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Opinião

A Ufologia no caminho da organização

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Além de diversas novidades no que diz respeito à pesquisa e aos relatos de avistamentos de OVNIs no Brasil e no mundo, esta nova edição (ufa, já estava na hora! 🙂 da Revista Vigília traz até os leitores uma realidade importante. As pessoas que fazem a pesquisa ufológica no Brasil estão apresentando alternativas cada vez mais promissoras na tentativa de estruturar a Ufologia como um campo do conhecimento sólido, com métodos e padrões sujeitos a análises criteriosas. Trata-se de um passo importante no sentido de transformar a até hoje conhecida “para-ciência” Ufologia em uma verdadeira disciplina científica. Duas matérias da seção Notícias, uma sobre a organização da Ufologia e outra sobre a análise de amostras de solo onde se suspeitava ter pousado um UFO, dão indícios dessa caminhada rumo ao aperfeiçoamento, à seriedade e à profissionalização.
É um caminho longo e o resultado dessa empreitada é incerto. Mas não há dúvida que, quando se quer fazer a sociedade enxergar um fenômeno sobre o qual argumenta-se ser físico, verdadeiro e mensurável, é absolutamente saudável que se aplique de fato uma metodologia transparente e aceita pela comunidade científica. Não que esta metodologia já não seja uma meta para muitos pesquisadores. Sem dúvida o é. Ocorre que em meio a buscas por provas físicas e materiais, coexiste a crença pura e simples, fluindo entre hipóteses e alternativas que vão do plausível ao cúmulo do absurdo.
Em toda a história da humanidade a crença é importante. A Fé, em diferentes coisas e entidades, sempre teve seu papel social. Por vezes em favor dos seres humanos, outras empurrando-os à destruição, mas em geral sempre ensinando lições. É uma válvula de escape sempre à mão para os momentos de grande pressão. No entanto, trata-se de um veículo que renega a experimentação e a crítica. Não se auto-regula; não permite enxergar-se equivocada e não reavalia posições. Raramente uma seita ou religião transforma-se totalmente só porque alguns de seus membros visualizaram suas imperfeições. Ou estes apenas a abandonam ou então surge uma nova corrente de pensamento, que passa a disputar a posse da verdade.
Sinceramente – e correndo o risco de desagradar alguns amigos por causa disso – acredito que talvez por isso a crença não seja um bom mecanismo para lidar com determinados problemas humanos, sobretudo naqueles em que se impõe o tratamento de fatos, provas, evidências e formulações lógicas. Fico aqui imaginando se a Medicina, por exemplo, tivesse sistemas parecidos com muitos que permeiam prática da crença, seja ela religiosa, ufológica ou fruto de qualquer outro tema. Qual não seria o resultado se, ao invés de basear-se num histórico de experimentação e comprovação do funcionamento do corpo humano, um cirurgião optasse por fazer uma ponte de safena apenas “acreditando” que o coração fica ali mesmo, onde ele colocou o bisturi?
Ainda que seja lento e por mais imperfeições que contenha, o método científico se permite autocrítica. Ainda que também na ciência a dificuldade humana em lidar com o novo exista, o processo da tentativa de erro e acerto exclui os caminhos incorretos. Tranca as portas da teimosia para abrir novos horizontes e perspectivas. O exercício do método é, antes de tudo, ter mente aberta, até para chegar-se a conclusões –e aceitá-las– diferentes daquelas que “gostaríamos” que fossem verdadeiras, apenas por serem estas últimas mais divertidas e complexas do que a realidade. Uma realidade que, diga-se, na maioria das vezes já é fantástica por sua beleza, simplicidade e objetividade.

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Em tempo: uma prova de que a lógica e a metodologia científica funcionam é o recém alardeado fim do mundo, para algo em torno de 28 de julho e 11 de agosto. Infelizmente para alguns, felizmente para outros tantos, o fim ainda não chegou. Prova disso é que você está lendo este texto. Vários “fins de mundo” já foram anunciados nas últimas décadas por inúmeras fontes, algumas mais outras menos convincentes, mas nenhum deles se concretizou. Pela experimentação, cientificamente falando, seria natural o bom senso humano excluir a preocupação com esse tipo de besteira. No entanto, a polêmica persiste, numa evidente contradição com as convicções dos próprios entusiasmados defensores do juízo final, que continuam a levar suas vidas como sempre fizeram, como se nada fosse acontecer…

Boa navegação!

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