Façanha científica desmascara “revelações” de Bob Lazar sobre combustível de OVNIs
No começo de 2004, com pompa e circunstância, foi trazido ao mundo um novo elemento da tabela periódica, o elemento de número atômico 115. Há muito tempo químicos e físicos tentavam realizar este “nascimento”, mas até agora os esforços tinham sido em vão. Finalmente, uma equipe de cientistas do Joint Institute for Nuclear Research (JINR), na Rússia em parceria com o pessoal do Lawrence Livermore National Lab, dos Estados Unidos, conseguiu produzir quatro preciosos átomos do elemento 115.
Antes mesmo de nascer, o elemento 115 já tinha um nome provisório: Unumpentium. Ele faz parte dos elementos super-pesados e é radioativo. Para quem ler o texto do anúncio em http://newton.ex.ac.uk/aip/latest.html, porém, está reservada uma surpresa: lá está escrito que “A longa vida observada para o elemento 115 sugere que os físicos podem estar mais perto “da zona de estabilidade”. Esta zona de estabilidade é algo que a físico-química teórica previa para elementos super-pesados mas que até agora está só na teoria. Mas não se pode deixar enganar por esta “longa vida”.
Mesmo que os 90 milissegundos que duraram os átomos pareçam uma enormidade para a química nuclear, foram apenas suficientes para identificar que o elemento 115 esteve ali pelos seus produtos de decaimento radiativo (os átomos nos quais se transformou ). Neste caso, o primeiro produto do decaimento radioativo parece ser o elemento 113, fazendo da descoberta uma dupla façanha, já que este elemento também está sendo visto pela primeira vez.
Alguns átomos têm em seu núcleo quantidades incompatíveis de nêutrons e prótons, que não conseguem fechar um pacote bem equilibrado, e, espontaneamente, emitem partículas até se transformarem em outro tipo de átomo, menor e mais estável. Isso é o que se chama de decaimento radioativo ou radioatividade. Deste processo resulta a diminuição, ao longo do tempo, do número de átomos radioativos originais de uma amostra.
Bob Lazar e o Elemento 115
Bem… o leitor agora deve estar se perguntando: mas o que isso tem a ver com a Ufologia? Para quem chegou a levar as estórias de Robert Lazar (ou Bob Lazar) a sério, estes cientistas sintetizaram aquilo que ele descreveu como sendo o combustível propulsor de um disco voador que examinou, quando trabalhava, segundo ele, na mais famosa base secreta do mundo, a Área 51, ao sul de Groom Lake, Nevada, nos Estados Unidos.
O incrível relato de Robert Lazar ficou conhecido no mundo todo. E se os leitores lembrarem bem do que ele falou a respeito do elemento 115, uma bela quantidade dessa substância teria sido “emprestada” por ele, que a levou até a sua casa para a examinar com mais calma…
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É possível tentar imaginar Bob Lazar pegando uma boa quantidade do elemento 115, levando-o para casa e colocando-o sobre a mesa da cozinha. De cor laranja, ele descreveu à época, em suas muitas aparições na mídia. Supondo que a meia-vida (tempo em que a metade da amostra inicial leva para se transformar em outro material) do elemento 115 é de 45 milissegundos, e que Lazar se apossou de um quilo inteiro do Unumpentium para “estudá-lo”, 45 milissegundos (ms) mais tarde sobrariam apenas 500 gramas da substância original. Mais outros 45 ms e ficariam só 250 gramas… Outras 30 meias vidas mais tarde, ele teria menos do que um micrograma, algo menos que uma pestana de uma pulga, para efeito de comparação. E não seria muito prudente estar junto com Bob Lazar quando ele levou este material para casa.
E quanto duram 30 meias vidas? Isto é 30 x 45 milissegundos, ou 1,35 segundos. Bob deve ter dirigido incrivelmente rápido até sua casa. Pode-se questionar ainda sobre como foi fácil para Lazar (ou qualquer outra pessoa) levar material radioativo para fora dos laboratórios da “Área 51” (ou de qualquer outro lugar com restrições de segurança militar), o local de testes em Nevada, em um impulso, sem ser descoberto. Mas nem seria preciso. Ao que parece, a pá de cal definitiva neste engodo foi dada pelo próprio elemento 115 que ele tornou tão famoso. A fama foi tanta que não seria surpresa se alguém sugerisse batizar o recém-nascido elemento de “Lazário”.
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