A Planetary Society, promotora americana da nave a vela solar Cosmos I, que poderia revolucionar a exploração do espaço, admitiu nesta quinta-feira que o aparelho pode estar destruído, como anunciaram ontem as autoridades espaciais e militares russas.
"Nestas últimas 24 horas, a agência espacial russa (RKA) concluiu que o motor do primeiro estágio do foguete Volna, que transportava a Cosmos I, teve um erro de funcionamento. A perda da nave seria então uma conclusão provavelmente acertada", reconheceu a Planetary Society em comunicado.
No entanto, três estações terrestres captaram na quarta-feira alguns sinais fracos que poderiam ter sido emitidos pela nave solar, acrescentou o texto. "Isto significa que a Cosmos teria conseguido se posicionar em uma órbita mais baixa", continuou o comunicado da Planetary, que considerou "ínfima" a possibilidade. "Trabalhamos com o comando estratégico americano para obter mais informações dentro de 24 horas", afirmou.
Nesta quarta-feira, o americano Louis Friedman, diretor do projeto e presidente da Planetary Society, havia discordado da agência espacial russa, afirmando que ainda haveria a possibilidade de sucesso para o veleiro espacial solar.
A Cosmos I foi concebida e construída pela NPO Lavochkin, uma agência espacial russa quase independente. O governo russo, por sua vez, ficou encarregado do lançamento. A nave deveria abrir, neste sábado, suas oito velas triangulares finíssimas, com 5 mícrons de espessura, e confeccionadas em mylar (uma lâmina flexível que reflete a luz e evita que a radiação solar penetre). Uma vez desdobradas, as velas - que lembram as pétalas de uma flor - teriam a forma de um imenso espelho redondo com 30 metros de diâmetro.
O princípio é relativamente simples. O fluxo de fótons, partículas que formam a luz, ricocheteia na superfície das velas, empurrando-as para frente. Embora seja suave, este impulso é constante e cumulativo no vazio do espaço, onde nenhum atrito detém o movimento. Desta forma, em 100 dias uma nave movida à vela solar poderá atingir 10 mil km/hora e em um ano, 36 mil km/hora.
Depois de três anos, a velocidade superaria os 100 mil km/hora, o que permitiria viajar para Plutão - planeta mais distante do sistema solar - em menos de cinco anos. Uma missão com destino a Plutão, lançada com propulsores de motor químico e usando a gravidade de Júpiter para acelerar, levaria nove anos para chegar ao destino.
FONTE: AFP
Nave movida a vela solar pode estar destruída
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Nave movida a vela solar pode estar destruída
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