Breakthrough Starshot, a primeira tentativa significativa de projetar e desenvolver uma sonda espacial capaz de alcançar outra estrela.

LEIA TAMBÉM:

Breakthrough Listen lança “Exotica”, lista de alvos para busca por extraterrestres

Breakthrough Listen e Nasa firmam parceria para encontrar vida extraterrestre avançada

Com apoio de Stephen Hawking, bilionário russo gastará US$ 100 mi procurando extraterrestres

 

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

As esferas voadoras na história da Ufologia Aviões e óvnis O que caiu em Caieiras na noite de 13 de junho de 2022? Extraterrestres: é a ciência quem diz! As etapas da pressão sobre o governo dos EUA em relação aos óvnis/UAP
×