Rumo à Lua

É fundamental o estudo da astronomia em paralelo com a ufologia: evita-se enganos, e entende-se melhor o substrato das teorias. Este setor do fórum é aberto a questões puramente astronômicas. Debate dentro da metodologia científica - e sem choro.

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hsette
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Rumo à Lua

Mensagem por hsette »

O Telescópio Huble iniciou este mês de outubro observações da Lua na faixa de luz do ultra-violeta. O objetivo é detectar a presença de minerais que eventualmente poderiam sustentar a presença humana em nosso satélite natural.
Um dos alvos das observações é a Cratera de Aristarcos.
Estimativas preliminares dão conta de abundância de Titânio e Óxidos Ferrosos, ambos possíveis fontes de Oxigênio, em forma de compostos.
Tais observações serão comparadas e calibradas com as feitas pelas missões Apolo 15 e 17 numa tentativa de se quantificar a presença desses materiais.
http://www.hubblesite.org/newscenter/ne ... s/2005/29/

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5000 ft = 1.524 m
14.000 ft = 4.267 m

Será que agora vamos para ficar?
Britan
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Mensagem por Britan »

Se vamos ficar ou não, não sei, mas uma coisa é certa aquele cenário de destruição da Lua no filme dos viajantes do tempo assusta, é que segundo o direito internacional ninguém pode reclamar o espaço ou qualquer objecto, planeta ou satélite natural espacial como propriedade individual ou de País algum, e cheira-me que vai dar problemas, a China já anda a fazer voos tripulados na atmosfera e vão em breve levar uma missão tripulada para a Lua, com os Americanos e Russos, os Europeus e um dia destes um Irão ou Árabia Saudita... tchhhhh
http://www.anozero.blogspot.com
(actualizado, com nova imagem novas funcionalidades, inclui feeds)
Latorre
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Mensagem por Latorre »

Lah vamos nos...

So falta quererem colonizar (e assim destruir) a lua...
NÃO HÁ DEUS. NEM DESTINO. NEM LIMITE.Imagem SEM FÉ, SOU LIVRE.
Se um Homem começar em certezas / ele terminará em dúvidas.
Mas se ele se contentar em começar com dúvidas / ele deve terminar em acertos (Francis Bacon)
lulu
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Mensagem por lulu »

Destruir o quê? É só um torrão de terra. Não tem nada, nem ar para poluirmos. O perigo é explodirem alguma bomba atômica lá e tirarem a lua de órbita como no filme Espaço 1.999. 8)
O futuro está no desenvolvimento da ciência!
hsette
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Mensagem por hsette »

Uma empresa privada, especializada em tecnologia espacial, a SpaceDev of Poway, da Califórnia, diz poder baixar o custo do retorno do Homem à Lua dos US$104 bilhões de dólares propostos pela Nasa, para US$10 bilhões!
A idéia é utilizar tecnologias novas alternativas, e um novo design de exploração, baseado em módulos de habitação prontos que seriam deixados na superfície por cada uma das missões e depois acoplados uns nos outros para formar uma espécie de base lunar.
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Outra proposta "econômica" é o uso de um "foguete-cadeira" para trânsito entre a superfície e o módulo orbital.
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hsette
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Mensagem por hsette »

China quer levar homem à Lua em 15 anos
(AE)

A China anunciou hoje que pretende levar um homem à Lua e construir uma estação orbital num prazo máximo de 15 anos. “Eu creio que dentro de dez ou 15 anos nós teremos capacidade para construir nossa própria estação orbital e conduzir uma missão tripulada à Lua”, disse Hu Shixiang, subcomandante do programa espacial tripulado da China.

Segundo ele, o programa espacial deve ser mantido no âmbito do desenvolvimento geral da China. Hu informou que a China pretende desenvolver tecnologias próprias de caminhada espacial e acoplagem no espaço sideral até 2012.

Ele esclareceu ainda que a China desenvolve o programa espacial dentro de seu próprio ritmo, sem competir com o Estados Unidos (EUA). “Não se trata de uma competição dos tempos de Guerra Fria”, assegurou.
Latorre
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Mensagem por Latorre »

hsette escreveu:A idéia é utilizar tecnologias novas alternativas, e um novo design de exploração
...parecem lixeiroes mesmo! :roll:
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hsette
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Mensagem por hsette »

Uma empresa russa anunciou semana passada que a partir de 2015 colocará em prática um projeto que culminará com o início da exploração de Hélio 3 na Lua em 2020.
O Hélio 3 é um isótopo não-radioativo do Hélio, e é considerado por especialistas como um combustível ideal, por proporcionar altas quantidades de energia a partir de processos de fusão nuclear, com produção de resíduos radioativos em quantidade insignificante.
O projeto envolve o uso da Estação Orbital ISS como base intermediária.
Fonte: www.spacedaily.com
Editado pela última vez por hsette em 04 Fev 2006, 14:17, em um total de 1 vez.
hsette
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Mensagem por hsette »

Com a noticia de que a Rússia já planeja investir na mineração da Lua, voltam à cena as questões político/jurídicas relacionadas a atividades econômicas no espaço.
O Tratado do Espaço, de 1967, o código maior das atividades espaciais em vigor, estabelece em seu Artigo 1º que "o espaço cósmico, inclusive a Lua e demais Corpos Celestes, poderá ser explorado e utilizado livremente por todos os Estados sem qualquer
discriminação”. Este é o principio da livre utilização do espaço.
A elaboração deste Código iniciou-se no final dos anos 60, quando os EUA estavam prestes a concluir uma alunissagem tripulada. Vários paises tomaram a iniciativa, no seio da ONU, de propor a elaboração de um tratado especial sobre a Lua. O "Acordo que Regula as Atividades dos Estados na Lua e Outros Corpos Celestes" ficou pronto em 1979 e foi aprovado na Assembléia Geral da ONU.
No entanto, os EUA, a então URSS e o Reino Unido se recusaram a firmá-lo. O texto entrou em vigor em 1974, e hoje conta com apenas onze ratificações e cinco assinaturas. Não tem o apoio de nenhuma das grandes potências espaciais. Os EUA, em especial, o ignoram completamente.

O Código reza que:
- a Lua e seus recursos naturais são patrimônio da humanidade;
- propõe a criação de um regime internacional para regulamentar a exploração dos recursos naturais da Lua;
- fixa os principais objetivos do regime internacional a ser estabelecido, quais sejam: assegurar o aproveitamento ordenado e seguro dos recursos naturais da Lua; assegurar a gestão racional destes recursos; ampliar as oportunidades de utilização destes recursos; e promover a participação eqüitativa de todos os Estados nos benefícios auferidos destes recursos, tendo especial consideração para os interesses e necessidades dos paises em desenvolvimento, bem como para os esforços dos Estados que contribuíram, direta ou indiretamente, na exploração da Lua.
- os astronautas são considerados mensageiros da humanidade no espaço. Os signatários do documento também se comprometem a trocar informações a respeito de objetos não identificados que possam representar riscos à vida e à saúde dos habitantes da Terra. O aviso prévio para renunciar ao tratado deve ser dado com um ano de antecedência.
- a instalação de armas é expressamente proibida.
Infelizmente, apesar das belas palavras, a conclusão é que, na realidade, não há nenhuma regulamentação válida e aceita por todos sobre como a Lua (nem qualquer outro corpo celestge) será tratada no que se refere à atividade econômica.

Se nos basearmos no histórico da humanidade, é de se temer que teremos aí mais um foco de atritos.
Latorre
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Mensagem por Latorre »

A pergunta eh: Iria o presidente Bushit, o cara que nao liga a minima para resoluçoes da ONU, respeitar esse tratado?
NÃO HÁ DEUS. NEM DESTINO. NEM LIMITE.Imagem SEM FÉ, SOU LIVRE.
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hsette
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Mensagem por hsette »

O Washingo Post de domingo (26/03/2006) publicou uma interessante matéria sobre os planos dos EUA para a Lua e Marte. Abaixo, alguns trechos:

Pela primeira vez desde 1972, os Estados Unidos planejam viajar à Lua, porém em lugar de fazer uma fugaz visita tipo Apolo, os astronautas tratarão de construir uma base permanente e viver ali enquanto preparam o mais ambicioso feito da história – levar seres humanos até Marte.
Abaixo, concepção artística de Módulo lunar, de grandes proporções, ligado à base permanente por uma tubulação retrátil e parte da base no misterioso deserto da Lua - material distribuído pela NASA
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Em 2004 os EUA anunciaram os planos para a construção de uma nova nave espacial, regressar à Lua no máximo até 2020 e viajar a Marte imediatamente depois. Os planejadores Lunares da NASA estão seguindo estritamente a elaboração do projeto da nave espacial, e dentro de seis meses, realizarão um esboço do que requererá o novo veículo.
Os cientistas e engenheiros trabalham tentando responder perguntas do tipo: como manejar o stress psicológico em uma base lunar? Como construir maquinário adaptado ao ambiente lunar?
A Lua é um lugar letal, sem atmosfera, bombardeado constantemente por raios cósmicos e por micrometeoritos, assolado por enormes variações de temperaturas, e envolta em uma capa de pó que pode estropiar os trajes espaciais, contaminar o suprimento de ar e causar estragos na maquinaria.
E isso sem mencionar os imponderáveis. Causará problemas de atrofia muscular o fato de se trabalhar durante, por exemplo, um ano a um sexto da gravidade terrestre? Que ocorre se alguém sofre um traumatismo severo que não pode ser tratado por seus companheiros? Como reagirão as pessoas ao viver em um espaço diminuto e sob condições perigosas durante seis meses? Há uma serie de patologias que podem aparecer, e na maioria dos casos não há a quem recorrer.
De certo modo, a Lua será mais difícil que Marte. O pó é lunar muito mais abrasivo que o de Marte; o planeta vermelho tem atmosfera e mais gravidade (um terço da terrestre); Marte tem abundância de gelo para um abastecimento potencial de água, enquanto que na Lua talvez haja algo, porém provavelmente não demasiada e de difícil acesso. Ainda assim, a Lua é mais indulgente por causa de sua proximidade; está a 402.336 Km de distância, enquanto que Marte, que se encontra a 54,7 milhões de kilômetros em seu ponto mais próximo. Se alguém necessitar de ajuda na Lua, demoraria três dias em chegar. Por outro lado, Marte está a vários meses de distância, ainda contando com a ajuda de sistemas de propulsão avançados (todavia ainda inexistentes).
Uma das razões chave porque a Lua seja parte integral da iniciativa é que, como eles mesmos reconhecem, se os Estados Unidos não regressarem à Lua, outros o farão. “A China já anunciou que irá à Lua. Os europeus querem ir; os russos querem ir”, disse o presidente do Mars Institute, Pascal Lee, em uma entrevista. “Poderíamos prescindir da Lua e ir diretamente a Marte enquanto que Índia e China estabelecem bases na Lua? Eu penso que não”.
O administrador da NASA Michael D. Griffin tem centrado a atenção e recursos no projeto e construção de um novo “veículo de exploração para tripulantes” e sua correspondente nave espacial. Abaixo, concepção artística do Crew Exploration Vehicle (CEV).
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Prevê-se que as primeiras incursões se parecerão com a missão Apolo de 1972. “Contaremos com quatro tripulantes de 7 a 10 dias. Então, se encontramos um lugar particularmente interessante, poderíamos decidir estabelecer ali um posto de avançada permanente”.
O pólo sul é na atualidade o objetivo mais importante. É um área escarpada e difícil, porém provavelmente o único ponto em que teremos luz solar permanente (para o abastecimento elétrico) e gelo, ainda que muitos cientistas se questionam a sobre quantidade existente.
Os modelos, citados freqüentemente pelos experts, são as bases norte-americanas na Antártica, por seu isolamento, meio ambiente extremo, acesso limitado, ausência de população e impossibilidade de sobrevivência sem um amplo apoio logístico. É bom frisar que a base Lunar não será uma ‘colônia. A ‘colonização’ implica o estabelecimento de população no local, e isto não está incluído no o menu”.
O suprimento energético é um dos grandes desafios. Os painéis solares são uma resposta óbvia, porém longe dos polos 14 dias de luz solar vêm seguidos de 14 dias de escuridão, de modo que seria problemático a gestão dos períodos de inatividade”.
O seguinte é o traje espacial. Os trajes da missão Apolo pesavam 122 kilos na Terra, com o qual os astronautas se sentiam relativamente confortáveis com sua equivalência de de 18 a 22 Kilos na Lua, porém em Marte ele se converteria em inaceitáveis 46 kilos.
E o novo traje, ao contrário que os da Apolo, ou o atual de 136 kilos do ônibus espacial, deve ser relativamente fácil de se por e tirar, além de ser capaz de suportar o temível pó lunar. Depois de três dias, os astronautas do Apolo começaram a informar das dificuldades que tinham com as jantas de seus trajes por causa do pó, e não estamos falando de uma estadia de poucas dias, mas de sair em explorações uma vez por semana durante 500 dias; entre 70 e 100 caminhadas espaciais”.
Tratar com o pó é uma das maiores preocupações na hora de construir os refúgios na superfície Lunar. Toups comentou que poderia ser possível endurecer o solo aplicando sobre ele microondas, o qual criaria uma camada protetora. De outro modo, o pó impregna tudo, e a exposição prolongada a ele poderia acabar provocando silicose.
Do mesmo modo, o pó torna virtualmente impossível utilizar maquinaria que use rolamentos. O engenheiro civil Darro J. Calkins, membro do Corpo de Engenheiros e do Laboratório de Engenharia do Exército, avisou que a combinação de pó, baixa gravidade, variações na temperatura, e o alto custo de enviar coisas à Lua vão definir ase ferramentas lunares de um modo imprevisível.
“Não poderemos usar um motor diesel, não poderemos levar uma escavadora de 20.000 libras (9 toneladas) nenhum de nossos combustíveis ou fluidos hidráulicos irá suportar essas condições”, comentou Calkins. “Provavelmente, teremos que regressar ao século XIX para encontrar ferramentas apropriadas; usar cabos, polias, roldanas”.
hsette
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Mensagem por hsette »

Criando um habitat humano na Lua

Para os astronautas que sonham com a exploração lunar, qualquer tipo de casa seria uma melhora comparada com as cápsulas de alunissagem. Atualmente a NASA está usando maquetes em um intento de desenhar habitats ideais para a Lua. Uma das estruturas, chamada Maquete de Habitação Lunar Vertical, é um desenho com três compartimentos ou seções que parecem latas de atum empilhadas unas sobre as outras. O outro desenho, Maquete de Habitação Lunar Horizontal, tem uma forma alargada e cilíndrica similar à Estação Espacial Internacional.
Ambos desenhos incluem quartos, uma área de higiene, e uma área central com copa e área recreativa. Também tem suficiente espaço para agregar laboratórios e estações para ginástica.

Larry Toups é o diretor em Sistemas Habitáveis do Programa Constelação da Oficina de Projetos Avançados, no Centro Espacial Johnson da NASA. Nesta entrevista com Leslie Mullen, da revista Astrobiology Magazine, fala sobre a primeira “Estação de Fronteira” na Lua.

Astrobiology Magazine (AM): No desenho de módulos de habitação lunar, quanto tempo considera que os astronautas passariam na Lua? Alguns dias? Vários meses?
Larry Toups (LT): O Estudo de Arquitetura de Sistemas de Exploração especifica um esquema para o regresso à Lua como apoio intermédio para chegar a Marte. Com este esquema estão as missões Sortie, as quais são missões de curta duração que permitirão descender na Lua ao fim da próxima década. Neste momento a missão consiste em quatro membros da tripulação visitando sítios eleitos ao longo da superfície lunar e permanecendo aí por períodos aproximados de uma semana a dez dias. É difícil determinar neste momento quanto durarão essas missões, devido a que estamos aprendendo enquanto desenhamos. As missões Sortie explorarão a superfície e poderiam gerar algo mais substancial como um posto avançado permanente. Então a tripulação da missão, de 4 o 6 pessoas, poderia permanecer de maneira contínua ou permanente nesse posto avançado. Ditas tripulações poderiam permanecer na superfície lunar desde 30 dias até mais de seis meses, de maneira similar às expedições da Estação Espacial.

AM: As instalações que vocês estão desenvolvendo são só para postos avançados de larga duração ou também estão desenhando algumas para expedições de curta duração?
LT: As maquetes que temos desenvolvido podem ser usadas em ambos casos. No transcurso dos próximos anos, nosso departamento estará observando cuidadosamente as missões Sortie. O que possamos aprender dessas missões poderia aplicar-se possivelmente aos postos avançados permanentes.

AM: Para as estadias de larga duração na Lua, que tipo de proteção contra a radiação se teria nestas instalações?
LT: A proteção contra a radiação será de grande importância. Penso que isto será um dos principais requerimentos para as instalações lunares. A vantagem que temos, estando em uma superfície planetária, é que podemos usar os recursos locais para proporcionar proteção. Em outras palavras, podemos usar a matéria prima lunar, talvez empregando bolsas de areia, e colocando-as em cima das instalações para criar uma barreira à radiação. Também podemos instalar os conteiners de água ao redor das áreas no perímetro para que o água proporcione também uma proteção.

AM: De que maneira se produzirá oxigênio e água nas instalações? Vocês prevêem poder obter estes abastecimentos da Lua mesma?
LT: Em um inicio estes materiais seriam levados daqui. Conforme passe o tempo, provavelmente se possa extrair o oxigênio e água do solo lunar, e usá-los ajudar a manter o sistema de suporte vital. Porém, pelo que sabemos neste momentos, nas instalações de primeira geração que construamos na Lua, os recursos obtidos dela só complementarão o que levemos, e nunca terão exclusividade.

AM: Os astronautas também deverão levar suas reservas de alimentos, ou projetarão as instalações para que incluam hortas para cultivar alimento na Lua?
LT: Isso é similar ao sistema de suporte vital: inicialmente, a tripulação deverá levar o alimento com eles. Isto poderia complementar-se com plantas, usando ervas e outros elementos para melhorar o sabor de a comida que eles levem.

AM: As atuais investigações astrobiológicas, tais como a maneira em que os organismos sobrevivem ou se adaptam a ambientes extremos, influem sobre o desenho de as instalações lunares de alguma maneira?
LT: Deveriam fazê-lo, penso, de maneira enfática. Nosso departamento está tratando de aprender de experiências previas. Isso inclui não só as missões Apolo, Skylab, Mir, ISS e o Ônibus Espacial, si no também sobre trabalhos em o âmbito científico.

AM: Imagino que também estão sendo tomadas lições não só de investigações astrobiológicas e anteriores missões espaciais, senão também de postos avançados na Antártica e potencialmente do projeto Biosfera.
LT: Da Antártica sim. Também do projeto BioPlex que temos no Centro Espacial Jonhson faz já vários anos. No que respeita à Biosfera, penso que consideraremos alguns elementos de controle deste projeto.

AM: Você mencionou um sistema de suporte vital para as instalações lunares. Há algum impacto sobre o meio ambiente?
LT: Definitivamente essa é um área de ênfase. Em nossos trabalhos preliminares, temos identificado a proteção planetária como um área na qual necessitamos trabalhar. Me reuni com John Rummel (oficial de proteção planetária da NASA) faz unas semanas sobre esse tema. Como o sistema de suporte vital – o qual inclui manejo de desperdícios, resíduos humanos, revitalização atmosférica, purificação de água e inclusive cultivo de plantas e reuso da bio-massa resultante – o objetivo é poder reunir todos esses fatores em um ciclo auto-sustentável. Assim, estamos muito atentos a esse aspecto.
eDDy
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Mensagem por eDDy »

lulu escreveu:Destruir o quê? É só um torrão de terra. Não tem nada, nem ar para poluirmos. O perigo é explodirem alguma bomba atômica lá e tirarem a lua de órbita como no filme Espaço 1.999. 8)
O q acontece com a terra se isso acontecer com a lua? :roll: :?:
Britan
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Mensagem por Britan »

essa questao e super interessante black e sinceramente nao sei responder, nao sei se intreferia no campo magnetico da Terra tenho de investigar
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hsette
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Mensagem por hsette »

Aí, Black. Segue trechos de uma matéria bem legal sobre o assunto publicado na Revista Astronomy Magazine de Fevereiro de 1991:


A Terra sem a Lua
Até hoje, Terra e Lua formam um sistema planetário duplo. A rigor, são como dois planetas girando em torno de um centro comum de gravidade, situado apenas algumas centenas de quilômetros abaixo da superfície da Terra.
Nessa questão estamos no limiar entre a ciência e a ficção. Não há como comprovar as hipóteses, mas podemos fazer com que nossos propósitos estejam sempre dentro das implicações astronômicas e geológicas conhecidas. Fazendo isto, o que mais poderemos saber do nosso mundo, supondo que o planeta Terra... fique sem a Lua?
Sem a Lua não haveria eclipses, embora isso não pareça ter implicações muito sérias; e além disso saberíamos do que se tratam, pois eclipses também ocorrem entre os satélites de Júpiter, por exemplo.
Porém, sem a Lua as noites teriam uma iluminação uniforme, já que exceto pelas luzes das cidades é a luz do luar que faz a noite clara.
Sem a Lua, o ciclo das marés também seria diferente. Ainda existiria a alternância entre marés alta e baixa (as marés também são provocadas pela ação gravitacional do Sol), só que em menor intensidade – 70% menor.

Com menores forças de maré, também seria menor a faixa de areia que é periodicamente coberta pela água do mar, durante a maré alta, e depois exposta ao Sol durante a maré baixa. Acontece que essa faixa de areia é habitada por uma grande diversidade de seres, importantes não somente para a vida marinha, mas também para diversas espécies de aves migratórias, que deles se alimentam.
Sem a Lua, os dias na Terra seriam mais curtos – estima-se algo em torno de 18 horas – pois as forças de maré reduzem a rotação do planeta, alongando o dia.
É fácil de entender: tais forças agem igualmente nas partes sólidas e fluídas do planeta, mas sua ação nos líquidos é mais evidente. Assim, ao "puxar" os oceanos friccionando-os contra a crosta sólida, duas vezes por dia e por bilhões de anos, pouco a pouco diminuiu a velocidade de rotação da Terra – aumentando a duração do dia.

O aumento da velocidade de rotação provocaria um conseqüente aumento na intensidade do campo magnético terrestre. Nada catastrófico, mas nossos sistemas de comunicação, notadamente os via satélites teriam de ser readaptados em função das interfeências. Além disso, as auroras boreal e austral se intensificariam, aumentando o show, mas ao mesmo tempo, aumentando o poder do nosso escudo contra raios cósmicos.
Além disso, com um período de rotação mais rápido, a atmosfera terrestre se moveria mais velozmente. Furacões poderiam durar meses e os ventos seriam muito mais rigorosos.
Dias mais curtos certamente resultariam em enormes mudanças no processo de evolução da vida na Terra. Outros ciclos de luz e escuridão provocariam novos hábitos na fauna e flora.
Graças a Lua o eixo de rotação da Terra permanece estável em cerca de 23 graus e meio de inclinação. Isso é responsável pela existência das estações do ano. Presume-se que sem a Lua, a inclinação do eixo terrestre poderia atingir os 85º.
Todo o clima da Terra seria dramaticamente alterado. Na Antártida, onde hoje faz muito frio, seria quente como nos trópicos, e as regiões equatoriais do planeta estariam cobertas de gelo. A Lua é um regulador climático.

A LUA TAMBÉM TEM SIDO UM EFICIENTE ESCUDO contra impactos de meteoritos. Se a Lua não existisse, a própria Terra seria a única fonte de atração gravitacional para os objetos que causaram aquelas cicatrizes lunares.
As crateras da Lua, principalmente as do lado oculto, dão uma boa idéia do que já podemos ter escapado. Quando um grande meteorito choca-se com a Terra parte de nossa atmosfera é perdida no espaço e centenas de quilômetros cúbicos de poeira são arremessados no ar.
Evidências de impactos no passado mostram que esse material fica em suspensão por anos, impedindo a luz solar de chegar à superfície – é o inverno global.


Ainda poderíamos falar nos efeitos psicológicos (?) atribuídos a Lua, como o crescimento da lavoura ou de nossos cabelos, o ciclo menstrual da mulher e as histórias populares, como a do lobisomem.
O que seria dos lobisomens sem a Lua?

De qualquer forma, um dia a Terra ficará sem a Lua. Com o passar de eras, as forças de maré vão reduzir ainda mais a rotação da Terra, tornando os dias mais longos – e como para cada ação existe uma reação, a Lua se afasta de nós 3,8 cm a cada ano.
Dentro de alguns milhões de anos ela estará tão longe que se desprenderá da atração terrestre. Talvez se torne um planeta em separado, talvez colida com o Sol. E certamente isso nos trará muito mais que a perda da luz do luar.
Alguns pesquisadores já calcularam que a ausência da Lua daria ao nosso planeta uma precessão caótica, isto é, o eixo de rotação da Terra poderia passar a oscilar loucamente!