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Celulares e ferramentas digitais facilitam proliferação de falsos OVNIs

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Ao invés de trazerem registros abundantes e mais confiáveis do fenômeno UFO, as novas ferramentas da Era da Informação estão entulhando coleções de falsos OVNIs, fraudes e erros de interpretação em repositórios de vídeos como o Youtube.

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Pior, com alguma qualidade na falsificação e uma boa — e mentirosa — história de suporte, alguns destes “registros” ganham cada vez mais apoiadores leigos e seguidores crédulos, transformando-se em verdadeiras lendas modernas. Muito mais rápido do que a velocidade com que os pesquisadores sérios da fenomenologia OVNI conseguem desmistificar e desvendar tais ocorrências.

Um dos mais famosos e recentes episódios desse frisson da “Geração Youtube” foi o vídeo que ficou mundialmente conhecido como “UFOs do Haiti“. Mesmo tendo sua autoria assumida pelo artista gráfico francês David Nicolas pouco tempo depois de lançado, com uma repercussão que extrapolou a rede digital e atingiu com força as mídias convencionais, até hoje eventualmente surgem nos fóruns, listas de discussões e redes sociais, mensagens de internautas incautos entusiasmados com as imagens fictícias.

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Parte da culpa pelo sucesso dos falsos OVNIs na rede digital também pode ser atribuída às chamadas ações de “marketing viral”. Desenvolvidas com o objetivo de encantar os usuários das redes sociais e de troca de vídeos na Internet, em geral estas ações tendem a tentar confundir o público sobre a possibilidade de uma realidade inusitada, para então associá-la a alguma marca ou produto. Quase sempre, quando mal executada, a associação não ocorre e o que resta é apenas confusão.

Uma destas ações, durante os meses de setembro e outubro, foi levada a cabo pelo portal Terra da Espanha. Durante algumas semanas, internautas de todo o planeta foram induzidos ao erro de acreditar que a Galícia vinha sendo palco de uma grande operação envolvendo avistamentos de OVNIs, acidentes com supostas aeronaves e o acobertamento de provas destes fatos. O jornal “La Voz de La Galícia” chegou a publicar relatos não anônimos de avistamentos na região. Alguns dias depois, o próprio portal Terra tornou pública a campanha, dizendo tratar-se de uma homenagem aos 71ª aniversário da transmissão de “Guerra dos Mundos”, por Orson Welles. O site CeticismoAberto foi um dos principais a cobrir toda a história, e chegou a antecipar a possibilidade de um viral.

Marketing Viral atrapalhando a Ufologia

Algum tempo atrás, em 2006, uma ação de marketing viral conseguiu até mesmo patrocínio do governo da Austrália para “dar” às pessoas o que seu diretor, Christopher Kenworthy, descreveu como “um pouco do drama e da excitação de um encontro próximo com um UFO, criando um genuíno sentimento de admiração”.

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A essência deste fenômeno de transformação de uma fraude ou vídeo elaborado numa “realidade ufológica” não é exatamente recente. Mas ele se reinventa de maneiras surpreendentes.

Pouco depois do ataque terrorista de 11 de setembro de 2001, que atingiu as torres gêmeas do World Trade Center, um vídeo começou a chamar a atenção dos internautas. Na esteira da divulgação que ganharam algumas teorias e imagens conspiracionistas sobre o atentado, uma suposta gravação feita alguns meses antes da queda das torres gêmeas veio à tona. Uma suposta jornalista gravava uma reportagem dentro de um helicóptero em voo quando a câmera captou um objeto discoide fazendo manobras incríveis próximo da equipe. Todos se assustam e apontam para o fenômeno.

Mais tarde descobriu-se que tratava-se apenas de uma vinheta para o canal de TV por assinatura Sci-fi, que lançou diversas outras vinhetas com temática ufológica. Isso não impediu, no entanto, que se propagasse a lenda do UFO no World Trade Center, perdurando até hoje.

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A rede mundial de computadores está repleta de outros falsos OVNIs que ganharam alguma notoriedade. Alguns exemplos podem ser vistos neste link (OVNI na Itália), neste outro (OVNI no México) e ainda neste aqui (OVNI na China). O impressionante é que, para cada vídeo desses, nos quais foram usadas filmagens razoavelmente elaboradas e executadas com a finalidade de iludir, somam-se algumas centenas de filmagens menos famosas cujos autores garantem terem capturado autênticas imagens de artefatos supostamente de origem extraplanetária, quando na verdade mostram nada mais que estrelas, balões, pássaros, insetos, aeronaves convencionais e fenômenos naturais. Alguns exemplos podem ser encontrados aqui (“Balão Aranha”), neste outro link (uma estrela), o impacto de um objeto em Alberta, no Canadá (evidente evento meteorítico que só a rede mundial poderia transformar num UFO!) ou ainda os “OVNIs que soltavam raios“.

Além de falsos OVNIs, erros de interpretação e fraudes

Curiosamente, a própria comunidade ufológica, que na maioria das vezes é também a primeira a encontrar os indícios de fraudes e erros de interpretação, em algumas oportunidades acaba sendo pivô da criação de novos mitos. Depois dos “RODs”, apresentados como autênticos “objetos inexplicáveis” ao mundo pelo pesquisador José Escamilla, de Roswell (Novo México), outro exemplo marcante desta tendência pôde-se observar mais recentemente na ampla divulgação das famosas “flotilhas OVNI“, que foram introduzidas no circuíto ufológico pelo pesquisador mexicano Jaime Maussan.

No primeiro caso, vieram à luz muitas provas, reproduções controladas dos fenômenos e argumentos de especialistas em imagens e inúmeros pesquisadores experientes, mostrando tratarem-se de insetos passando rapidamente a curta distância das câmeras utilizadas. No segundo, mesmo recebendo críticas – acompanhadas de demonstrações controladas e esclarecedoras – de analistas de renome na Ufologia, mostrando cabalmente tratarem-se de simples balões comuns (bexigas!) com hélio refletindo a luz solar (e, após certas altitudes, comportando-se de acordo com as camadas de ventos da atmosfera), as imagens inexplicavelmente ganharam eco e encontraram defensores na própria comunidade ufológica. Um excelente documentário em vídeo sobre o tema foi produzido pelo pesquisador Claudeir Covo, do Instituto Nacional de Investigação de Fenômenos Aeroespaciais.

Neste novo mundo digital, uma imagem já não vale mais que mil palavras. A única certeza na busca por verdades nesta nova era da Ufologia é a de que são fundamentais o senso crítico, o bom senso e um bom conhecimento do funcionamento dos equipamentos e recursos para edição à disposição de qualquer usuário com um celular ou uma câmera digital na mão.

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