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A Batalha de Los Angeles: sim, a histórica foto é real!

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A histórica foto que dá nome a um dos mais emblemáticos episódios da Ufologia norte-americana é real. A cena que somente muitos anos depois ganhou uma interpretação ufológica, foi registrada na madrugada de 24 para 25 de fevereiro de 1942. O registro aconteceu num momento de pavor e estresse extremos, tanto para soldados da artilharia antiaérea da cidade de Los Angeles, nos EUA, quanto para a população civil.

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Naquele período, todos estavam em prontidão constante, temendo a repetição do que acontecera poucos meses antes, em 7 de dezembro de 1941, quando a Marinha Imperial Japonesa bombardeou o Pearl Harbor. A costa do Pacífico nos Estados Unidos foi tomada por uma onda de pânico, sendo levada a crer que um ataque ou até mesmo uma invasão por parte das forças militares do Japão eram possibilidades realmente factíveis.

Pouco antes do final de fevereiro de 1942 surgiram de boatos de que porta-aviões japoneses atacariam a cidade de Oakland, na Califórnia, pela Baía de São Francisco. Várias regiões da costa oeste passaram a usar toques de recolher e propositadamente causar “blecautes”, ou seja, apagões no fornecimento de energia elétrica para que pudessem confundir os supostos inimigos japoneses.

No dia 23 de fevereiro o medo ganharia contornos ainda mais cristalinos, quando um submarino japonês foi avistado alguns quilômetros a noroeste de Santa Bárbara e iniciou-se uma troca de tiros com a artilharia em terra, aparentemente sem grandes danos para nenhum dos lados. A tensão psicológica aumentava.

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Então a inteligência naval norte-americana, às 19 horas da noite de 24 de fevereiro, repassou a todos os postos de combate a informação de que um ataque aéreo poderia ocorrer nas próximas 10 horas.

Radares registraram a “invasão”

Pouco depois da 1h40, já na madrugada de 25 de fevereiro, três sistemas de radar teriam registrado um objeto voador não identificado a caminho de Los Angeles. Aproximadamente às 2h30, as sirenes de alerta começaram a soar em toda a cidade. Meia hora depois, mesmo que a esta altura nada mais estivesse sendo captado no radar, os holofotes começaram a vasculhar todo o céu acompanhados do som ensurdecedor dos disparos que fizeram cair sobre a cidade uma chuva de aço.

As tropas em Santa Mônica foram as primeiras a abrirem fogo, usando metralhadoras calibre 50. Uma a uma, todas as outras bases rapidamente atacaram, mesmo que não houvesse confirmação definitiva de que alguém estivesse vendo algo além de fumaça e rastros de projéteis além das luzes dos holofotes. Se havia um “objeto desconhecido”, como alguns militares disseram, este teria permanecido imóvel e aparentemente imune aos disparos, inclusive sem contra-atacar. E não foram poucos disparos: nada menos que 1,4 mil munições de baterias antiaéreas foram disparadas naquela noite.

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Apesar dos danos aos automóveis e às casas atingidas pelos projéteis ao retornarem ao solo, não houve notícias de feridos graves.

Muitas versões conflitantes para a batalha sobre Los Angeles

“Na guerra, a primeira baixa é a verdade”, Ésquilo

A frase atribuída ao famoso dramaturgo da Grécia Antiga Ésquilo não poderia se encaixar melhor à realidade da chamada batalha de Los Angeles. O episódio imediatamente ganhou dezenas de versões e testemunhos diferentes. De militares de alta patente a civis, houve de tudo: quem descrevesse ter visto um zepelim, múltiplos balões, um bando de pássaros, uma único avião, uma pequena esquadrilha, 200 aeronaves em formação. Houve até quem tivesse visto um gigantesco objeto voador não identificado ou… não tivesse visto absolutamente nada além de holofotes e explosões.

Os jornais nos dias que se seguiram tiveram um trabalho enorme para encontrarem uma linha narrativa, porque as próprias informações oficiais era conflitantes. Enquanto Frank Knox, então secretário da Marinha dos EUA, declarou em uma coletiva de imprensa que o incidente não passara de um alarme falso incitado pela ansiedade causada pelos “nervos de guerra”, o Secretário da Guerra, Henry Stimson, dizia que até “15 aeronaves identificadas podiam estar envolvidas” no episódio, já que haviam sido oficialmente reportadas voando a diferentes velocidades e altitudes que variavam de 9 mil a 18 mil pés.

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O mesmo Stimson apontou a possibilidade de o episódio ter sido uma manobra de guerra psicológica feita por japoneses usando aviões comerciais a altitudes bem além do alcance da artilharia para desestabilizar os inimigos.

Foto publicada pelo Los Angeles Times: um objeto misterioso?

Em meio a essa confusão de versões, em 26 de fevereiro de 1942, o jornal Los Angeles Times publicou uma página de fotos do episódio que incluía uma versão retocada da foto dos holofotes que viria a ficar famosa. Ela mostrava os feixes convergindo para um único ponto e alguma coisa parece bloquear a passagem contínua das luzes, dando a entender que haveria ali um objeto enorme.

Foto da Batalha de Los Angeles Retocada, com a as explosões ampliadas e invertida - Reprodução Canal Lemmino
Foto da Batalha de Los Angeles Retocada, com a as explosões ampliadas e invertida – Reprodução Canal Lemmino

Essa imagem só viria a se tornar icônica para a Ufologia, de fato, muitos anos depois, redescoberta pelas teorias de conspiração acentuadas pela confusão de versões das autoridades sobre o que de fato ocorreu naquela noite.

O colunista Scott Harrison, em matéria no próprio Los Angeles Times, em 2017, comentou que na foto original certos detalhes, como os pontos brancos em torno da convergência dos holofotes, são exatamente os mesmos em ambos os negativos. Na versão retocada, muitos feixes de luz foram iluminados e alargados com tinta branca, enquanto outros foram eliminados. Na década de 1940, era comum os jornais usarem artistas para retocar imagens devido à má reprodução. “O retoque foi necessário para reproduzir esta imagem. Mas eu gostaria que o retoque tivesse sido mais fiel ao original”, disse o colunista.

Conforme destacou o excelente documentário sobre o tema no canal Lemmino, no Youtube, a essência da imagem não foi distorcida ou prejudicada. Além disso, há outras imagens daquela noite e, ainda que igualmente desprovidas de clareza, nenhuma delas representa um óvni de qualquer tipo. Não há, nas demais imagens, uma barreira impedindo o caminho dos feixes de luz dos holofotes.

(imagem do Los Angeles Examiner/International News Photo/Arquivo UCLA)
A Batalha de Los Angeles em manchete da época: imagem do Los Angeles Examiner/International News Photo/Arquivo UCLA

 

Veja mais fotos do arquivo da Universidade da Califórnia

Da mitologia ufológica à produção cinematográfica

A foto publicada na manhã de 26 de fevereiro pelo Los Angeles Times despertaria mais tarde a teoria ufológica ao redor do caso, com pessoas chegando a afirmar que teria se passado de fato uma tentativa de invasão extraterrestre. Essa ideia inspirou até mesmo uma versão cinematográfica de ficção científica. No Brasil, o filme recebeu o título “Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles“, lançado em 2011 pela Sony Pictures.

Em 1945, ao término da Segunda Guerra Mundial, após a rendição, o governo japonês declarou publicamente que não teve nenhum envolvimento com o episódio de Los Angeles ocorrido em 1942, derrubando as teorias de guerra psicológica.

Em 1948, um ex-major da Força Aérea e professor universitário chamado William Goss teria tido acesso a todos os registros militares da época e chegado à conclusão de que dois balões meteorológicos, lançados perto de Hollywood, teriam sido os responsáveis pelos avistamentos e pela resposta antiaérea desproporcional.

Isso explicaria, por exemplo, a demora de mais de 30 minutos entre os primeiros avistamentos a oeste e o início da artilharia sobre Los Angeles, cerca de 40km a leste. O curioso é que alguns jornalistas à época chegaram a cogitar a hipótese de um balão e até de um dirigível sobre a cidade, devido à aparente lentidão do objeto. Mas os oficiais das Forças Armadas se recusaram a comentar essa possibilidade.

Outra foto da Batalha de Los Angeles publicada no Los Angeles Times em 26 de fevereiro de 1942 - sem objeto barrando a luz - Reprodução Canal Lemmino
Outra foto da Batalha de Los Angeles publicada no Los Angeles Times em 26 de fevereiro de 1942 – sem objeto barrando a luz – Reprodução Canal Lemmino

Muitos anos mais tarde, em 1983, durante um simpósio internacional, o Escritório de História da Força Aérea dos Estados Unidos usou o argumento dos balões meteorológicos para se referir ao evento, teorizando que a combinação das luzes dos holofotes, mais a fumaça e os disparos pode ter feito os soldados realmente acreditarem que estavam atirando em aviões inimigos ou num objeto voador não identificado. Ainda mais considerando o estresse e a tensão que os militares e a própria população viviam à época.

Argumento do caminho da luz ainda resiste

Apesar disso, para muitos pesquisadores da Ufologia, a luz dos holofotes aparentemente interrompida apresentada na foto conta outra história, muito mais misteriosa. E a favor deles há registros de radar e ainda os relatos de diferentes locais para o avistamento de um ou mais objetos.

Por fim, talvez nunca saibamos da natureza do que realmente ocorreu naquela fatídica madrugada de 25 de fevereiro de 1942, na chamada Batalha de Los Angeles. Tudo que sabemos é que a foto é real, o que quer que seja que ela nos apresente.

Confira o excelente documentário do Canal Lemmino sobre a Batalha de Los Angeles (se preferir, ative as legendas em português):

 

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