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Finalmente saberemos o que o governo dos EUA esconde sobre óvnis?

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O que de fato o governo dos EUA esconde sobre óvnis, ufos e extraterrestres? (Essa pergunta geralmente é direcionada aos EUA, mas vale para outros países também). Estamos mais próximos de responder a esta pergunta agora do que estivemos 20 ou 30 anos atrás? E o que isso tem a ver com o dilema do conhecimento?

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A publicação recente de matéria no The New York Times sobre os óvnis e a posse de materiais de origem extraterrestre pelo governo dos EUA agiu como gasolina lançada sobre um incêndio. Com labaredas que começaram lá em 2017, aliás, em parte causadas por outra reportagem publicada pelo mesmo jornal, acerca do Advanced Aerospace Threat Identification Program (AATIP, ou Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais). Como agora, os jornalistas Ralph Blumenthal e Leslie Kean assinavam a matéria. A única diferença para a atual é que Helene Cooper, que também assinou o texto de 2017, não fez parte do time em 2020.

Os vazamentos dos vídeos dos óvnis “Tic-Tac” e “Gimbal”, nomes agora famosos, foram a cereja do bolo. Mas já foram desdobramentos do primeiro texto jornalístico. No ano passado (2019), primeiro a Marinha dos Estados Unidos reconheceu que seus pilotos perseguiram objetos insólitos, inexplicáveis à luz da tecnologia conhecida. Depois o próprio Pentágono o fez, representando o aparato de defesa norte-americano como um todo.

Esse reconhecimento veio com direito a atestado de veracidade dos vídeos vazados e nota oficial sobre a natureza inexplicável, mas artificial, dos fenômenos registrados por pilotos em 2004 e 2015. Ninguém assumiu que se tratavam de naves extraterrestres, é bom deixar claro. Mas isso pouco importa para a discussão que proponho aqui.

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Em outubro de 2019 escrevi para o parceiro portal de ufologia OVNIHoje.com um artigo onde afirmei que o reconhecimento da veracidade dos óvnis pela Marinha dos EUA era o fato mais relevante da década para a Ufologia. Argumentava como era difícil um aparato do governo reconhecer isso e contei passagens da Ufologia no Brasil em que os ufólogos comprovaram essa dificuldade – num comportamento governamental dúbio e pouco eficaz no que se refere à negativa do fenômeno em si, aliás.

Mas em que é diferente tudo o que demonstramos ao longo dos anos na Ufologia e o que está acontecendo agora? Nem mesmo a informação de que os militares pesquisam OVNIs é nova!

Olha quem está falando sobre óvnis!

Em primeiro lugar, a atitude diferente em relação aos UFOs tem a ver com “quem está falando”. Uma publicação especializada em Ufologia pode até ter jornalistas altamente qualificados produzindo reportagens impecáveis. Mas será sempre uma publicação “de caras que acreditam em ETs”. Quando a matéria sai num “jornalão” tradicional dos EUA, a atenção do cidadão comum é fortemente impactada.

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Para formadores de opinião e políticos também há uma diferença grande. E tem a ver com a confusão geral sobre as diferenças de gêneros textuais, que não são conceitos simples para o “cidadão comum”. Aliás, é preciso corrigir a tradução de 90% das menções (inclusive nossas, no Portal Vigília), sobre o que fizeram Ralph Blumenthal e Leslie Kean do NYT: eles escreveram uma reportagem, não um “artigo”.

Artigos, como este que você está lendo, defendem um tese com base em convicções, em lógica, antes dos fatos. Provavelmente um artigo eficiente usará fatos, como me propus a fazer agora, para respaldar suas conclusões. Mas ainda terá um olhar pessoal. Uma reportagem não. No máximo, a reportagem conterá opiniões de uma ou mais (geralmente mais) fontes ouvidas para a matéria. Mas um jornalista-repórter vai se ater aos fatos tentando não interpretá-los; vai relatá-los, claro, mas não por acreditar nisso ou naquilo. Vai relatar somente aquilo que checou, ou seja, confirmou a informação a partir de diferentes fontes.

Assim, quando um texto é publicado no The New York Times, no Washington Post ou na Folha de São Paulo, ele passou pela checagem do repórter ou redator, depois do editor, entre outros curadores que deverão se assegurar que a informação levada ao leitor é factual, verdadeira, não uma opinião do jornalista. É assim que se estrutura uma redação. E isso é de fundamental importância nestes tempos de fakenews.

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O próprio governo dos EUA atestou existência dos UAPs (óvnis)

Além do peso da chamada “grande imprensa”, há ainda a questão fundamental de que o próprio governo dos EUA, através de seu aparato de inteligência, atestou a veracidade dos vídeos da Marinha e a realidade do fenômeno, ainda que tenda agora a chamar óvnis de UAPs (sigla em inglês para fenômenos aéreos não identificados).

Mas o que levou o governo a fazer isso agora? Essa pergunta nos coloca em linha para o cenário que mais adiante nos permitirá responder à pergunta que abre este artigo.

Desde que comecei a escrever sobre Ufologia, em meados da década de 1990, ouço representantes da comunidade ufológica dizerem: “agora vai”. O “desacobertamento está próximo” ou “o governo vai revelar toda a verdade”. Nunca levei a sério esta afirmação por uma razão simples: “para o quê”? Se o governo tem tudo sob controle, como defendem os próprios ufólogos, e o mundo continua funcionando dessa forma, para o quê qualquer governo iria mexer com quem está quieto?

Mas realmente aconteceu algo diferente dessa vez. O megafone não está mais nas mãos “daqueles caras que acreditam em ETs”. Desde a saída de Luis Elizondo do AATIP e sua vinda a público, outros importantes ex-integrantes do governo ou da indústria aeroespacial estão dispostos a dar a cara a tapas. Como Christopher Mellon, ex-vice-secretário adjunto de Defesa dos Estados Unidos para Inteligência, e Steve Justice, diretor aposentado da Lockheed Martin.

É curioso – mas não coincidência – que seja esse o grupo que está conseguindo forçar os limites do governo dos EUA quanto à liberação de informações sigilosas sobre UFOs.

Com exceção do jornalista George Knapp, consultor recorrente e figura conhecida no meio ufológico, há poucas personalidades realmente “carimbadas” da Ufologia na cúpula da organização que os reuniu, a To The Stars Academy of Arts and Science. Mas eles contam com a habilidade e trânsito de mídia de Tom DeLonge, o ex-vocalista da banda Blink-182 que, sendo entusiasta dos óvnis e sem nenhuma patente militar ou conhecimento aeroespacial, vem demonstrando uma capacidade incrível de encontrar canais para fazer fluir a informação.

Diante desse grupo de mentes e patentes, e o conjunto de evidencias até aqui apresentadas, com direito até a espetáculo televisivo no formato de uma série de sucesso do The History (Unidentified – Inside America’s UFO Investigation), foi natural que o assunto ganhasse mais evidência. E, com ela, aliados inusitados até no Senado norte-americano.

Então, numa situação destas, entra a política com uma ferramenta que nessa hora é nossa aliada inusitada: a disputa pelo poder. Para mostrar as mazelas de um lado ou de outro, acreditando ou não em extraterrestres, republicanos e democratas vão tentar forçar um deslize dos oponentes.

O dilema do conhecimento

Contudo, o momento também é diferente num aspecto filosófico. É possível que o governo dos Estados Unidos esteja diante de uma espécie de dilema do conhecimento.

“Como todos sabemos, aprender pouco é algo perigoso. Mas o excesso de aprendizado altamente especializado também é uma coisa perigosa, e por vezes pode ser ainda mais perigoso do que aprender só um pouco”, escreveu Aldous Huxley em sua obra “A Situação Humana”.

Se é verdade que o governo detém desde 1947 (ou antes!) naves ou destroços de origem alienígena, com tecnologias aparentemente incríveis, por que diabos, por exemplo, ainda utiliza maquinários e combustíveis caros e ineficientes (comparando com o que se supõe que os UFOs são capazes, claro)?

Por que a Nasa precisava, até o mês passado, de tecnologia russa de 1970 para levar seus astronautas à ISS? Ou por que nossos foguetes – e aviões, carros, navios – ainda usam combustíveis fósseis? Não é possível que novas tecnologias disruptivas, em diversos campos, ainda não estariam sendo incorporadas ao nosso dia-a-dia de forma muito mais veloz, se realmente entendêssemos como funcionam os supostos óvnis.

A questão é que, talvez, mesmo de posse de naves, destroços ou metamateriais, o governo aprendeu muito pouco, ou quase nada, com o ferramental que dispunha. E o dilema consiste no fato de que, embora possa ser mais perigoso abrir a caixa de pandora e entregar a novas e afiadas mentes para ajudar a desvendar seus segredos, talvez não haja outra alternativa.

Ainda mais diante dessa nova realidade que se apresenta. Como bem identificaram os mesmos repórteres Ralph Blumenthal e Leslie Kean em novo texto no The New York Times (dessa vez realmente um artigo opinativo): Se “nós acreditamos em UFOs? Esta é a pergunta errada“. “Informar sobre o programa do Pentágono que está investigando objetos voadores não identificados não é sobre uma crença. Trata-se de uma busca vigilante por fatos”.

Parece claramente que os fatos até aqui apontam que precisamos estar preparados para a possibilidade desses objetos não serem realmente deste planeta. Ou deste tempo; desta dimensão. Ou não terem uma intenção amistosa. E, em qualquer uma destas condições, provavelmente é muito necessário ter pressa em responder a todas as perguntas. Então, sim, essa revelação parece estar mais próxima do que nunca, desta vez.

*Jeferson Martinho é jornalista, editor do Portal Vigília

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